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quarta-feira, 27 de novembro de 2019

No Dia Mundial de Combate à Aids, Seconci-SP dá orientações para a prevenção e tratamento da doença


Do ano 2000 a junho de 2018, registrou-se um total de 717.318 casos de Aids no país


Segundo dados do Unaids, programa das Nações Unidas dedicado às soluções para o combate à Aids, entre 2000 e 2018, o Brasil apresentou um aumento de 21% no número de novos casos de infecções por HIV, vírus da imunodeficiência humana, causador da doença. Ainda no período, registrou-se um total de 717.318 casos da enfermidade no país. Diante deste crescimento, o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) alerta para o Dia Mundial de Combate à Aids, no próximo domingo (1/12), e traz orientações para a prevenção e tratamento da doença.

O clínico geral do Seconci-SP, dr. José Alfredo Penteado, explica que a Aids é causada pelo vírus Imunodeficiência Humana (HIV), que ataca o sistema imunológico responsável por defender o organismo de doenças. “É uma enfermidade silenciosa. Após a infecção, o corpo humano leva de 30 a 60 dias para produzir anticorpos anti-HIV. Há soropositivos que demoram anos para apresentarem os primeiros sintomas e há aqueles que não desenvolvem a doença”, explica o médico. Os primeiros indícios se assemelham a sintomas de resfriados, como febre, mal-estar ou uma gastroenterite, por isso, a enfermidade pode passar despercebida.

Como o vírus está presente no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, a melhor maneira de evitar a contaminação é a prevenção, especialmente com a utilização correta de preservativos, além do uso de agulhas e seringas descartáveis. O contágio também pode ocorrer durante a gestação, logo, é obrigatório por lei que toda gestante faça o teste de HIV logo nas primeiras consultas do pré-natal.

“Hoje, o HIV é uma infecção crônica e não mais letal como no passado. É preciso desmistificar que os portadores da doença estão sentenciados à morte. Por isso, deve-se ter consciência de que, quanto antes o diagnóstico for feito, mais cedo o portador do vírus pode iniciar o tratamento antirretroviral e assim evitar que a infecção evolua para a Aids”, explica o médico.

O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral de forma gratuita no Sistema Único da Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA). Os exames podem ser feitos de forma anônima. Além deles, também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde, pelo número 136.

Penteado ressalta também que o Seconci-SP dispõe de uma estrutura laboratorial completa para a realização dos exames necessários para a detecção da enfermidade, além de uma equipe multidisciplinar capacitada para orientação. Por esta razão, é muito importante que o trabalhador procure atendimento caso tenha alguma suspeita. 


Pré-Exposição e Pós-Exposição à infecção demandam medicamentos distintos

Em 2017, o Brasil passou a ofertar a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) como forma de potencializar a proteção contra o vírus. Destinado especialmente às pessoas com maior vulnerabilidade ao contágio – como profissionais do sexo, casais sorodiferentes, gays, travestis e transexuais –, o medicamento deve ser tomado por via oral diariamente. Hoje, além do SUS, a PrEP também já está disponível em serviços específicos habilitados para oferecê-la.

Como não previne Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), o medicamento deve ser combinado com outras formas de prevenção. Além disso, quando tomado regularmente, seu uso reduz o risco de infecção pelo HIV em mais de 90%.

Após a exposição ao vírus, o Ministério da Saúde oferece atendimento gratuito por meio da Profilaxia Pós-Exposição, ou simplesmente PEP, um tratamento com terapia antirretroviral (TARV) por 28 dias para evitar a sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo de uma pessoa.

O procedimento é indicado para pessoas que podem ter sido expostas ao vírus em situações como violência sexual, relação desprotegida (sem o uso do preservativo ou ruptura) e acidente ocupacional (contato direto com objetos perfurocortantes ou com material biológico contaminados). Para ser eficaz, a PEP deve ser iniciada logo após a exposição de risco, em até 72 horas.

Após diagnosticada a Aids, o tratamento é feito por meio de 22 medicamentos antirretrovirais que são divididos em 38 apresentações, fornecidos gratuitamente pelo SUS. Embora a doença não tenha cura, estes medicamentos combatem o vírus e fortalecem o sistema imune. “Cada paciente demanda uma medicação específica de acordo com o grau da síndrome. Se tomada de forma correta e contínua, é possível aumentar seu tempo de vida e diminuir o risco de desenvolver outras doenças, como tuberculose, pneumonia e câncer”, orienta o médico. Ainda que com todos os atuais recursos de precaução e tratamento ao vírus, a melhor forma de prevenção à doença ainda é o acesso à informação.


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