Que todos fomos afetados pela pandemia, não é novidade, mas junto à Covid-19, vivenciamos uma enorme ‘infodemia’: uma pandemia de desinformação que tomou conta daquilo que vivenciamos, assistimos, e lemos. E isso vem fantasiado de notícia. O excesso de informações gera confusão, permite que as fake news ganhem espaço e dificulta a consistência de uma comunicação integrada e estratégica.
E quando temos uma ‘infodemia’ que acaba se
alastrando mais rápido do que o próprio vírus? E o que nós, comunicadores,
podemos fazer para combater este mal? O mais importante de tudo é comunicar com
verdade e legitimidade. Ou seja, mesmo que você esteja falando a verdade, se
não acreditar naquilo, seu interlocutor não vai acreditar e a sua marca vai
perder credibilidade. Além disso, listo abaixo os dez pilares de uma
comunicação eficiente que funcionam perfeitamente em tempos de incertezas, como
o que estamos vivendo. São eles:
- Tom
de voz: é
preciso unidade para haver engajamento! Não posso falar com meus clientes
de um jeito diferente daquele que trato com a imprensa; não posso tratar
meus acionistas com teor diferente daquele que utilizo com meus
colaboradores. A unidade na comunicação e o tom de voz alinhado é parte
fundamental do sucesso e do engajamento.
- Branding
e identidade de marca: se minha identidade, minha apresentação
visual e meu conteúdo não forem consistentes, dificilmente terei
engajamento. O respeito ao DNA da sua marca é fundamental na hora de
comunicar.
- Inovação
não precisa ser pirotecnia: é natural que, ao falarmos de inovação -
seja na comunicação ou em qualquer outro âmbito corporativo -, nos
lembremos imediatamente do Vale do Silício e das gigantes da tecnologia.
Mas inovação não é necessariamente pirotecnia. Mais do que isso, é ter
novas ideias que tragam impacto positivo na vida do seu stakeholder.
Um exemplo bastante simples é inovar nos canais: se sua audiência (sejam
clientes, colaboradores, parceiros, acionistas ou sociedade) não gosta de
ler, o que você está esperando para começar a produzir podcasts?
- Antecipe
necessidades: para isso, comunique-se! Pergunte, pesquise, converse, ouça,
analise cases, estude dados. A máxima de que ‘o marketing não questiona
necessidades, ele as cria’ é incrível! Eu vou além: se o marketing cria
necessidades e se a inovação as provoca, a comunicação deve antecipá-las e
solucioná-las. Ao lançar uma nova plataforma para o segmento financeiro
com algum nível de complexidade, em vez de esperar que o cliente traga
dúvidas, é mais eficaz desenvolver os manuais e tutoriais mais completos
que ele já viu.
- Encontre
seus embaixadores: você provavelmente conhece alguém que ama o iPhone e defende a
Apple com unhas e dentes. Você, com certeza, já ouviu alguém elogiando a
experiência que teve com a Nespresso. Ah, se você falar mal da Heineken para
aquele seu amigo, ele vai entrar em uma briga contigo em defesa da
cerveja. Sim, os brand lovers são uma ferramenta
muito poderosa. E não precisamos ir para o segmento de consumo e varejo,
não. Seus colaboradores, clientes e parceiros, se tiverem uma ótima
experiência com seus produtos e serviços, somada a uma comunicação
eficiente, clara, facilitadora e integrada, certamente serão os
embaixadores da sua empresa.
- Dados
não são mais o novo petróleo: porque hoje os dados são absolutamente tudo!
E são eles que vão direcionar a sua estratégia, ser fonte para as suas
análises, ser insumos para suas correções de rota. Avalie quais os dados
mais estratégicos para o seu negócio e conte com profissionais e parceiros
para minerá-los. E aqui, não posso deixar de dizer: olhe com muita atenção
para a LGPD. A Lei Geral de Proteção de Dados é sua aliada e não sua
inimiga.
- Teste
o novo e o diferente: nunca é demais testar opções, pilotar,
experimentar, implementar novidades. Para isso, uma dica importante é:
construa em conjunto, crie com pessoas diferentes, busque a diversidade e
a heterogeneidade. As diferenças trazem riqueza e novas visões. Mais gente
diferente criando e comunicando, significa que mais gente diferente também
entenderá melhor sua mensagem.
- Esteja
atento às novidades: Pix, Open Banking, LGPD, marketing digital,
estratégias de relacionamento, assistentes virtuais, ‘novo normal’. Não
deixe as novidades te ultrapassarem, esteja atento e antenado. Todo bom
comunicador e marketeiro deve reservar parte do seu dia para estudar.
Lifelong learning não deve ser apenas um termo moderno que você cita em
uma palestra ou outra.
- Você
não precisa de tudo ao mesmo tempo: não é porque a empresa tal está no
Instagram, no Facebook e na Globo que você precisa estar. Se sua marca não
tem fit cultural com o Tik Tok, qual a necessidade de estar lá apenas ‘por
estar’? Foco é o rei do processo estratégico.
- E o mais
importante: as pessoas: o foco da comunicação deve ser
sempre o ser humano! Uma comunicação humanizada, feita por e para pessoas.
Uma máxima que sempre persigo com meus times é: digitalizar
sem desumanizar.
Cristiano Caporici -
diretor de Comunicação e Marketing da Tecnobank
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