Fotos de Debora Garcia / créditos: arquivo pessoal |
A especialista em fisiologia Debora Garcia explica mais sobre mal que nos assola e dá quatro dicas de como deixar a preguiça de lado
Procrastinar
é universal, e não pense que é só você, seus parentes, familiares, amigos ou
vizinhos que evitam fazer certas atividades do dia-a-dia, "empurrando com
a barriga" aquela tarefa que, no momento, não estamos com tesão em fazer.
Entretanto,
procrastinar pode nos trazer consequências, como acúmulo de trabalho e não
podemos fugir dela, pois uma hora ou outra vamos ter que trabalhar nossas
emoções e enfrentar os problemas.
Mas
por que procrastinamos? Por que deixamos para fazer depois coisas que podem ser
realizadas de maneira simples no momento? Para responder essas e outras dúvidas
relacionadas à procrastinação, convidamos a especialista em fisiologia e
meditadora Debora Garcia
para falar como nosso cérebro atua diante de um trabalho que consideramos
enfadonho e como podemos evitar ter preguiças para realizar tarefas.
"Procrastinar
é uma resposta automática e inconsciente a emoções desconfortáveis.
Procrastinamos até para fazer coisas bobas, como lavar louça e arrumar a cama,
isso porque nosso cérebro entende que é uma coisa chata. Então temos tendência
para evitarmos fazer tarefas que não gostamos de fazer no dia-a-dia.",
assim a especialista começou explicando.
Mas,
indo além de adiarmos fazer tarefas de coisas do nosso cotidiano, também
procrastinamos em fazer coisas maiores e mais complexas, que nos exige mais
atenção, como por exemplo, marcar uma consulta, pagar uma conta e até mesmo
elaborar a nossa aposentadoria. Nesses casos, a especialista pondera que mesmo
adiando, não vamos conseguir fugir das responsabilidades.
"O
nosso cérebro gosta de sentir prazer, então procrastinamos porque é prazeroso.
Quando temos que resolver coisas burocráticas, como por exemplo documentos,
isso pode ser monótono ou até complicado para algumas pessoas, principalmente
nesse momento que temos que resolver pela internet e lidar com os erros de
páginas. É desgastante, trabalhoso, mas não conseguimos fugir, sobretudo se
tratando da nossa saúde, vamos ter que enfrentar", ponderou.
A
consequência de se procrastinar nos estudos e no trabalho é maior
Quando
temos a mania de "deixar para amanhã o que precisamos fazer
hoje", obrigações que podem ser simples de serem resolvidas, acabamos
acumulando serviço e, geralmente, nos damos conta quando temos alguns tipos de
prejuízo. No trabalho e nos estudos isso é mais comum.
Nesses
dois ambientes, Debora Garcia frisa que, além dos profissionais e estudantes
procrastinarem para fazer tarefas enfadonhas, também existe o medo de não
saberem superar os desafios e os medos de quais resultados aquilo pode gerar.
"O medo de fracassar, de não se sair bem, está ligado à procrastinação. Se
o profissional ou o estudante não se sentir seguro naquilo que for realizar,
então protela, deixando para enfrentar a tarefa em outro momento. Ao voltar
para o mesmo ponto, de resolver o assunto, ele pode fugir de novo e assim
sucessivamente", frisou a especialista.
Entretanto,
diferenciando ambos, a meditadora aponta que no campo profissional ter essa
atitude pode ser mais prejudicial. "Cabe para o profissional que, por
exemplo, já não aguenta mais o trabalho, mas a segurança que o serviço lhe
oferece, lhe faz procrastinar sua saída, assim trabalhando de maneira infeliz.
Também vale para o empregado inseguro, mesmo que seja convidado para montar uma
apresentação que lhe custe uma ascensão de cargo, ele vai dar um jeito de
evitar, o que pode prendê-lo em uma situação de insatisfação por muito
tempo", finalizou.
Como
evitar a preguiça e ser mais produtivo no dia-a-dia
É
possível vencer esse mal que nos assola tendo uma boa organização e bom
trabalho emocional. Abaixo, Debora compartilha quatro pilares cruciais para
driblar a procrastinação.
- Organize seu tempo: crie uma agenda ou faça
uma lista com todas as suas tarefas do dia e cada uma feita, dê um
"ok" na frente da atividade. Ao final do dia, com tudo feito,
você se sentirá melhor.
- Tenha habilidade emocional: entenda que as
coisas precisam ser feitas mesmo que lhe gere um desconforto. Além de
identificar as tarefas do dia, é preciso conseguir lidar com as emoções.
- Auto-observação: tente identificar em quais
setores da vida você procrastina. Sabendo delas, fica fácil reverter o
problema
Evite ser perfeccionista: seja mais estimulante consigo
mesmo. Encontre formas para fazer as coisas acontecerem e deixe de se auto
julgar, cobrar
Debora Garcia - Palestrante, professora de meditação,
escritora e mentora, atua no mercado corporativo e para autogestão pessoal.
Formada em Educação Física pela UMESP, especializada em Fisiologia do Exercício
pela UNIFESP, atua também na área de educação corporal por mais de 14 anos,
identificando que as habilidades ou inabilidades internas são pontos limitantes
tanto no desempenho esportivo como na vida
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