Ambos têm a quase mesma probabilidade de ter
infertilidade. Homens ainda buscam menos auxílio médico
A
infertilidade masculina é um tema de grande importância e tem ganhado
relevância à medida que tabus e conceitos pré-estabelecidos têm sido
desconstruídos. Nos casais que apresentam dificuldades para engravidar, o mais
comum ainda é que as mulheres sejam as primeiras a buscar auxílio médico, mas a
origem do problema não está, necessariamente, ligada a elas. Estudos comprovam
que, em 40% dos casos, os homens são os responsáveis pela infertilidade de um
casal, número idêntico à representação feminina.
Segundo
o Dr. Mauro Bibancos, andrologista e especialista em medicina reprodutiva do
Grupo Huntington, a ideia de que as mulheres são mais inférteis é apenas mais
um dos mitos que acompanha o tema. “É comprovado cientificamente, por exemplo,
que é possível que um homem que já tenha tido filhos com outras mulheres seja o
lado infértil do casal. As causas variam e podem se desenvolver com os anos”,
explica.
Estudos
apontam que a varicocele, doença que se assemelha às varizes - por conta da
dilatação das veias -, é responsável por 40% dos casos de infertilidade em
homens, pois diminui o número ou a qualidade dos espermatozoides que são
produzidos. “Ela não apresenta sintomas, mas pode aparecer em forma de inchaço
na bolsa escrotal ou apenas ser percebida pela dificuldade de concepção”,
esclarece o médico.
Também
existem fatores e hábitos que podem interferir na fertilidade, como o
tabagismo, o consumo de bebidas alcoólicas e de drogas recreativas, o uso de
anabolizantes, a falta de preocupação com a alimentação e até mesmo a exposição
diária à poluição. O médico ainda pontua que “os homens estão buscando mais
informações sobre sua saúde e isso ocorre especialmente em meses de campanhas
de conscientização - como ocorre agora, no Novembro Azul”.
Como
descobrir que está infértil?
Em
todos os casos, a infertilidade e suas causas só serão descobertas em visitas a
médicos especializados. O Dr. Bibancos comenta que, apesar do aumento do número
de homens que têm buscado assistência médica, a procura tardia ainda é um
problema, pois não permite acompanhar o histórico do paciente e dificulta a
identificação das causas e, consequentemente, o tratamento mais indicado. “Na
hora de cuidar da saúde reprodutiva, levamos em consideração, além dos exames,
uma série de fatores que variam de pessoa para pessoa, fazendo com que o
tratamento seja diferente em cada caso”.
O
espermograma é o principal exame para diagnosticar a infertilidade. Ele é
realizado a partir da coleta do sêmen e tem como objetivo avaliar sua
qualidade. Para isso, são levadas em consideração a capacidade de movimentação
do espermatozoide e a morfologia, uma vez que os de formado oval, sem defeitos,
são mais competentes para fertilização natural do óvulo. O número de
espermatozoides também serve como base para avaliação e, para que a
infertilidade seja constatada, são necessários dois ou três exames.
Sempre
que alguma anormalidade for percebida no sistema reprodutor de homens ou
mulheres um especialista em reprodução humana deve ser consultado. “Os casos de
infertilidade diminuirão à medida que as pessoas estiverem cientes dos
benefícios que o cuidado com a saúde reprodutiva traz para a vida”, completa o
Dr. Bibancos.
Huntington
Medicina Reprodutiva
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