Estudos comprovam que o tempo de dupla antiagregação após
o implante de stents coronários pode ser reduzido de um ano para um a três
meses, contribuindo para minimizar os riscos de complicações hemorrágicas
associadas ao uso destas medicações.
Durante o 39º Congresso da Sociedade de Cardiologia do
Estado de São Paulo, que aconteceu entre os dias 31 de maio e 2 de junho,
o Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês promoveu um simpósio satélite
com o tema “Controvérsias em doença arterial coronária – do diagnóstico ao
tratamento”.
Um dos tópicos debatidos no evento foi o tratamento da
doença arterial coronariana com stents farmacológicos de última geração, que
permitem a diminuição do tempo de uso de medicamentos que inibem a formação do
coágulo no interior das artérias e dos stents, os antiagregantes plaquetários.
Desta forma, diminuem o risco de sangramento, que podem ocorrer pelo uso dessas
medicações. Isto se torna particularmente importante em pacientes idosos,
aqueles com câncer em quimioterapia, insuficiência renal ou em uso crônico de
anticoagulantes, que apresentam alto risco de sangramento, como os explica a
Dra. Maristela Monachini, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês.
Com o uso destes novos stents, será possível promover
maior índice de cicatrização das coronárias, no menor tempo possível. “A
cicatrização é diretamente dependente do stent utilizado, da técnica utilizada
e principalmente, do grau de inflamação gerado em todo o processo”, afirma o
cardiologista Dr. Alexandre Abizaid, médico cardiologista e hemodinamicista do
Hospital Sírio-Libanês e um dos responsáveis pelo estudo.
Doenças cardiovasculares
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de
Cardiologia, cerca de 310 mil pessoas morreram no Brasil, só em 2017,
devido a problemas no coração. Entre 2004 a 2013, as doenças cardiovasculares
foram responsáveis por mais de 3,15 milhões de mortes no país. Segundo Abizaid,
inicialmente imaginava-se que a eficácia dos fármacos antiproliferativos era a
chave para resolver os eventos indesejados no tratamento da doença coronária
com stent. Os dispositivos metálicos com polímeros bioreabsorvíveis ou não
poliméricos são atraentes alternativas para tornar os procedimentos mais
seguros, pois diminuem o risco da formação de coágulos no local do stent.
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