Nem sempre é possível emagrecer
com facilidade; alterações metabólicas podem dificultar o retorno à forma
física
Muita coisa!
A dificuldade de emagrecimento normalmente está associada,
entre outras causas, à Síndrome Metabólica, grupo de fatores de risco
metabólicos comumente coexistentes que, se não tratados, levam a uma série de
desequilíbrios no organismo (como doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2),
incluindo o acúmulo de gordura no fígado. Segundo o Dr. Guilherme Andrade,
gastroenterologista do Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho, isso
é mais comum do que se imagina.
“A gordura no fígado indica que algo não vai bem. O problema é
mais comum em diabéticos e pessoas com alterações nos níveis de colesterol e
triglicerídeos que, aliados à obesidade, compõem a Síndrome Metabólica”,
explica o médico e complementa: “O ganho de peso, especialmente naqueles com
aumento da circunferência abdominal, altera a forma como a gordura é
metabolizada e, com isso, o corpo tende a acumulá-la nas vísceras abdominais,
como o fígado”.
Segundo estimativas, a doença do fígado gorduroso está presente em
até 30% da população urbana geral e em até 50% em pessoas acima de
55 anos. Desse número cerca de 30% são obesos. O problema tem sido
encontrado com mais frequência nos jovens, com diagnóstico em até 20% dos casos
das crianças com sobrepeso na faixa de 15 a 19 anos.
Essa é uma condição que pode permanecer silenciosa por anos, mas,
se não tratada, pode evoluir para condições mais graves como hepatite gordurosa
ou ainda cirrose, tal como por álcool.
Emagrecimento
Quando a Síndrome Metabólica e a gordura no fígado estão
associadas em quem está com excesso de peso, os cuidados para um emagrecimento
saudável devem ser redobrados. Colocamos a seguir algumas dicas:
- Mudança
de dieta: alimentos ricos em gordura devem ser evitados para
não agravar o acúmulo da substância no organismo já sobrecarregado. Frutas,
vegetais, carnes magras e alimentos integrais são a melhor opção.
- Exercícios
físicos: antes de iniciar uma atividade física que vá além da
caminhada, procure um médico para avaliação cardiopulmonar e
musculoesquelética. A gordura no fígado e a Síndrome Metabólica estão
associadas a uma maior incidência de doenças do coração e isso precisa ser
descartado para que as atividades sejam realmente bem indicadas.
- Acompanhamento
médico periódico: a partir do diagnóstico, o paciente deve ser avaliado
com frequência a ser definida conforme o caso. O objetivo é identificar outras
alterações do organismo e se há progressão da doença de base com consequente
aumento do acúmulo de gordura.
“Muitas pessoas ainda olham para alguém obeso ou com sobrepeso e
pensam que isso é pura falta de cuidado. Nem sempre é assim. Por outro lado, é
importante não deixar os problemas se agravarem e procurar ajuda”, finaliza o
Dr. Andrade.
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