Veste terapêutica traz benefícios a
pessoas com lesões neurológicas
Uma veste terapêutica (órtese dinâmica),
desenvolvida por um brasileiro para ajudar o filho com paralisia cerebral, vem
auxiliando pacientes em todo o mundo. Segundo Mariana
Carvalho Krueger, fisioterapeuta, especialista neurofuncional, PediaSuit
avançado (USA) e sócia do CERNE
– Centro de Excelência em Recuperação Neurológica de Curitiba, o PediaSuit é um
tratamento intensivo, desenvolvido com base na medicina espacial e aplicado em
pacientes com algum tipo de lesão neurológica.
“O PediaSuit foi inspirado em uma roupa criada nos anos 70, por cientistas
russos, para o uso dos astronautas que chegavam do espaço com dificuldades
motoras, perda de movimentos, massa muscular e estrutura óssea debilitada. O
traje terapêutico ajuda a neutralizar efeitos nocivos ao corpo do paciente,
como a perda de densidade óssea, alteração da integração das respostas
sensoriais, atrofia muscular, alteração da integração das respostas motoras,
alterações cardiovasculares e desequilíbrios dos fluídos corporais”, explica.
A fisioterapeuta esclarece ainda, que por ser tratar de uma terapia intensiva, o
protocolo, é aplicado em pacientes acima de dois
anos, e feito diariamente, por três a quatro horas, com duração
média de quatro semanas por módulo, variando de acordo com cada caso. “O
paciente é vestido com uma órtese dinâmica com touca, colete, short, joelheiras
e calçados adaptados interligados por bandas elásticas ajustáveis, que podem
aplicar axialmente no corpo uma descarga de 15 a 40 Kg. A veste tem a função de
criar uma unidade de suporte para deixar o corpo o mais próximo possível do
funcional, restabelecendo o correto alinhamento postural e a descarga de peso
que são fundamentais na modulação do tônus muscular da função sensorial e
vestibular”.
As
atividades terapêuticas são realizadas no spider e monkey,
uma espécie de gaiola usada para
exercitar o paciente, a fim de aumentar a capacidade de isolamento das ações desejadas
e fortalecimento dos grupos musculares responsáveis por essas
atividades. “O uso da
ferramenta possibilita ganho de amplitude de movimento, de força muscular e
flexibilidade das articulações, melhora o equilíbrio corporal, as habilidades
funcionais e ajusta o padrão da marcha”, relata a especialista.
O tratamento é indicado para pacientes
com paralisia cerebral, autismo, síndrome de Down, acidente vascular
encefálico, traumatismo crânio encefálico, entre outros. Entre os
benefícios proporcionados ao paciente, a especialista destaca o aumento da
densidade mineral óssea, da força muscular, propriocepção, equilíbrio,
coordenação motora, consciência corporal, modulação de tônus postural e do
alinhamento biomecânico. “Esse programa visa atingir o potencial
de cada paciente e resulta em ganho de qualidade de vida, desenvolvimento motor
e independência na realização das atividades funcionais”, finaliza
Mariana.
Sobre o CERNE:
O Centro de Excelência em Recuperação
Neurológica conta com uma equipe multiprofissional, composta por
fisioterapeutas, fonoaudióloga, musicoterapeuta, psicóloga, terapeuta ocupacional,
psicopedagoga, educador físico e enfermeiro. A clínica tem a proposta de
oferecer um outro olhar da recuperação da saúde, mais humanizado e
personalizado de acordo com as necessidades e demandas do paciente, a fim de
facilitar a sua inserção na sociedade. Além de garantir qualidade no
tratamento, por meio de um processo padronizado onde o paciente encontra todas
as terapias no mesmo local e de forma integrada, o Centro conta ainda com a
experiência de suas sócias, a terapeuta ocupacional Syomara Cristina Smidiziuk
e a fisioterapeuta Mariana Krueger, uma das primeiras profissionais capacitadas
para a aplicação da técnica de Neuromodulação Transcraniana na Região Sul. A
sociedade é complementada por Canrobert Krueger, engenheiro de computação e administração.
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