Turismo é uma das atividades com maior capacidade de proteção ao meio ambiente
O incentivo à visitação de patrimônios e áreas naturais
promove a importância da consciência ambiental e da preservação da natureza.
Iniciativa apoiará projetos inovadores para o turismo responsável na zona
costeira
A
conservação da natureza tem enorme potencial de desenvolvimento socioeconômico,
sendo o turismo uma das atividades com maior capacidade de proteção ao meio
ambiente. Ao atrair pessoas para conhecerem, de maneira responsável, paisagens
e belezas naturais do país, o setor, um dos mais impactados pela pandemia de
Covid-19, mostra que é possível unir estes dois pontos. Uma das opções de
turismo mais promissoras e seguras para este momento em que se deve evitar
aglomerações é o turismo em áreas naturais. O Dia Nacional do Turismo, celebrado
no próximo sábado (8 de maio), foi oficialmente criado em 2012 por meio da Lei
12.625. A data foi escolhida em referência ao aniversário do Parque Nacional do
Iguaçu, que abriga as Cataratas do Iguaçu, criado em 1916.
“A busca por contato com a natureza e a visitação de espaços
naturais sempre foi de grande importância para a humanidade. A indústria do
turismo busca se apropriar do desejo humano de contato com paisagens
extraordinárias e, em última análise, com a natureza, como motor econômico. A
forma que esta exploração econômica se dá é determinante para a
sustentabilidade das próprias paisagens e atributos naturais. O segmento do
turismo sustentável tem como premissa a conservação dos atributos naturais, o
suporte e sustentabilidade das comunidades locais e a experiência educativa dos
turistas. O planejamento turístico com estas características é uma ferramenta
de enorme potencial para a proteção do meio ambiente e para melhoria da
qualidade de vida da humanidade como um todo”, afirma o
professor do Instituto de Biociências da Unirio e membro da Rede de
Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), Carlos Augusto Figueiredo.
Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) em fevereiro de 2021, o índice de atividade turística no
Brasil caiu 36,7% em 2020. O levantamento ainda indicou que o setor precisa
crescer mais de 42% para voltar ao patamar de fevereiro do ano passado,
anterior ao início da pandemia. Por ser uma das principais atividades da
economia brasileira, o investimento em políticas públicas para a conservação da
natureza é essencial, somada a uma educação ambiental de conscientização, para
que a atividade não seja predatória e continue gerando renda de forma
sustentável para as comunidades locais.
“A natureza cada vez mais estará no centro da atividade turística.
O longo período de isolamento social provocado pela pandemia realçou a
importância de valorizarmos e protegermos nossos ambientes naturais, que têm um
papel importantíssimo para o bem-estar e a saúde das pessoas. O turismo em
áreas naturais está entre as experiências que mais trazem segurança ao viajante
neste cenário de Covid-19. São espaços abertos, com opções perto de casa e
custos adaptáveis a diversos bolsos”, explica o gerente de Conservação da
Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário, Emerson Oliveira, ressaltando
que qualquer atividade turística exige cuidados individuais para evitar
aglomerações. A instituição, que mantém a Reserva Natural Salto Morato, no
município de Guaraqueçaba (PR), tem apoiado iniciativas para o desenvolvimento
do turismo de natureza no Brasil.
Uma
das iniciativas em andamento é a nova edição da teia de soluções, que tem o
fomento ao turismo responsável em favor da biodiversidade marinha como um dos
desafios a ser encarado pelos participantes. A ação, realizada em parceria com
a Fundação Araucária do Estado do Paraná, envolve processo de imersão,
cocriação, capacitação, mentoria e apoio técnico e financeiro a propostas
inovadoras que contribuam com a superação de desafios contemporâneos
relacionados ao oceano. Além do estímulo ao turismo responsável em áreas
costeiras, o processo busca soluções para reduzir a poluição no ambiente
marinho e mitigar os efeitos da crise climática nas cidades litorâneas. As
inscrições podem ser feitas pelo site camp.teiadesolucoes.com.br
até 14 de maio de 2021.
Inovação
Na edição de 2020, a teia de soluções selecionou projetos
que aliam conservação, turismo responsável e fortalecimento das populações
locais. As iniciativas apoiadas são escalonáveis e com capacidade de serem
replicadas em todo o país.
Uma delas é o eTrilhas,
plataforma digital que permite a conexão entre três vetores
das trilhas ecológicas: as unidades de conservação, o visitante e a cadeia
produtiva do entorno, potencializando uma relação de consumo sustentável entre
eles. A ferramenta pode ser customizada para diferentes áreas geográficas e
unidades de conservação e seu gerenciamento é realizado de forma
descentralizada, garantindo escalabilidade global à solução. O objetivo é
engajar o público na visitação de trilhas ecológicas em todo o Brasil e
conscientizar os praticantes sobre a importância da preservação. Ao dar mais
visibilidade para a prática, o eTrilhas também ampliará o alcance dos
prestadores de serviços locais, criando um ciclo virtuoso de preservação
ambiental e geração de renda.
Outro exemplo é o projeto Vivalá, que desde 2017 promove
expedições turísticas para unidades de conservação (UCs), com foco na interação
com a natureza e com as comunidades locais. A empresa atua com o volunturismo e
o turismo de base comunitária, modalidades de visitação responsável em que os
viajantes podem contribuir positivamente com as pessoas e as regiões que estão
sendo visitadas. Além de atuar como operadora turística, o Vivalá tem um braço
de capacitação profissional voltado para micro e pequenos empreendedores
locais. O objetivo é que os serviços contratados durante as expedições sejam
oferecidos pelas próprias comunidades do entorno das UCs, garantindo emprego e
renda por meio da atividade turística sustentável.
Sobre a Fundação Grupo Boticário
Com 30 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma
das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a
natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da
biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia
ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os
principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600
iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas áreas de Mata Atlântica e
Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o
equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores
nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas.
A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e
atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição
foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que
foi um marco para a conservação ambiental mundial.
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