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sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Além do dentista: bruxismo pode exigir ação multidisciplinar


Nos casos em que o distúrbio é causado pelo estresse, intervenções também devem envolver psiquiatra ou psicólogo


Quatro de cada 10 brasileiros sofrem de bruxismo, mas boa parte nem sabe disso. O bruxismo é uma desordem funcional que se caracteriza pelo ranger ou apertar dos dentes durante o dia ou, de forma mais recorrente, durante o sono. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 30% da população mundial sofre deste mal – entre os brasileiros, a incidência é ainda maior: cerca de 40%.

Boa parcela das pessoas que tem bruxismo não sabe que há algo errado porque, na maior parte das vezes, o distúrbio se manifesta enquanto elas dormem. Quem costuma acordar com dores na mandíbula, no pescoço, na face e nas têmporas deve ficar atento: esses podem ser sinais do bruxismo de sono. O alerta também vale para pessoas que volta e meia se percebem apertando os maxilares e os dentes de forma involuntária durante o dia. Neste caso, o distúrbio é chamado de bruxismo de vigília.

Além das dores na cabeça, outros possíveis sinais do bruxismo são dificuldade de abrir a boca e estalos próximos do ouvido e nas têmporas. O efeito mais imediato do distúrbio é o desgaste do esmalte dental. Com o passar do tempo e dependendo da intensidade da pressão sobre as mandíbulas, podem ocorrer trincas e fraturas capazes de levar à perda completa dos dentes.

Atualmente, uma das principais causas do bruxismo é o estresse, decorrente da ansiedade, o que exige uma análise multidisciplinar sobre cada caso. “Temos que olhar o paciente como um todo, verificando a causa do problema”, explica Edmilson Pelarigo, diretor clínico da OrthoDontic – maior rede de franquias especializada em ortodontia do país. “Senão, vamos resolver a consequência, sem solucionar a causa. E o problema vai voltar.”

Segundo o dentista, em muitos casos os pacientes precisam ser encaminhados a outros especialistas para que a origem do bruxismo possa ser tratada e o distúrbio, eliminado ou minimizado. “Precisamos verificar, por exemplo, se a causa está na ansiedade e no estresse e, se necessário, encaminhar o paciente ao psicólogo ou psiquiatra. O tratamento que tem que ser multidisciplinar”.

Além de buscar uma mudança de hábito que elimine ou reduza a ansiedade e o estresse, o paciente – em muitos casos – pode utilizar uma placa de mordida, que lhe ajuda e proteger a arcada dentária durante o sono, gerando alívio de eventuais dores de cabeça matinais e, em longo prazo, preservando a integridade do esmalte dental e a saúde dentária como um todo.


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