Cuidados com a higienização
ambiental são fundamentais para evitar reações alérgicas, alerta especialista
do Seconci-SP
Os ácaros são organismos extremamente
pequenos, visíveis apenas por microscópio, mas que podem causar grandes
transtornos para a saúde. Para que provoquem uma reação alérgica, porém, é
necessário que a pessoa já tenha algum problema. “Geralmente, acometem aquelas
que têm asma ou rinite, alergias respiratórias mais comuns”, explica a
otorrinolaringologista do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), Adriana Albarello.
As rinites alérgicas são enfermidades
crônicas provocadas pelo contato com alérgenos (substâncias que o organismo
considera estranhas), como ácaros, poeira, pelos de animais, mofo, perfume,
produtos de limpeza, tinta, fumaça de cigarro, entre outras.
Segundo a médica, a rinite alérgica
tem características hereditárias, entretanto, pode se manifestar em uma pessoa
que não nasceu alérgica, mas possui um sistema imunológico que desenvolve uma
resposta exagerada quando entra em contato com algum alérgeno.
Cuidados com a higiene ambiental
“É muito importante evitar o contato com o ácaro, que
prolifera na poeira doméstica, especialmente nos lençóis e travesseiros,
tapetes, colchões, cobertores, carpetes, cortinas e bichos de pelúcia. Por
isso, o ambiente deve ser bem ventilado, cuidadosamente limpo e, de
preferência, ensolarado”, recomenda a dra. Adriana.
Sintomas
Quanto maior a exposição aos alérgenos, maior será a
quantidade de anticorpos produzidos e mais intensos os seguintes sintomas:
edema da mucosa que leva à obstrução nasal, coriza, espirros, coceira no nariz,
na garganta e no céu da boca.
Tratamento
“Existem vários medicamentos que podem aliviar os sintomas
ou prevenir as crises da rinite alérgica. Ao primeiro grupo pertencem os
descongestionantes e os anti-histamínicos, ambos para uso tópico ou sistêmico;
ao segundo, os estabilizadores de membranas e os corticosteróides. Nenhuma
dessas drogas é isenta de efeitos colaterais adversos e eventualmente podem ter
graves consequências. Por isso, devem ser utilizadas somente quando prescritas
por um médico e na dosagem recomendada”, afirma a médica.
Segundo a dra. Adriana há também vacinas para o tratamento
das rinites alérgicas, disponíveis em clínicas privadas. Elas são preparadas
com base nos resultados de testes cutâneos, de acordo com as características de
cada paciente. “O tratamento é longo, porém quando feito corretamente, diminui
a sensibilidade do doente aos alérgenos”, disse.
A médica alerta para o uso dos descongestionantes nasais,
que são vasoconstritores. “Eles garantem alívio imediato, mas precisam ser
usados com cuidado. O uso contínuo do remédio vicia, fazendo com que o
organismo precise cada vez de quantidade maior para ter o mesmo resultado. A
longo prazo, os descongestionantes podem danificar a mucosa nasal (necrose),
provocar problemas cardíacos, aumento de pressão e, até mesmo, causar parto
pré-maturo”, afirma.
Recomendações
- Lembre-se de que prevenir é o melhor remédio. Por isso, todo o
cuidado na limpeza da casa para diminuir a proliferação dos ácaros é pouco;
- Mantenha os ambientes arejados e expostos ao sol durante a maior
parte do tempo;
- Não use vassouras e espanadores. Dê preferência aos aspiradores
com filtro e use um pano úmido para remover o pó dos móveis e do chão;
- Evite bichos de pelúcia nos quartos das crianças. Opte por
brinquedos de plástico;
- Procure acostumar seus animais de estimação a viver fora de casa.
Não os deixe subir nos estofados nem nas camas onde as pessoas dormem;
- Use soro fisiológico para limpar e hidratar o nariz;
- Adote um estilo de vida saudável. Evite alimentos industrializados
e com condimentos. Se, por acaso, algum alimento for responsável por
desencadear as crises, elimine-o da sua dieta;
- Não use remédio sem receita. Procure sempre um especialista.
Para os funcionários da construção civil, principalmente
os pintores que têm contato diário com tinta, cimento e solvente, a médica
recomenda muita proteção, uso de máscaras e lavagem nasal frequente.
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