Opinião
A pandemia do novo coronavírus nos trouxe uma série de lições valiosas sobre reconhecimento e valorização de profissões que, muitas vezes, passam despercebidas no cotidiano das grandes cidades. E colocou em uma nova e merecida perspectiva a atuação de profissionais de limpeza.
Como é significativo ver essa nova perspectiva se
espalhando pelo Brasil a cada vez que uma dose da vacina é aplicada em um
trabalhador do setor de limpeza. Esses profissionais estão atuando
incansavelmente desde o início da pandemia no combate à disseminação da
Covid-19. Nos hospitais, são eles que proporcionam a higienização tão
necessária para garantir as melhores condições sanitárias ao ambiente. Assim
como seus colegas da saúde, eles encaram plantões que avançam por dias e noites
em nome de uma missão.
Bons exemplos não faltam para acelerar esse
processo de valorização e reconhecimento. É o caso da encarregada de limpeza
Neura Cordeiro Barbosa, que atua no Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Essa
profissional, que trabalha há quase dois anos na instituição, foi uma das
primeiras pessoas a receber a vacina no Paraná, assim que as primeiras doses
foram disponibilizadas pela Secretaria de Saúde. Essa profissional, tal como
inúmeros colegas, está atuando junto aos profissionais da saúde da linha de
frente. Vaciná-la é um ato simbólico muito importante para que a sociedade
compreenda o quanto os trabalhadores da limpeza, asseio e conservação são
essenciais.
E isso não apenas durante uma pandemia e não apenas
dentro dos hospitais e outras unidades de saúde. A limpeza e desinfecção
correta dos ambientes é indispensável para todos nós. Todos somos beneficiados
quando os espaços de convivência e circulação coletiva são corretamente
higienizados e desinfetados. Ninguém nasce sabendo limpar, essa é uma crença
ultrapassada. Para que os ambientes realmente fiquem livres de contaminação, é
necessário aplicar técnicas específicas com os equipamentos adequados e os
produtos corretos. Só quem pode realizar esse trabalho com excelência são os
especialistas em limpeza, profissionais devidamente capacitados para essa
função.
Não à toa o serviço prestado por esses
profissionais foi, em 2020, reconhecido como serviço essencial no Brasil. A
iniciativa de proteger a saúde dessas pessoas valorosas é louvável e precisa se
expandir, no momento adequado, para os profissionais de limpeza que atuam fora
do ambiente hospitalar. Esses trabalhadores também não pararam um só dia,
garantindo nosso bem-estar e nos possibilitando estar em ambientes sempre
saudáveis.
Cássia Almeida -
superintendente executiva da Fundação de Asseio e Conservação, Serviços
Especializados e Facilities (Facop).
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