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quarta-feira, 5 de abril de 2017

Trombose venosa profunda: voos longos podem arruinar mais do que o passeio



Especialista aponta 5 dicas para quem já está com o voo marcado


Um dos efeitos da globalização é que as pessoas têm mais vontade de viajar, de conhecer novas culturas e países. Mas um voo direto para os Estados Unidos, por exemplo, costuma levar em média 11 horas; para a Europa, 13 horas. Pessoas chegam a voar 36, 38 horas com escalas para visitar países da Ásia e Oceania. Isso significa que se acomodam na poltrona e passam horas sentadas na mesma posição, a dez ou doze quilômetros de altura. Segundo os médicos, quanto mais tempo a pessoa passar sentada, maior será o risco de sofrer uma trombose venosa profunda (TVP). Trata-se da formação de trombos, uma coagulação do sangue no interior dos vasos sanguíneos, que podem oferecer alto risco de mortalidade se houver como desdobramento a embolia pulmonar.

De acordo com Ronald Flumignan, cirurgião vascular e ecografista vascular do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo, o tipo mais comum de embolia pulmonar é aquele que se forma a partir do desprendimento de um coágulo de sangue – geralmente, um que tenha se formado na perna ou região pélvica (TVP). “Pessoas que passaram muito tempo em repouso, acamadas, ou que fizeram voos longos, têm um risco aumentado para a trombose e suas complicações. Voos com mais de quatro horas de duração já são preocupantes, mas os que mais representam risco para os pacientes são aqueles com mais de 12 horas de duração. Por isso é fundamental, diante dos primeiros sintomas, não perder tempo e seguir com diagnóstico e tratamento. Vale lembrar que o fator de risco ‘idade’ é um dos mais importantes, principalmente quando diz respeito a um paciente com mais de 60 anos. Ou seja, quanto mais idade o passageiro tiver, há mais chances de sofrer TVP e suas complicações”.

Na opinião de Flumignan, inclusive, as companhias aéreas que fazem voos de longa duração deveriam incentivar mais os pacientes a esticar e movimentar as pernas durante a viagem. “A trombose venosa profunda, como o próprio nome diz, é um trombo (coágulo) formado em veias profundas da perna. Essa condição geralmente provoca dor, inflamação e inchaço. Se o trombo se desprende da parede do vaso, há risco de circular pela corrente sanguínea e bloquear a artéria que alimenta os pulmões, causando a embolia. Esse é o principal motivo de morte relacionada à trombose venosa. Como há casos de TVP assintomática, ou seja, sem provocar alertas como dor ou inchaço, é fundamental que as pessoas conheçam os fatores de risco e avaliem se vale a pena fazer viagens longas e com voos diretos. Os que optam por fazer voos longos deveriam tomar precauções, como mudar de posição durante o voo, levantar e andar periodicamente, tomar muita água e ainda, os que podem, deveriam usar meias elásticas durante toda a viagem”. 

O médico explica que os fatores de risco mais comuns, depois da idade ou de o paciente já ter enfrentado outros episódios de TVP, incluem: histórico familiar, imobilidade, câncer, uso de determinados contraceptivos ou terapia de reposição hormonal, gravidez, insuficiência cardíaca, obesidade, tabagismo e até mesmo varizes. “Se, depois da investigação clínica, houver suspeita de trombose, é indicado fazer um eco-Doppler colorido, também conhecido como ultrassonografia vascular, para avaliar as condições dos vasos – não só das pernas, como também dos braços e barriga. Trata-se de um exame não invasivo, sem dor, sem contraindicações, e que revolucionou o tratamento vascular. Quando bem executado, por um médico experiente e qualificado, em equipamentos adequados, a qualidade das informações obtidas com esse exame auxilia o cirurgião vascular a determinar o tipo de tratamento ideal para pacientes com problemas nos vasos – desde os mais frequentes, como varizes, até os mais graves, como a trombose venosa”.

Além disso, Flumignan explica que esse exame aponta a exata localização das veias e artérias, indicando se estão funcionando bem ou se há alguma obstrução (trombose), por exemplo. Segundo ele, a trombose pode ocorrer em qualquer vaso do corpo, seja artéria ou veia. “Mais do que um mapeamento vascular, o eco-Doppler é fundamental, hoje em dia, para que o cirurgião vascular possa identificar e tratar casos mais graves, identificando o potencial risco de uma trombose venosa profunda. Diante desse recurso, é possível, inclusive, orientar pacientes com risco aumentado para TVP a não fazer voos longos, sem escala. Ou mesmo avaliar se um determinado paciente irá se beneficiar com o uso das meias elásticas para prevenir trombose. Afinal, o que muita gente desconhece é que nem todos os pacientes  podem usar essas meias. Para os que podem, elas de fato reduzem o risco de trombose durante voos prolongados – com evidências médicas de alta qualidade”.

Ainda com relação ao uso de meias elásticas, o médico ressalta que problemas como oclusão arterial grave nas pernas, por exemplo, contraindicam seu uso – já que isso poderia agravar o quadro arterial e trazer complicações como feridas ou até mesmo amputação. Flumignan também ressalta que alguns pacientes precisam usar medicações, como os anticoagulantes, antes de viagens longas. “Na dúvida, a melhor maneira de saber se pode ou não usar uma meia elástica, se é necessário também usar alguma medicação ou não, é consultar um médico vascular de sua confiança. A avaliação do especialista, com base em exames complementares – como o ultrassom vascular – vai direcionar a conduta médica em cada caso em particular”.

Para aqueles que já estão com o voo marcado, o especialista dá cinco dicas de ouro:


-  Procure se levantar a cada duas horas de voo e caminhar pelo corredor;

- Sentado, procure fazer movimentos circulares com os tornozelos e esticar os joelhos;

-  Se não houver contraindicações, use meias elásticas prescritas por um médico vascular;

-  Vista roupas leves e confortáveis;

- Procure ingerir bastante água durante o voo. Isso vai mantê-lo hidratado e fazer com que se levante para ir ao toalete algumas vezes. Além disso, a desidratação pode facilitar o surgimento de trombos.






Fonte: Dr. Ronald Flumignan - cirurgião vascular e ecografista vascular do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo – www.cdb.com.br




Qual a pior coisa que poderia acontecer? Ficar cego, as pessoas dizem



Um estudo recente de pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins descobriu que a maioria dos americanos considera a perda de visão a pior doença que pode acontecer a eles



Um ensaio publicado no The New York Times, em novembro de 2016, por Edward Hoagland, escritor, romancista, 84 anos, amante da natureza e de viagens, vem causando repercussão, pois expressou temores comuns sobre os efeitos da perda de visão sobre a qualidade de vida.

Hoagland, que ficou cego há cerca de quatro anos, projetou uma profunda tristeza ao descrever os desafios que ele enfrenta ao derramar café, para chegar ao banheiro, localizar um número de telefone, encontrar a comida no prato e saber com quem ele está falando, isso para não falar das compras e viagens, quando ele, muitas vezes, tem que depender da bondade de estranhos. E, naturalmente, ele lamenta profundamente não poder admirar a natureza, que inspirou a sua escrita, embora ele ainda possa ouvir os pássaros nas árvores, as folhas se mexendo com o vento e as ondas quebrando na praia.

Hoagland não está sozinho em sua angústia. De acordo com a Action for Blind People, uma ONG britânica, aqueles que perderam alguma ou toda a visão "lutam com uma gama de emoções: choque, raiva, tristeza, frustração e depressão".

“Quando a visão falha, algumas pessoas se tornam socialmente desengajadas, o que leva ao isolamento e à solidão. A ansiedade sobre uma série de questões - quedas, erros de medicação, perda de emprego, erros sociais - é comum”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion (CRM-SP 13.454), diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.



Enfrentando a cegueira

Um estudo recente de pesquisadores do Wilmer Eye Institute, da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, descobriu que a maioria dos americanos considera a perda de visão a pior doença que pode acontecer a eles, superando condições como perda de membros, memória, audição ou fala, ou ainda descobrir que tem  HIV / AIDS. “De fato, a baixa visão fica atrás da artrite e das doenças cardíacas como a terceira causa crônica mais comum de deficiência em pessoas com mais de 70 anos”, diz Virgílio Centurion.

Cerca de 23,7 milhões de adultos americanos relataram em 2015 que eram incapazes de ver ou tinham dificuldade em ver mesmo com lentes corretivas. Este número pode dobrar até 2050 com base no envelhecimento da população e no aumento da prevalência de doenças que podem causar perda de visão. No entanto, o estudo do Wilmer Eye Institute, com 2.044 adultos, descobriu que muitos americanos não têm conhecimento das doenças e dos fatores que podem colocar sua visão em risco e quais as medidas que podem tomar para reduzir seu risco.

A mensagem mais valiosa advinda do estudo sobre a perda de visão é a importância de fazer um exame completo do olho pelo menos uma vez, a cada dois anos, se não anualmente. Muitas condições de perda de visão podem ser efetivamente tratadas se detectadas precocemente, em muitos casos limitando ou eliminando os danos à visão.



Conhecer as doenças oculares

Quatro doenças oculares - degeneração macular relacionada à idade, retinopatia diabética, glaucoma e catarata - são responsáveis ​​pela maioria dos casos de cegueira de adultos e de baixa visão entre pessoas nos países desenvolvidos. Ao contrário de muitas outras doenças associadas com o envelhecimento, elas não causam dor e, muitas vezes, não apresentam sintomas iniciais e, portanto, não fazem o paciente automaticamente procurar cuidados médicos. Mas um exame completo, feito por um oftalmologista, pode detectá-las em seus estágios iniciais, iniciar um tratamento que possa retardar ou interromper sua progressão ou, no caso de catarata, restaurar a visão normal.



Catarata

“As cataratas são a causa mais comum de perda de visão entre as pessoas com mais de 40 anos. Elas formam uma nuvem gradual no cristalino, um tecido normalmente transparente atrás da íris e da pupila que ajuda a focar imagens na retina. Conforme as cataratas progridem, torna-se cada vez mais difícil ver claramente, prejudicando a capacidade de ler, dirigir ou reconhecer rostos”, afirma Virgílio Centurion, autor do livro Cirurgia de Catarata com Femtosegundo, CICAFE, pela editora Cultura Médica.

Prevenir ou retardar o desenvolvimento da catarata envolve proteger os olhos de danos causados ​​pelo sol, não fumar, consumir uma dieta rica em vegetais e frutas e, se o paciente tiver diabetes, manter o açúcar no sangue sob controle.

No passado, os oftalmologistas geralmente aconselhavam os pacientes com catarata a esperar até que a catarata estivesse avançada ou “madura”, antes de removê-la cirurgicamente. Isso não é mais o caso hoje. A cirurgia de catarata agora é feita quando a condição começa a afetar a qualidade de vida de uma pessoa ou interfere na sua capacidade de realizar atividades normais.

“A cirurgia é quase sempre realizada sob anestesia local em regime ambulatorial. Se ambos os olhos têm catarata, como é geralmente o caso, o segundo olho é tipicamente tratado algumas semanas após o primeiro para evitar o risco raro de uma infecção pós-operatória em ambos os olhos. A operação envolve a remoção da lente nublada e, na maioria dos casos, a substituição por uma lente artificial clara que, muitas vezes, dá ao paciente uma visão melhor do que a que ele tinha, mesmo antes de desenvolver catarata”, conta Centurion.



Degeneração macular

“A degeneração macular, uma das principais causas de perda de visão entre os americanos de 60 anos ou mais, envolve uma perda irreversível de células retinianas que rouba a visão central necessária para ler, assistir a um programa de TV ou identificar um rosto ou objeto à sua frente. Existem dois tipos, seca e úmida. No tipo seco, as células sensíveis à luz na mácula, uma estrutura próxima ao centro da retina, gradualmente se danificam. No tipo úmido, vasos sanguíneos anormais crescem sob a mácula”, afirma o oftalmologista Juan Caballero, que também integra o corpo clínico do IMO.

Para diminuir o risco de degeneração macular ou retardar sua progressão é recomendável não fumar, comer muitos vegetais verdes folhosos escuros, usar óculos escuros para bloquear a luz ultravioleta e tomar um ou mais suplementos formulados para apoiar a saúde macular. “Existem também tratamentos específicos para a doença em sua forma úmida, incluindo cirurgia a laser, terapia fotodinâmica e fármacos que são injetados no olho para retardar o crescimento de vasos sanguíneos anormais”, diz Juan Caballero.



Retinopatia diabética

“A retinopatia diabética, causa da maioria dos casos de cegueira em adultos americanos, também afeta a retina sensível à luz, prejudicando a visão de mais da metade das pessoas com diabetes com 18 anos ou mais. A prevenção mais eficaz é manter um nível normal de glicose no sangue através de medicação e um equilíbrio adequado de dieta e exercícios. A glicose no sangue deve ser monitorada rotineiramente, a pressão arterial elevada efetivamente tratada e o tabagismo evitado completamente”, destaca Caballero.



Glaucoma

“O glaucoma, outra causa principal de cegueira, envolve um aumento na pressão do fluido dentro do olho que danifica o nervo óptico. Afeta mais de quatro milhões de americanos, cerca de metade dos quais não sabem que têm a doença, e é especialmente comum entre negros e hispânicos. Pode ser detectado com um exame oftalmológico abrangente, que deve ser feito anualmente por negros  e aqueles com uma história familiar da doença. Embora o glaucoma não seja curável, o tratamento para reduzir a pressão no olho é feito com colírios, e, em alguns casos, medicamentos ou cirurgia podem controlar a condição”, afirma a especialista em glaucoma do IMO, a oftalmologista Márcia Lucia Marques (CRM-SP 110.583).






IMO, Instituto de Moléstias Oculares





Pode comer chocolate sim!



Chocolate, pode? Pode sim. Então aproveite a Páscoa, mas fique atento. A nutricionista Tamara Hamnle diz que o segredo do sucesso no emagrecimento é o equilíbrio entre o que o organismo precisa e o que se está fornecendo a ele. No caso, existem muitos benefícios no consumo de chocolate, mas sempre em porções moderadas, pois também é alto o valor de calorias e gorduras. Bom senso e moderação, essas são as palavras-chave para esta época do ano que consumimos muito mais chocolate.

“Dentro do consultório aconselho o consumo da versão amarga e meio amargo, pois contém maiores quantidades de cacau, ou seja, possui mais propriedade de nutrientes do que a versão ao leite”, explica Tamara. A nutricionista desaconselha o consumo do chocolate branco, pois não possui as mesmas propriedades benéficas e tem um teor maior de gorduras.


História do chocolate

A origem do consumo de chocolate é bastante antiga. Civilizações maias e astecas já usavam o cacau (chamado xocoalt) como matéria prima de bebidas para rituais religiosos e somente a elite poderia fazer o uso. Temperavam com especiarias, 
geralmente pimenta, baunilha e anis, e acreditava-se que combatia o cansaço (além de ser afrodisíaco). Além disso, as sementes de cacau eram usadas como dinheiro e moeda de troca muito valiosa.

Com a conquista dos espanhóis sobre o império Asteca, Cortés levou a bebida para a Europa, que considerou o paladar muito amargo. Diferentemente da população indígena, que consumia a bebida fria, sem nenhum adoçante e naturalmente sem leite, 
os europeus decidiram “temperar” o cacau com canela e açúcar de cana, além de fazer a bebida quente. Foi bastante utilizada pela tripulação espanhola de Cortés, pois acreditavam que uma taça da preciosa bebida permitia aos homens caminhar um dia inteiro sem necessidade de outros alimentos.

Na primeira metade do século XIX, os portugueses já haviam trazido o cacau para o Brasil, que se tornou o maior produtor na época, e hoje essa atividade ainda é bastante significativa.

Hoje, nosso país, além de ser um grande produtor, é também um voraz consumidor do chocolate, que nada tem de parecido com a bebida que se fazia séculos atrás. Mas ele não é um vilão, só evitar o consumo exagerado que se acaba o problema.






Tamara Hamnle-  possui cursos de extensão em Nutrição Materno Infantil e Psicologia Clínica também e MBA em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas, além de fazer parte do grupo de estudos sobre Metabolismo e Obesidade da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Autora do livro Por que Emagrecemos, Por que engordamos, que foi orientado pelo médico Alfredo Halpern, entre 2013 e 2014 (in memoriam).




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