Marcador de fertilidade da mulher, a reserva ovariana corresponde a quantidade de folículos armazenados nos ovários, segundo explica o médico Nilo Frantz
A reserva ovariana é o
principal marcador da fertilidade da mulher. Nesse sentido, ela representa a
quantidade de folículos presentes nos ovários, que vai diminuindo
progressivamente com o avanço da idade.
Mas por que a reserva ovariana muda ao longo da vida? Qual o momento certo para investigar? Quais os exames que avaliam o estoque de óvulos da mulher? O médico especialista em reprodução humana, Nilo Frantz, da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, explica todos esses questionamentos sobre a fertilidade da mulher.
Segundo o
especialista, denomina-se reserva ovariana a quantidade de folículos
(estruturas que contêm os óvulos) armazenados nos ovários da mulher.
"Nesse sentido, é
importante esclarecer que a mulher já nasce com um número pré-determinado de
folículos, pois eles são produzidos ainda durante a vida intrauterina. Desta
forma, após o nascimento não há mais produção de óvulos, e os ovários vão
perdendo progressivamente este estoque até chegar à menopausa", explica o especialista.
Se a mulher tem planos
de ser mãe ou não está conseguindo engravidar, é importante que ela tenha dados
da sua reserva ovariana. Com estas informações, o médico pode avaliar como está
a sua fertilidade.
Como a reserva
ovariana muda ao longo da vida?
O médico explica que,
ao contrário dos homens
que produzem espermatozoides durante toda a vida, as mulheres já nascem com uma
reserva ovariana determinada. Nesse sentido, todos os óvulos que a mulher terá
ao longo dos anos são produzidos enquanto ela ainda é um bebê, dentro do útero
materno.
"Sabe-se que até
a metade da gestação a menina tem de 6 a 7 milhões de óvulos. Já quando nasce,
este número cai para 1 a 2 milhões e, deste momento em diante, não para mais de
perdê-los", ressalta Dr. Nilo Frantz.
Ele aponta que na
adolescência, por volta dos 12 ou 13 anos, quando costuma ocorrer a primeira
menstruação, só restam em torno de 400 ou 500 mil óvulos, e a partir daí, a
reserva ovariana vai diminuindo progressivamente.
Isto porque a cada
ciclo menstrual o corpo feminino disponibiliza cerca de mil óvulos, mas apenas
um ovula de fato. Os outros são perdidos por atresia (morte celular), mesmo
tomando anticoncepcional ou durante uma gestação.
"Por esta razão,
o ovário vai se esvaziando até que, no fim dos 30 e início dos 40 anos, o
estoque de óvulos no corpo feminino está praticamente zerado. Assim, com os
passar dos anos a fertilidade feminina vai diminuindo até a mulher entrar na
menopausa", expõe o especialista em reprodução humana.
Qual a importância da
reserva ovariana?
Segundo Nilo Frantz, a
reserva ovariana tem grande importância para quem pretende ser mãe, pois as
mulheres dependem dela para a realização do sonho da maternidade.
"Sabe-se que por
volta dos 35 anos, a queda na reserva ovariana começa a ser significativa. Já
nos 40 a diminuição é ainda maior, e os óvulos que são liberados têm mais
chance de apresentar defeitos genéticos, o que pode causar abortos
espontâneos", informa.
A consulta com um
especialista é importante para que as mulheres possam saber como está a
situação da sua fertilidade, através de consultas e exames de reserva ovariana.
Ele ressalta que
existem algumas situações que indicam uma maior necessidade de realização dos
exames. São elas:
Mulheres de até 35
anos que não engravidaram depois um ano de tentativas; Mulheres com mais de 35
anos que não engravidaram depois de 6 meses de tentativas; Pacientes que
passarão por tratamento de Reprodução Assistida; Mulheres que querem postergar
a maternidade realizando o congelamento de óvulos; Pacientes que serão
submetidas à cirurgia de retirada de cistos nos ovários: Pacientes que farão
alguma cirurgia de endometriose e mulheres que passarão por tratamento de
quimioterapia ou radioterapia.
Segundo o médico, a
medicina possui três exames capazes de avaliar a reserva ovariana da mulher: a
ultrassonografia transvaginal, o FSH Basal e o Hormônio antimülleriano. Desta
forma, os resultados são importantes para a definição da abordagem terapêutica
mais adequada para cada paciente.
Confira abaixo os
detalhes de cada exame.
Ultrassonografia
Transvaginal
A ultrassonografia
transvaginal é feita entre o 2º e o 3º dia do ciclo menstrual. Nesse sentido, o
exame permite que o médico observe imagens dos folículos antrais e conte
quantos a mulher tem naquele mês específico. É bom lembrar que os folículos são
as estruturas ovarianas nas quais os óvulos se desenvolvem. Desta forma, quanto
maior o número de folículos, maior a reserva ovariana.
Vale salientar ainda
que a contagem de folículos está muito relacionada à idade da mulher. De modo
geral, com o passar dos anos, a quantidade deles diminui. Contudo, em casos
excepcionais, há mulheres mais velhas que ainda possuem uma boa reserva
ovariana, porém estes óvulos são de baixar qualidade.
FSH Basal
O FSH Basal é um exame
de sangue realizado entre o 2º e o 5º dia do ciclo menstrual. Nesse sentido,
ele serve para medir a quantidade do hormônio folículo-estimulante (FSH),
indutor natural dos ovários.
Desta forma, os níveis
de FSH aumentam conforme a mulher se aproxima da menopausa. Portanto, ele é um
marcador efetivo da baixa reserva ovariana e, consequentemente, da baixa
resposta à estimulação ovariana na Fertilização in Vitro. Sendo assim, quanto
mais altos forem os níveis de FSH, menor será a possibilidade de sucesso de
gravidez.
Contudo, embora o FSH
indique uma baixa reserva ovariana, ele não é um marcador da qualidade dos
óvulos. Dessa forma, em alguns casos, mesmo que a reserva ovariana seja baixa,
a gravidez é possível.
Hormônio antimülleriano
(AMH)
O exame que testa o
hormônio antimülleriano é um exame de sangue mais moderno e eficaz na
verificação da reserva ovariana.
O AMH é produzido pelas células dos ovários onde se desenvolvem os folículos antrais e pré-antrais. Sendo assim, quanto maior o número dos folículos no ovário, maior a reserva ovariana e a concentração sanguínea de AMH. Este hormônio, diferente do FSH, não sofre variação expressiva dentro do ciclo menstrual.
No entanto, ele só
pode ser realizado a partir da puberdade, quando a capacidade reprodutiva da
mulher está completa. Antes desta idade ele é indetectável.
O que se considera uma
baixa reserva ovariana?
A partir dos exames
realizados é possível verificar como está a reserva ovariana de cada mulher.
Desta forma, o médico pode fazer uma análise de todos os índices e orientar a
melhor conduta para alcançar a gravidez.
É possível engravidar
com baixa reserva ovariana? Dr. Nilo enfatiza que a baixa reserva ovariana não é
um fator impeditivo para uma gravidez. Desta forma, enquanto a mulher estiver
ovulando ainda existe a possibilidade de gerar um filho.
"O que vai dificultar mais a gestação é a idade da
mulher. Uma paciente mais jovem, mesmo com a reserva ovariana baixa, tem mais
condições de engravidar do que a mais velha. Isso ocorre porque além da
diminuição dos folículos, a mulher com a idade mais avançada tem uma piora
significativa na qualidade dos óvulos", finaliza o médico.
Nenhum comentário:
Postar um comentário