Transmissão durante a gravidez pela placenta pode
cegar o bebe. Nos primeiros meses de vida pode causar grave redução da visão.
Saiba como prevenir
A OMS (Organização Mundial da
Saúde) coloca o Brasil entre os países
com menor orçamento para a saúde. Pior, depois de eliminar em 2016 o morbillivirus que transmite sarampo, o país vive
novo surto da doença. O Ministério da
Saúde informa que até agora a campanha de vacinação que termina em 31 de agosto
só imunizou metade das 11,2 milhões de crianças com menos de 5 anos que formam
o principal público alvo.
“As piores sequelas da doença acontecem na
visão de crianças, especialmente quando o vírus é transmitido ao feto durante a
gravidez, através da placenta”, alerta o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do
Instituto Penido Burnier. Isso porque, o bebê nasce com catarata congênita,
doença que responde por 4 em cada 10 casos de perda da visão na infância.
Por isso, ressalta, mulheres em idade fértil que nunca tiveram
sarampo ou que não sabem se foram imunizadas nos primeiros anos de vida e
adultos que não tomaram a vacina devem procurar pela imunização e tomar as duas
doses de vacina no intervalo de um mês. . Quem já passou dos 50 anos não
precisa ser vacinado porque a maioria das pessoas nesta faixa etária já teve
sarampo e por isso é imune à doença.
Sequelas da catarata
congênita
O
médico explica que entre crianças ou idosos as características da catarata são
idênticas: o cristalino do olho fica opaco e impede que as imagens cheguem à
retina, levando à cegueira se não for tratada.
A
diferença é que no caso da catarata congênita a visão está em desenvolvimento.
Por isso a falta de diagnóstico logo no início da vida pode acarretar outras
doenças. Uma delas é a ambliopia ou olho preguiçoso que acontece quando só um
olho é atingido pela catarata. “O esforço visual para enxergar com o olho de
melhor visão anula o desenvolvimento do outro”, afirma. Outras sequelas oculares que podem estar
associadas à catarata congênita são: nistagmo (movimentos não coordenados dos
olhos), estrabismo (desalinhamento dos olhos), fotofobia (aversão à luz) e
dificuldade de fixação do olhos.
Diagnóstico
Queiroz
Neto afirma que o diagnóstico da catarata congênita é feito através de um exame
barato e indolor. Trata-se do teste do olhinho, que deve ser realizado logo que
o bebê nasce e está em vias de se tornar obrigatório em todo o país. É feito
com um oftalmoscópio, espécie de lanterna com a qual o médico joga luz sobre o
olho do bebê. Quando a luz emite um reflexo vermelho contínuo significa que o
olho é saudável. Se o reflexo for descontínuo ou não for emitido indica catarata
congênita.
Tratamento
O
oftalmologista diz que a cirurgia com implante de uma lente intraocular que
substitui o cristalino opaco também é indicada no tratamento da catarata
infantil. O procedimento, comenta, deve ser só feito quando o bebê completa
três meses. Isso porque, proporciona melhor recuperação da função visual e pode
induzir ao glaucoma se for realizado antes .
Ele
destaca que o comprometimento dos pais é essencial para que a criança tenha boa
visão. Isso porque, é necessário
estimular o desenvolvimento da visão e ter acompanhamento com um oftalmologista
a cada 3 meses após a cirurgia.
Lesão na córnea
“O
sarampo contraído antes de tomar a primeira dose da vacina pode causar lesões
na córnea e em alguns casos requer transplante para garantir a recuperação da
visão”, alerta. A dica do médico para evitar sequelas mais graves nos bebês é
manter atenção sobre os sintomas típicos do sarampo: manchas brancas na mucosa
da boca, febre, tosse, coriza, febre alta e manchas vermelhas no rosto, atrás
da orelha e depois no tronco. Bebês com estes sintomas devem ter acompanhamento
de um oftalmologista, salienta.
Prevenção entre
gestantes
O
único remédio para sarampo é a vacina. As dicas do oftalmologista para
gestantes se protegerem da doença durante a gravides são:
·
Lavar as mãos com frequência com água e sabão,
ou então utilizar álcool em gel.
·
Não compartilhar copos, talheres e alimentos.
·
Procurar não levar as mãos à boca ou aos olhos.
·
Sempre que possível evitar aglomerações ou
locais pouco arejados.
·
Manter os ambientes frequentados, sempre limpos
e ventilados.
·
Evitar contato próximo com pessoas doentes.
·
Proteger a boca e o nariz quando espirrar ou
tossir.
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