Atrás apenas da Índia, são
registrados, anualmente, cerca de 30 mil novos casos
A hanseníase, que tinha se tornado
apenas parte de narrativas religiosas e mitológicas da Idade Média, voltou a
ser protagonista no século XXI. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o
Brasil tem em média 30 mil novos casos de hanseníase por ano. No país, a doença
afeta, principalmente, os homens, com mais de 60 anos, da região Nordeste.
A hanseníase é uma doença crônica
infectocontagiosa causada pela microbactéria Mycobacterium leprae que atinge
primariamente a pele e os nervos. Em estágios mais avançados, afeta também os
órgãos internos, como fígado, testículos e a cavidade ocular. “ Os principais
sintomas são manchas com diferentes colorações (vermelhas, brancas ou marrons),
nódulos espalhados pelo corpo todo, perda de sensibilidade tátil, térmica e
dolorosa, dores fortes, inchaços, febre e feridas”, explica a dermatologista
membro da Doctoralia, Vivian
Brazi.
Ainda de acordo com a especialista,
dependendo da fase em que o paciente se encontra, os sintomas podem ser
diferentes. “Nos estágios iniciais, as manchas que se localizam na pele são
discretas. É justamente nesse momento que o diagnóstico deve ser realizado para
que seja feito um tratamento adequado. Já em estágios avançados, os sintomas se
tornam mais evidentes e outras manifestações podem surgir”, ressalta.
Mas não é preciso se alarmar, pois é
difícil contrair a doença. “A hanseníase é transmitida de uma pessoa para
outra, principalmente, pelas vias aéreas e por áreas machucadas da pele e das
mucosas. Para ser infectado é necessário convívio íntimo e prolongado com uma
pessoa doente sem tratamento. Além disso, cerca de 90% da população possui uma
carga autoimune contra a doença, ou seja, o organismo reage antes que ela se
prolifere”, esclarece a Vivian.
Nos casos em que a microbactéria se
instala, o tratamento é realizado de acordo com o estágio da doença.
“Geralmente, são ministrados antibióticos específicos para combater a
microbactéria causadora da hanseníase. A boa notícia é que, logo no início do
tratamento, a doença deixa de ser transmissível”, revela a dermatologista.
Segundo Vivian, não há formas
específicas de prevenir a hanseníase. “A melhor maneira de evitar a
contaminação é com o diagnóstico precoce da doença e com o tratamento adequado
de todos os portadores” finaliza.
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