Fim das restrições de viagem aceleram ida de brasileiros aos EUA. Milhões devem deixar o Brasil.
A recente notícia de que
os Estados Unidos irão, a partir de novembro, retirar as restrições de viagens
com diversos países, incluindo o Brasil, foi recebida com entusiasmo por
milhões de pessoas que desejam viajar para a América, seja para turismo,
estudo, negócios ou ainda para adquirir residência fixa no país. E embora as
autoridades americanas ainda não tenham dado maiores detalhes sobre quais serão
as vacinas aceitas para viajantes estrangeiros ou qual será a idade mínima
exigida para apresentar comprovante de vacinação ao desembarcar no país, muitos
empresários e profissionais brasileiros já estão fazendo as malas para dar
adeus ao Brasil e começar uma nova vida na Terra do Tio Sam.
“Nos últimos anos temos
acompanhado um grande êxodo de profissionais e empresários que saem do Brasil a
procura de melhores oportunidades e cenários políticos e econômicos mais
estáveis em outros países, principalmente nos Estados Unidos. Com o fim da pandemia,
esta “fuga de cérebros” será cada vez mais constante, uma vez que os países
mais desenvolvidos estão, logicamente, se recuperando mais rapidamente dos
danos causados pela pademia do que aqueles países menos favorecidos ou que
sofrem com disputas políticas internas. Para o profissional ou empreendedor,
sair do Brasil neste momento é uma excelente decisão. Já para o Brasil, que
cada vez perde mais gente bem qualificada, é péssimo” – analisou Rodrigo Costa,
consultor de negócios e especialista em mercado de trabalho americano.
De acordo com o Serviço de
Cidadania e Imigração dos EUA (USCIS) a pandemia da covid-19 resultou no atraso
de aproximadamente 1.2 milhões de solicitações de vistos, green cards e pedidos
de naturalização. A agência americana já anunciou que acelerar a conclusão
destes processos será prioridade máxima ao longo deste e do próximo ano.
“Grande parte dos
beneficiários que foram prejudicados com a paralização das atividades do USCIS
durante a pandemia são profissionais essenciais para o desenvolvimento da
economia dos EUA. Entre eles, muitos brasileiros que já aguardam há cerca de 1
ano e meio por suas entrevistas, emissão de vistos ou simplesmente pela chegada
do green card para adquirirem o status de residentes legais. Conforme vamos nos
aproximando do fim da pandemia, estas pessoas já podem voltar a traçar planos
mais concretos para o futuro nos EUA” – comentou Felipe Alexandre, advogado brasileiro/americano
de imigração.
Além de adiantar os
processos já pendentes, o governo dos EUA também irá retomar muito em breve as
entrevistas de vistos na Embaixada e consulados americanos no Brasil. A
expectativa é de que em dezembro todas as representações consulares dos Estados
Unidos no país estejam funcionando normalmente, o que irá acelerar ainda mais
os planos de quem já deseja não estar mais no Brasil no próximo anos.
Segundo o Itamaraty,
aproximadamente 1 milhão e 400 mil brasileiros residem atualmente nos Estados
Unidos. Somente na última década (2011 a 2020), mais de 132 mil brasileiros receberam
o green card e se tornaram residentes legais no país, naquele
que foi a década em que mais pessoas do Brasil se mudaram para a América.
Afinal, muitos profissionais e empresários brasileiros encontram nos Estados
Unidos a possibilidade de viver em um país que oferece mais segurança,
qualidade de vida, oportunidade de gerar receita em moeda forte e de fazer
parte ou empreender no maior mercado consumidor do mundo. Se as
estatísticas seguirem neste mesmo patamar atual, teremos novamente nesta década
milhões de brasileiros adotando os Estados Unidos como novo lar
“Enquanto o Brasil ainda
sofre com a questão da saúde pública, desemprego, instabilidade política e
danos econômicos decorrentes da pandemia, os Estados Unidos já apresentam um mercado
de trabalho novamente superaquecido. De acordo com dados
divulgados pelo Departamento de Trabalho dos EUA no início de agosto, o mercado
de trabalho americano registrou cerca de 6,7 milhões novas contratações no país
somente no primeiro semestre de 2021. Além disso, anotou-se também um novo
recorde na quantidade de vagas de trabalho atualmente disponíveis na América,
com impressionantes 10,073 milhões de empregos a serem ocupados. São números
que realmente fazem com que os brasileiros queriam se mudar para os EUA” – salientou
novamente Rodrigo Costa.
Porém, por incrível que
pareça, mesmo com um cenário tão favorável e mercado de trabalho novamente
aquecido, os EUA encontram dificuldade em encontrar profissionais qualificados
para exercer diversas profissões, especialmente aquelas que exigem conhecimento
técnico e experiência, como médicos, engenheiros, profissionais de TI, pilotos
de avião, etc.
“Sem conseguir gerar uma
quantidade suficiente de profissionais para atender a demanda do mercado, os Estados
Unidos precisam contar com o talento e mão-de-obra de profissionais
estrangeiros, e para isso foram criados programas que concedem green cards para
atrair trabalhadores qualificados de outros países. Os chamados “vistos para
profissionais com habilidades extraordinárias” tem se popularizado nos últimos
10 anos, e a presença destes profissionais estrangeiros vem sendo fundamental
para manter os EUA no posto de maior potência econômica do mundo. Atualmente o
governo americano destina 260 mil vistos americanos para estas categorias.” – concluiu Felipe
Alexandre, que também é proprietário e advogado principal da AG Immigration,
escritório americano especializado em vistos de green card para os EUA.
AG Immigration
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