Viajar
é sempre bom, mas a experiência é ainda melhor se estivermos em boas
companhias. E para quem tem cães ou gatos em casa, a parceria do amigo de
quatro patas é fundamental em todas as horas, ainda mais em um lugar distante.
Alguns têm receio de sair de férias com os pets, preferindo deixá-los em um
hotel próprio ou sob os cuidados de alguém de confiança. Tudo para evitar
“situações de estresse”. O raciocínio de preservar os animais é totalmente
correto, porém, com algumas precauções, é possível mudar de ambiente e causar o
mínimo possível de desconforto, levando seu amigo com você nas viagens.
A
primeira preocupação deve ser com o transporte. Se a viagem for de avião, é
importante planejar vacinas e providenciar os atestados de saúde e segurança
exigidos pelas companhias aéreas. Nesses casos, cada uma delas tem a sua
cartilha e vale conferir os antecedentes desses vôos - há histórias lamentáveis
de animais perdidos ou maltratados por empresas de aviação e por isso é
essencial se informar antes de comprar as passagens. Se o destino for outro
país, é provável que existam regras de quarentena e necessidade de uma série de
exames. Um processo muito longo e desgastante só pode ser feito se for
inevitável, pensando na saúde do pet.
Quando
o percurso é realizado de automóvel, o conforto é igualmente uma questão
delicada (inclusive, uma pesquisa feita no Reino Unido indicou que 89% dos
motoristas aceitariam comprar carros adaptados para seus pets). O bichinho deve
contar com uma caixa de transporte e estar sempre protegido por um cinto de
segurança, afinal ver cães ou gatos soltos, com a cabeça para fora de um carro,
é até bonitinho, mas aumenta o risco de acidentes e representa uma infração de
trânsito. Além desses cuidados, é recomendável que se faça uma parada a cada
duas horas para descanso. Mas, pelo risco de enjoos, água e alimentos devem ser
oferecidos com moderação - o ideal é fazer um planejamento para que o animal
não consuma nada algumas horas antes de sair de casa até a chegada ao destino.
Ao
chegar ao destino, a alimentação normal deve ser retomada. Uma boa dica para
ajudar na adaptação é espalhar brinquedos e objetos conhecidos, a fim de passar
uma sensação maior de segurança. O ambiente pouco familiar tende a causar
ansiedade e pode levar a possíveis problemas gastrointestinais, como diarreias.
Pensando nisso, a mala ideal para confortar o pet deve conter também itens
como: comedouro próprio; vasilha para água própria; roupas e mantas; protetor
solar e bags para coletar fezes; entre outros artigos específicos para cada
raça.
Cães
ou gatos podem se irritar muito saindo de casa, mas não devemos, de forma
alguma, medicá-los com calmantes sem a orientação de um médico veterinário.
Para deixá-los mais tranquilos, uma boa opção é caminhar com eles algumas horas
antes, um hábito que sempre ajuda a relaxar o animal. A própria caixa de
transporte pode ser encarada como uma experiência menos traumática se os pets
forem acostumados com elas desde novo.
Felinos,
com maior frequência, tendem a ficar agitados quando mudam de rotina ou chegam
a um lugar novo. Para amenizar o sofrimento, existe no mercado a opção de
feromônio de ambiente, um produto concebido para esse tipo de situação. Outra
possibilidade é levar objetos com o cheiro do animal ou, ainda, esfregar
suavemente uma toalhinha em todo o rosto do gatinho, para em seguida, passar
nos objetos, móveis e paredes.
Por
último, mas não menos importante, um alerta deve ser feito: algumas regiões do
Brasil são endêmicas de dirofilariose (doença conhecida como “verme do
coração”, que pode levar o pet à morte). Se esse for o caso do seu destino de
viagem, é preciso providenciar uma medicação prévia. Afinal cada pequeno
detalhe deve ser levado em conta para assegurar que nossos amigos também
aproveitarão – sem traumas – esse momento especial.
Mariana Martins - especialista da Magnus, uma
das principais fabricantes de alimentos para cães e gatos do país.