Especialista
explica por que algumas empresas demoram mais
para
se atualizar tecnologicamente
No mundo dos negócios, cada
vez mais se houve falar em “transformação digital”. Mas qual é o contexto para
essa transformação ocorrer e em que ritmo ela pode se mostrar competitiva? Na
opinião de Adriano Filadoro, diretor-presidente da Online Data Cloud, o
primeiro passo é perceber que um dado isolado não significa nada. Ele só tem
valor quando transformado em conhecimento. E é a partir daí que se pode tomar
uma decisão mais assertiva e partir para a ação.
“As empresas têm se mostrado
bastante inseguras quanto a definir um caminho a seguir. Poucas sabem ler,
interpretar e extrair valor dos dados gerados internamente ou ainda tirar
proveito de dados externos para dinamizar seus negócios. Mas essas poucas têm
conseguido obter novos insights, monitorar o negócio a partir dos dados atuais,
otimizar os processos e monetizar o conhecimento adquirido através da análise
dos dados. Isso é transformação digital. Os CEOs que largaram na frente já
estão vendo suas pequenas melhorias digitais aumentarem os lucros”, avalia o
executivo.
Filadoro observa que muitas
organizações estão voltando suas atenções para a área de TI, trazendo-a para o
núcleo dos negócios, com novo status e importância renovada em vantagem
competitiva. "Muitas companhias querem desenvolver seus próprios programas
e aplicativos, maximizando os dados obtidos e os convertendo em novos negócios.
Neste ponto, os CIOs podem contribuir muito com os CEOs para definir novos
critérios de sucesso, novos objetivos para os negócios digitais. Tudo começa
com essa definição, e só a partir daí é que se poderá quantificar e ranquear os
dados mapeados, criando mais valor para a organização, fornecendo recursos de
TI compatíveis com as prioridades do negócio”.
A seguir, Filadoro aponta os
CINCO principais impedimentos para uma transformação digital bem-sucedida:
- Crer que transformação
digital é pegar algo que é analógico e simplesmente torná-lo digital. “Muito ao contrário,
embarcar numa transformação digital é se dar oportunidade de revisar e até
mesmo de mudar completamente o modo como as coisas vinham sendo feitas na
empresa. A transformação bem-sucedida requer uma abordagem multifuncional,
com forte integração entre departamentos que até então caminhavam de certa
forma sozinhos. Não raro, as equipes de engenharia, vendas e marketing
estarão alinhadas, assim como TI, comunicação, marketing e logística.
Enfim, são muitas as combinações que vão surgir com o objetivo de ganhar
eficiência e lucrar mais.”
- Falta de sintonia na equipe. “Um grande problema que
costuma ficar evidente logo no início de todo processo de transformação
digital é o descompasso entre as pessoas e os objetivos da empresa. Sendo
assim, a primeira coisa a fazer é envolver todas as instâncias importantes
nesse processo, comunicando claramente os objetivos e principalmente
descrevendo os desafios que todos terão pela frente – num ambiente
colaborativo.”
- Exagerar na medida. “O segredo para uma
transformação digital consistente é pensar grande, mas agir com moderação.
Grandes empresas, pioneiras da transformação digital, tropeçaram em erros
que poderiam ter sido previstos se tivessem sido mais cautelosas. Não
basta investir numa grande mudança organizacional se as pessoas não forem
avisadas e treinadas. Não adianta melhorar o desempenho de um único
departamento se logo a seguir o resultado ficar comprometido por falhas de
continuidade. Enfim, é importante definir uma cadeia de mudanças para que,
ao final, tudo esteja funcionando em nível de excelência.”
- Confundir agilidade com
eficiência. “Nem
sempre o que você consegue entregar rapidamente tem qualidade. Ou seja,
não basta ser rápido se a agilidade não estiver intimamente vinculada à
eficiência. Por outro lado, a agilidade organizacional é vista como um
fator competitivo muito forte hoje em dia. É preciso saber exatamente o
que está se passando no mercado, bem como o que se passa dentro da
empresa, para tomar decisões com base em evidências. Além disso, quem
coloca essas decisões em prática rapidamente sai ganhando. Portanto, é
necessário colocar todo foco antes no desempenho, para que a transformação
digital seja apoiada em ações concretas e certas.”
- Reagir negativamente às
quebras de paradigma. “Hoje em dia não há mais lugar no mundo para esse tipo de
pensamento: ‘Nós chegamos até aqui fazendo tudo deste jeito e é assim que
vamos continuar’. É fundamental observar melhor os movimentos do mercado
global, encarando os disruptores com curiosidade. Em última instância,
eles indicam uma oportunidade de mudança. Exemplo: não são os aplicativos
de transporte que estão dizimando os táxis, mas um serviço caro e mal
prestado. O mesmo acontece com músicas, filmes, casas etc. O que se vende
é mais que um serviço, é a experiência de resolver tudo mais rápida e
convenientemente. Isso se aplica a muitos negócios. Sendo assim, é preciso
dedicar algum tempo para entender as quebras de paradigmas que estão
ocorrendo no setor antes de definir estratégias.”
Fonte: Adriano
Filadoro - formado em tecnologia com extensão em finanças pela
Fundação Getúlio Vargas – onde atualmente cursa MBA em Big Data e Data Science.
É diretor-presidente da Online Data Cloud, tendo sólida experiência em TI. www.onlinedatacloud.com.br
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