Crianças e adultos
que respiram pela boca podem ter complicações
Muitas pessoas desconhecem que fatores externos
podem afetar a saúde bucal, entre eles o modo como
respiramos. Respirar pela boca pode causar muitas alterações no
organismo, pois o ar não é filtrado e nem adequado à temperatura corporal.
Esse hábito pode ocasionar rinites e infecções
recorrentes, promovendo ressecamento da mucosa oral, gengival e até mesmo
cárie, como alerta a Câmara Técnica de Ortopedia Funcional dos
Maxilares do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), presidida
pela cirurgiã-dentista Renata Orsi.
A profissional destaca que crianças que respiram
mais pela boca do que pelo nariz podem ter a arcada dentária alterada e até
mesmo ter o formato do rosto e postura diferenciados. Isso é comum de
acontecer. A diminuição de saliva também pode favorecer a proliferação
dos microorganismos presentes na boca e causar doença gengival e halitose.
"A boca não foi feita para respirar.
A respiração oral certamente provoca dificuldade na deglutição e
mastigação pela alteração da posição da língua, que participa exageradamente
destes processos alterando a configuração da boca”, explica Renata. Ela
garante que esse problema deve ser tratado com atenção.
Entre as soluções estão remover os maus hábitos do dia-dia, ter uma mastigação bilateral e alternada e, quando indicado, realizar tratamentos ortopédicos, atuando diretamente nas alterações promovidas pela respiração nas estruturas faciais e bucais.
Alguns outros problemas podem ser desencadeados devido à respiração pela
boca, como ronco e apneia, já que a entrada do ar é prejudicada quando a pessoa
deita.
Além disso, o chamado respirador bucal (indivíduo
que respira pela boca) costuma ter alteração na postura corporal e
isso pode gerar dor nas costas. Nesse contexto, a cirurgiã-dentista ressalta
que pode ser importante encaminhar o paciente com esse distúrbio para
especialistas como otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos, pediatras e
alergistas.
“É preciso ficar atento e procurar orientação de profissionais capacitados para
solucionar e modificar esse hábito”, conclui a integrante do CROSP.
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