Anomalia acomete
homens, mas o gene responsável é herdado pelo lado materno
Apesar de não ser considerado um problema de
risco, o daltonismo é uma alteração no funcionamento da visão que exige cuidado
e muita atenção.
Segundo a médica associada da Sociedade
Brasileira de Genética Médica – SBGM, Juliana M Ferraz Sallum, o padrão de
herança é ligado ao X recessivo e causa alteração na visão das cores,
principalmente entre o vermelho e verde e dos tons terra da mistura destas duas
cores.
- Como os homens só tem um cromossomo X, se esse
tiver uma mutação a doença aparece.
As mulheres têm dois cromossomos X, então se
tiver apenas um mutado será portadora do gene alterado, mas não apresenta a
doença. Entretanto poderá passar para seus filhos com risco de 50%.
Os filhos homens que receberem o gene serão
daltônicos. As filhas terão visão de cores normal, mas serão portadoras do
gene, com risco de transmitir para seus filhos - explica a oftalmogeneticista
associada da SBGM, Juliana M Ferraz Sallum.
A identificação é possível, geralmente, a partir
de cinco anos de idade nas consultas oftalmológicas. É comum que aos 5 anos
seja possível fazer um teste de Ishihara, que apresenta pontos coloridos que
formam números. A percepção dos números por um daltônico é diferente do
indivíduo normal. A médica explica que não há indicação de avaliações no
pré-netal pois o problema não é grave ou debilitante. O diagnóstico pode ser
feito pelo teste de cores nos primeiros anos de vida.
- O sequenciamento do gene relacionado ao
daltonismo é possível mas só tem uso para pesquisa. Não há mudança na conduta
clínica, por isso o teste genético não tem indicação - completa.
Todo daltonismo é genético, mas não há indicação
de tratamento. Hoje, existem lentes de óculos que ressaltam as tonalidades
vermelhas. Alguns daltônicos tem curiosidade de experimentar essas lentes para
ter uma percepção mais próxima dos indivíduos com visão de cores normais. Em
estudos experimentais já se inseriu o gene da opsina por Terapia Gênica em
primatas. Mas como se trata se problema que não causa limitação na capacidade
visual, não há indicação da aplicação desta terapia em homens daltônicos.
Marcelo Matusiak e Francine Malessa
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