25 de junho é o Dia da Conscientização do Vitiligo,
doença que atinge entre 1% e 2% da população mundial. No Brasil, segundo dados
da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), ela afeta cerca de 1 milhão de
pessoas. Apesar de ser uma patologia benigna, não infecciosa, que se
caracteriza por áreas de pele e pelos com redução de pigmento, o mais
desafiador para o portador de vitiligo é conviver com o preconceito.
Atualmente, várias teorias tratam da causa do vitiligo,
desde desordens autoimunes até condições genéticas e aumento do stress
oxidativo e dos radicais livres, que causam uma redução dos melanócitos
(células responsáveis pela formação da melanina, pigmento que dá cor à pele e
aos pelos) nos locais afetados. As lesões têm pouco ou nenhum pigmento, podem
ter tamanho variado e acometer pequenas áreas ou até a totalidade da pele,
afetando também os pelos e cabelos, que ficam brancos. Como a pele com menos
melanina é mais sensível à radiação solar, em alguns casos os pacientes relatam
maior sensibilidade e dor na área afetada, que se torna mais susceptível a
queimaduras solares, requerendo um maior cuidado e proteção solar.
Estudos mostram que é provável que haja um componente
genético no vitiligo, pois entre 20% a 30% dos portadores têm ao menos um
parente de primeiro grau com a doença, que pode começar a aparecer em qualquer
fase da vida.
Sabe-se também que fatores emocionais podem estar entre
os motivos que desencadeiam ou agravam a condição – um ponto importantíssimo a
ser considerado em tempos de pandemia, no qual grande parte das pessoas está
sofrendo com estresse e ansiedade, ou seja, é um momento de atenção para todos
os portadores de vitiligo, caso surjam novas manchas pelo corpo.
De acordo com a SBD, muitas doenças de pele estão
relacionadas a questões emocionais. Por isso, neste momento de pandemia, é
fundamental avaliar o paciente de forma completa. Muitos pacientes que
apresentavam quadros estáveis de doenças de pele voltaram ao consultório com
agravamento de sintomas, como reaparecimento de manchas de vitiligo, aumento da
queda de cabelos, dermatites atópicas, dermatite seborreica, entre outros.
É um momento único para, além de prover o tratamento
adequado aos pacientes, usarmos nosso alcance para levarmos informações
importantes e corretas à população. Todos devem saber sobre o vitiligo e suas
particularidades. Somente assim ajudaremos realmente os seus portadores e
combateremos o preconceito. Afinal de contas, o vitiligo não é uma doença
contagiosa e todos precisam ter esse conhecimento.
Em caso de dúvidas, procure um dermatologista membro da
Sociedade Brasileira de Dermatologia e tire todas as suas dúvidas sobre a
doença ou qualquer outra condição da sua pele, cabelos e unhas.
Ana Maria
Bertelli - dermatologista e professora do curso de Medicina da Universidade
Santo Amaro – Unisa.
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