Os dois lados do modelo de trabalho que ganhou notoriedade e, aparentemente, veio para ficar
Apesar de mais comum no mercado de tecnologia,
o trabalho remoto ou teletrabalho, já vinha sendo implementado por muitas
empresas no Brasil. Mas após a pandemia da COVID-19, até mesmo as empresas mais
conservadoras e "offline" (que tiveram no modelo a única opção para manter
grande parte de seus colaboradores atuando) acabaram aderindo ao modelo.
Em novembro de 2020, 7,3 milhões de brasileiros
estavam atuando 100% em home office. Mas, à medida que as medidas de isolamento
social vão se flexibilizando e a população vem sendo vacinada, muitas empresas
se deparam com o dilema de manter ou não a prática.
Independentemente de cultura organizacional e
infraestrutura tecnológica, o ser humano é relacional, e 100% remoto, não
parece ser a preferência das empresas e tampouco dos funcionários. O modelo
híbrido deve prevalecer daqui por diante, e com ele temos algumas vantagens e
desvantagens como:
Vantagens:
• Flexibilidade - com dias em casa, os
profissionais conseguem otimizar compromissos pessoais e até mesmo o convívio
familiar;
• Qualidade de vida - o ganho de tempo com
deslocamento, por exemplo, pode ser dedicado a atividades físicas, de lazer e
hobbies;
• Produtividade - apesar de alguns
profissionais terem dificuldade, a grande maioria acaba alternando entre dias
com maior foco no home office, e dias de maior interação social no escritório;
• Redução de custos - as empresas têm condições
de manter uma estrutura menor, e, portanto, reduz custos fixos de maneira muito
significativa;
Desvantagens:
• Falta de estrutura -
alguns profissionais não dispõem de uma estrutura adequada para o home office.
Detalhes como ruídos, qualidade de internet e até mesmo o número de pessoas
causando interrupções pode comprometer a performance e motivação;
Comunicação - tema sensível e essencial para
uma boa dinâmica de trabalho, a comunicação pode ficar comprometida sem o
"olho no olho". Para os profissionais que ocupam posições de
liderança, o desafio pode ser ainda maior;
• Cultura e inovação - tanto o fortalecimento
da cultura como a inovação acabam fluindo nas dinâmicas de convivência. E a
quebra de uma rotina consistente de contato entre os profissionais e áreas,
pode impactar;
• Dificuldades na gestão de tempo - com alto
volume de trabalho, as horas adicionais ao dia de home office podem ser
destinadas a continuar trabalhando, e não o contrário. Além disso, temas
pessoais também podem impactar a agenda profissional;
Apesar das vantagens e desvantagens,
dificilmente empresas que não aderirem ao modelo híbrido terão a mesma
atratividade daquelas que o fizerem. Diante deste novo contexto, o ideal é que
as vantagens sejam melhor exploradas, e as desvantagens fortemente trabalhadas.
Dani
Verdugo - empresária e headhunter, atua com Executive Search na THE Consulting
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