Uma doença
hereditária, rara, que causa a morte das células do cérebro e afeta em média
uma a cada 10 mil pessoas. Essa é a Huntington, que leva o nome do primeiro
médico a descrever a doença, em meados do século 19.
Sem nenhum
tipo de cura, apenas tratamentos para diminuir os sintomas da doença, o cérebro
é, aos poucos, degenerado devido a uma anomalia cromossômica. As decorrências desse fato são as disfunções dos
movimentos, do comportamento, da capacidade de se comunicar, além de
tremulações, sintomas muito parecidos com a Doença de Parkinson.
A
primeira manifestação da enfermidade é a coreia, movimentos involuntários
repetitivos. Mas sintomas psiquiátricos também são comuns na fase inicial,
muitas vezes sendo percebidos antes do início dos sintomas motores. A porcentagem
de doentes com sinais psiquiátricos, tais como baixa autoestima, sentimentos de
culpa, ansiedade e apatia são relevantes.
O
gene que causa a enfermidade é de característica dominante, ou seja, a chance
de um casal ter um filho afetado, mesmo que apenas um dos pais seja portador, é
alta. Mas ser um portador de Huntington não significa que a pessoa
automaticamente desenvolverá a enfermidade, visto que ela só passa a ter a
patologia assim que demonstra os sintomas.
Apenas
em 10% dos portadores do gene os sintomas são observados na juventude ou na
velhice. Na grande maioria dos casos, eles aparecem entre os 25 e 45 anos. E,
por ser uma doença autossômica, não tem diferenciação de ocorrência para homens
e mulheres.
Porém,
mesmo podendo ocorrer em qualquer pessoa, a anomalia é mais decorrente em
países de predominância europeia, sendo menos comum em regiões de prevalência asiática
e africana, onde sua frequência tem estimativa de 1 em cada 1 milhão de
pessoas.
Pessoas que
manifestam a enfermidade normalmente falecem devido a complicações que surgem
por conta da doença, sendo a pneumonia a principal causa de óbito seguida do
suicídio.
Em dezembro
de 2017, foi feito um estudo no Centro de Doença de
Huntington, da University College London (UCL), na capital inglesa. A
pesquisa se resume a uma droga experimental que se
mostrou capaz de retardar a progressão da doença. Porém não foi feita
nenhuma publicação em revistas científicas sobre o tema, pois o processo da
pesquisa ainda está em fases de testes.
O profissional
indicado para o tratamento é o neurologista por atuar diretamente na região
afetada pela doença, o cérebro. “Para muitas dessas doenças neurogenéticas, como a Huntington, até cinco
anos atrás não havia tratamento específico. Com o avanço da ciência, alguns
tratamentos já são possíveis. Isso não significa a cura, mas já é um grande
passo para melhora na qualidade de vida desses pacientes”, explica o
neurologista José Luiz Pedroso, coordenador do Departamento Científico de
Neurogenética da Associação Paulista de Neurologia (APAN).
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