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sexta-feira, 7 de abril de 2017

VEGETARIANISMO NA INFÂNCIA É POSSÍVEL?



 Nutricionista e consultora da Superbom explica se a dieta é aconselhável para as crianças


A dieta vegetariana está a cada dia mais atraindo novos adeptos, pois além de oferecer uma alimentação saudável também contribui para o meio ambiente e respeita os direitos dos animais. Recentemente, a Universidade de Harvard (EUA) divulgou um estudo que avalia as causas de mortes por qualquer motivo e constatou que pessoas que consomem proteína animal, principalmente a carne vermelha, possuem até 2% a mais de chances de falecimento; se o indivíduo possuir doenças cardiovasculares, esse número aumenta para 8%. Já para quem escolhe proteínas vegetais, o risco de morte por qualquer causa cai até 12%.

Porém, apesar de diversos benefícios e da popularidade em alta, ainda existem muitas dúvidas relacionadas à dieta, principalmente quando se trata da alimentação das crianças. Um dos principais questionamentos é se a restrição de alimentos pode prejudicar o crescimento dos pequenos, contudo diversos médicos e estudiosos garantem que não existem riscos, desde que os pais contem sempre com o acompanhamento de um nutricionista.

Segundo Cyntia Maureen, nutricionista e consultora da Superbom, empresa alimentícia especializada na fabricação de produtos saudáveis, tirar a proteína e outros alimentos de origem animal da dieta das crianças só terá problemas se a substituição não for feita da maneira adequada. “Os pais têm um papel muito importante na alimentação dos pequenos. Crianças que conhecem alimentos variados tendem a manter uma alimentação mais rica em vitaminas e nutrientes ao longo da vida. Com o consumo de proteínas vegetais originárias apenas da natureza, a criança vegetariana terá uma alimentação mais saudável, favorecendo seu desenvolvimento em todos os âmbitos”, comenta Cyntia.

A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) classifica quatro tipos de dieta vegetariana: ovolactovegetariana (sem carne, mas com ovos, leite e derivados); lactovegetariana: (sem carne e ovos, mas com leite e derivados); ovovegetariana (sem carne, leite e derivados, mas com ovos) ou vegetariana estrita (sem carne, leite e ovos). Para a consultora da Superbom, “se seguidas e acompanhadas por um médico ou nutricionista todas são recomendadas para as crianças”.

Abaixo, Cyntia pontua alguns nutrientes que demandam atenção especial na dieta das crianças vegetarianas, sendo estes importantes para o equilíbrio de suas necessidades:

  • Ferro
O ferro é encontrado em vegetais verde-escuros como couve, espinafre e rúcula e em leguminosa, onde podemos citar os feijões, ervilha e a lentilha. Porém, é recomendado que este seja consumido associando-o uma fonte de vitamina C para que seja melhor absorvido.

  • Proteínas
Dependendo da dieta incorporada, os vegetarianos podem encontrar proteínas em ovos, leites e derivados. No caso dos veganos, opções como tofu, soja, cogumelos, grãos e leguminosas podem ser ingeridos e irão compensar tranquilamente as proteínas animais.

  • Zinco
Apesar de ser encontrado em abundância na carne, o zinco também está presente em grãos e leguminosas como o feijão, cereais integrais e castanhas. Uma dica que contribuir com a digestão destes, é deixá-los de molho antes do preparo, assim o fitato presente não prejudica sua assimilação pelo organismo.

  • Cálcio
Muitos acreditam que o leite é o alimento que possui maior quantidade de cálcio, mas este não é o melhor nem a principal fonte deste nutriente. Podemos encontrar cálcio em frutas como damasco, figo e tangerina e também em verduras verde-escuras como brócolis e, principalmente, a couve.  Para saber o quanto a criança precisa, é necessário o acompanhamento regular de um nutricionista, pois alguns alimentos são mais absorvidos que outros.

  • Vitamina B12
A vitamina B12 está presente em todos os alimentos de origem animal, sendo, praticamente ausente em alimentos vegetais. Sendo assim, para crianças que seguem a dieta vegetariana estrita, é necessário o uso de suplementação específica prescrita unicamente por um pediatra ou nutricionista.




ACIDENTES DOMÉSTICOS: O PERIGO MORA EM CASA!



Ser curiosa e explorar ao máximo o ambiente em que vive é da natureza de qualquer criança. Isso é essencial e faz parte do seu desenvolvimento normal, mas muitas vezes expõe os pequenos aos perigos no dia a dia. Os diversos locais da casa tornam-se cada vez mais atraentes aos olhos deles e a partir deste momento, por mais que os pais e cuidadores sejam precavidos, aparecem as situações de risco.

 Sabendo de tudo isso, cabe aos papais, com o auxílio e as orientações do seu pediatra, identificar quais são os riscos e como preveni-los de maneira eficiente para tornar a casa um ambiente seguro e agradável.

Infelizmente, os acidentes domésticos representam uma preocupante causa de procura ao pronto socorro, sendo inclusive um dos principais responsáveis por hospitalizações e até de óbitos de crianças e adolescentes. Uma pesquisa do Ministério da Saúde publicada recentemente mostra que este tipo de acidente (incluindo quedas, queimaduras, intoxicações e afogamentos) ainda é a principal causa de óbito em crianças de até nove anos.

Os acidentes não ocorrem por acaso e a prevenção é a única medida eficaz. Cada local da casa tem suas particularidades que podem colocar em risco a saúde e o bem-estar de nossos filhotes. Desta forma, iremos hoje chamar a sua atenção para estes detalhes e sugerir medidas simples que podem evitar que estes acidentes ocorram. 


Cozinha, área de serviço e despensa:

Não à toa, a cozinha carrega a fama de ser o local mais perigoso da casa. Algumas medidas de prevenção são muito importantes e os papais não devem se esquecer delas:

  • As crianças pequenas adoram entrar na cozinha e colocar as mãos na porta do forno. Para evitar este tipo de acidente, coloque uma barreira de proteção (portão) para filhotes menores de 2 anos;
  • Panelas de fervura devem ficar nas bocas de trás do fogão, com os cabos virados para o fundo (cuidado com panelas de fundo amassado que balançam durante o uso);
  • Nunca se esqueça de que quando menos esperamos, os pequenos podem puxar a toalha da mesa derrubando os objetos como xícaras, bules, etc., que contêm líquidos quentes em cima deles;
  • Mantenha facas e utensílios cortantes em locais altos e de difícil acesso
  • Não deixe as crianças sem supervisão na cozinha;
  • Atenção redobrada nas janelas das cozinhas e nas áreas de serviço (frequentemente os pais não colocam redes de proteção nestas janelas). De maneira geral, não se esqueça de que sua rede de proteção tem vida útil e deve ser trocada periodicamente;
  • Armazene adequadamente os produtos de limpeza e os demais produtos químicos da casa (especialmente os cáusticos), e preferencialmente em locais altos. Além disso, nunca troque o frasco original, armazenando-os em frascos de refrigerante por exemplo. A suspeita da ingestão de uma substância corrosiva deve ser considerada uma emergência e nunca deve ser induzido o vômito nestas ocasiões;
  • Tomadas elétricas devem estar com protetores;
  • Baldes e bacias com água devem estar tampados ou mantidos em locais altos;
  • O tanque de lavar roupa deve estar bem fixo e nunca deve ser mantido cheio de água.

Banheiro
  • Cuidado com a temperatura do banho de nenéns, que devem ser de 37 graus;
  • Tenha tudo em mãos para não precisar se ausentar e deixar o pequeno sozinho na banheira;
  • Não permita que crianças maiores regulem sozinhas a temperatura do banho;
  • Evite deixar pisos molhados. Coloque tapetes anti-derrapantes dentro e fora do box;
  • Mantenha o banheiro bem ventilado. Aquecedores a gás e chuveiros elétricos devem sempre estar em bom estado de conservação;
  • Guarde cosméticos em locais seguros;
  • Atenção a medicamentos! Eles também devem ser guardados no alto e em locais de difícil acesso (especial atenção a remédios de uso controlado);
  • Mantenha tampas de vaso sanitário fechadas e com trava no caso de ter crianças pequenas em casa.

Quarto das crianças
  • Atente aos brinquedos de peças pequenas e/ou de má qualidade que possam desmontar ou que tenham baterias que possam ser facilmente alcançadas pelos pequenos. Eles adoram ingerir estas pequenas baterias, que são potencialmente tóxicas para o nosso organismo;
  • Os brinquedos devem ser guardados para evitar tropeços e quedas;
  • As camas devem ter proteções laterais e os espaços das grades distâncias de 5 a 7 cm para que não prendam a cabeça. Evite brincadeiras de risco, como pular na cama;
  • Muito cuidado com beliches ou camas semelhantes;
  • Os móveis, de maneira em geral, devem ter proteções nos cantos ou bordas arredondadas. Evite móveis embaixo das janelas;
  • Assim como toda a casa, as janelas devem ter rede de proteção.

Na casa de maneira geral:
  • Evite ter raticidas, pesticidas, bolinhas de naftalina ou produtos tóxicos. Caso seja essencial, mantenha-os em locais trancados;
  • Atenção com armazenamento de bebidas alcoólicas, cigarros, isqueiros e fósforos;
  • Aparelhos eletrônicos devem ter os fios presos;
  • Mantenha a casa com iluminação clara, escadas bem iluminadas e com piso antiderrapante. No caso de crianças menores, é essencial um portão evitando o acesso às escadas;
  • Evite uso de tapetes ou cole-los com fita adesiva no chão;
  • Tenha luzes de emergência para situações de falta de iluminação. Evite o uso de velas;
  • Piscinas devem estar cercadas e os pequenos sempre monitorados durante o seu uso. Lembre-se de que um balde de água ou uma banheirinha de plástico são suficientes para uma criança pequena se afogar.
Estar atentos ao ambiente, aos hábitos dos filhotes e antecipar-se às situações de risco representa a única forma de evitar estes temidos e potencialmente graves acidentes.



Dr. Marco Aurélio Safadi (CRM: 54792) - parceiro da NUK e professor de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e coordenador da Equipe de Infectologia Pediátrica do Hospital.



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