Sempre que se fala em AUTISMO associamos ao termo à
palavra ESPECTRO, porque este transtorno envolve situações e apresentações de
sintomas muito diferentes umas das outras, mas com similaridades, especialmente
na falta de percepção social.
Nem todos têm dificuldade de lidar com pessoas
autistas, considerando-as a princípio “estranhas”, mas no geral, com algumas
informações simples é possível tanto compreender melhor a situação da pessoa
com autismo quanto ter um melhor relacionamento. Desta forma, é de fundamental
importância que informações sejam difundidas ao máximo na sociedade.
Veja a seguir alguns fatos importantes de saber
sobre o TEA (Transtorno do Espectro Autista) de um modo mais geral.
1.
O autismo tem
um ESPECTRO gigantesco – e foi por
isso que, no começo deste artigo, a palavra espectro teve sua definição
informada. Mesmo que se tenha uma ideia de comportamentos comuns ao autismo, um
autista ainda é extremamente diferente dos outros que você conheceu ou teve
contato. O transtorno é o mesmo, mas o restante não!
2.
Rotina e
previsibilidade ajudam na interação –
flexibilidade é uma habilidade importante, mas no caso de pessoas com o
espectro autista, ter uma rotina de tarefas e poder prever situações ajuda a
sentir segurança. Grandes surpresas e mudanças bruscas de planos podem causar
uma grande bagunça nos pensamentos deles e ter um impacto em seu comportamento
social. É como se fosse necessário ter uma agenda interna para se organizar.
Enquanto ela está organizada, tudo fica mais fácil de lidar, para o autista e
para as pessoas que convivem com ele.
3.
A linguagem é
processada de modo diferente
– alguns autistas, dependendo de seu nível de autismo, precisam de mais tempo
para aprender a falar, por exemplo, mas outros têm imensa facilidade. Costuma
ser extrema a relação com a linguagem, para mais e para menos. Os autistas
entendem muito além do que você imagina. Pode ser que pareçam não estar
entendendo, mas a realidade é que estarão muito avançados do pensamento sobre o
que acabaram de ouvir e nem sempre conseguem articular o pensamento com o que
precisam responder. Por esse motivo, muitos pensam que lhes falta entendimento,
quando na realidade lhes sobra e nem sempre querem expressar ou não sabem como
fazê-lo.
4.
Autistas
levam tudo “ao pé da letra” –
linguagem figurada, piadas de trocadilhos e mentiras são problemáticas para o
autista. Tudo o que dizemos é interpretado por eles do jeitinho que foi falado.
O “pé da letra” é como se a letra tivesse pé mesmo, ele não associaria, a
princípio, a algo literal. Certamente, uma vez que lhes é explicado o
significado, conseguem lembrar o que significa, como se fosse um sinônimo e, ao
longo da vida, fazem uma coleção destes sinônimos, o que facilita demais suas
interações.
5.
São
obsessivos com coisas que lhes interessa – todo autista tem um assunto que lhe interessa muito. Interessa tanto,
que se torna até obsessivo encontrar informações sobre o tema até que se esgote
e ele domine completamente aquilo. Pode ser um seriado, um animal, um lugar.
Não importa. Se lhe chama a atenção, se torna perito em pouco tempo. O tema
pode mudar durante sua vida, algumas vezes, mas tudo o que ele gostar muito
terá sua atenção incondicional. Esta obsessão pode, inclusive, prejudicar para
aprender outras coisas, então é importante que aprenda a regular seu tempo para
a pesquisa do tema amado.
6.
Autistas
precisam de auxílio nas relações sociais – este é o grande nó do transtorno e o ponto mais em comum para todo o
espectro. Alguns darão a impressão de serem isolados do mundo e outros de
pertencerem demais, mas se você prestar muita atenção nos comportamentos, verá
que na verdade todos têm dificuldade na interação, tanto os distantes quanto os
que excedem, porque não percebem bem as relações humanas. É preciso que alguém
lhes informe como se comportar em determinadas situações para aprender melhor
como interagir.
7.
Eles possuem
alguns sentidos mais aguçados do que o normal – autistas possuem uma sensibilidade maior em
alguns de seus sentidos. O auditivo parece predominar neste caso. Muito barulho
costuma causar perturbação na maioria deles, mas pode se manifestar em outros
sentidos, como no paladar, quando não conseguem comer determinados alimentos
por causa de sua textura ou no olfato, quando sentem cheiros excessivamente a
ponto de ser incômodo.
8.
Eles não são
distantes, são diferentes – nem todos
nós temos o mesmo senso de distância social. Em alguns países, culturalmente
falando, a distância para conversar com uma pessoa deve ser maior, senão é considerada
inclusive falta de educação. O mesmo acontece com os autistas. Não é que sejam
pouco amorosos ou distantes das pessoas. Ocorre que são apenas diferentes. Eles
têm afeição ao seu modo próprio e possuem dificuldade em demonstrar, mas
precisam de interação como todos nós, porém ela acontece de um modo peculiar.
Ele tem que ter empatia pela pessoa, confiar nela e só então consegue criar
laços. Nem sempre demonstra, mas eles certamente existem.
Não é nem tão difícil assim entender um
autista, quando se consegue compreender o modo como vê o mundo. Claro que há
níveis, então autistas mais severos são mais difíceis de entender, porque se
mostram menos do ponto de vista de interação social. O que precisamos é
compreender as diferenças para conseguirmos enxergar além dos preconceitos em
relação ao que nos é estranho. Se conseguir alongar seu olhar e ser informado
sobre o transtorno, perceberá o quanto os autistas podem lhe surpreender!
Janaína Spolidorio - Especialista em educação é formada em Letras,
com pós-graduação em consciência fonológica e tecnologias aplicadas à educação
e MBA em Marketing Digital. Ela atua no segmento educacional há mais de 20 anos
e atualmente desenvolve materiais pedagógicos digitais que complementam o
ensino dos professores em sala de aula, proporcionando uma melhor aprendizagem
por parte dos alunos e atua como influenciadora digital na formação dos
profissionais ligados à área de educação.
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