Cuidado! Sua casa pode atrapalhar a conquista de metas em 2025

Quartinhos da bagunça são locais onde a energia fica
estagnada, atrapalhando a prosperidade da casa.  Freepik

Bel e Tef explicam como vazamentos, objetos quebrados, "cantinhos da bagunça" e outros problemas no lar dificultam a realização de objetivos pessoais e profissionais.

 

Chega o fim do ano e, com ele, a vontade de mudar de vida e fazer tudo diferente. As promessas se acumulam: começar a academia, organizar as finanças, aprender algo novo ou fortalecer os relacionamentos. No entanto, à medida que os dias de janeiro avançam, muitos planos começam a desmoronar. Entre as razões para esse cenário, está um detalhe que muitos ignoram: a própria casa pode ser um fator decisivo para o sucesso ou o fracasso das metas.

 

De acordo com Belisa Mitsuse (Bel) e Estefânia Gamez (Tef), arquitetas e especialistas em Feng Shui e sócias do BTliê Arquitetura, a casa é um reflexo direto da vida de seus moradores e pode ser uma grande aliada ou uma dificultadora na busca por metas pessoais e profissionais. “Uma casa organizada e energizada impulsiona a realização dos sonhos. Já uma casa com problemas, como bagunça ou vazamentos, drena a energia e impede o progresso”, explica Bel. Tef complementa: “O lar deve ser um espaço que te acolhe e te fortalece. Se ele está desorganizado ou desequilibrado, as metas também tendem a não se concretizar”.

 

Problemas na casa atrapalham a realização dos sonhos

 

Cantinhos da bagunça, vazamentos, infiltrações e objetos quebrados vão muito além de problemas estéticos. No Feng Shui, eles representam verdadeiros drenos de energia ou pontos onde ela fica estagnada, impedindo o fluxo natural do chi — a energia vital que circula pelos ambientes. “O Feng Shui é uma técnica milenar chinesa que busca harmonizar os espaços para que o chi flua livremente, promovendo harmonia e bem-estar aos moradores”, explica Bel. 

O primeiro passo para essa harmonização é a aplicação do baguá, uma espécie de mapa energético utilizado para identificar as diferentes áreas da vida que cada canto da casa representa. “O baguá é dividido em nove setores, ou guás, que correspondem a aspectos importantes da vida, como prosperidade, saúde, relacionamentos e carreira. Para aplicá-lo, ele deve ser posicionado sobre a planta baixa do imóvel, alinhado a partir da porta de entrada principal da casa ou do cômodo”, detalha a arquiteta.

 

Para identificar as áreas da sua casa, posicione o baguá
sobre a planta baixa do imóvel a partir da parede da porta de entrada.
Crédito: Projetando com Feng Shui

 

No Feng Shui, tudo está interligado: um vazamento, por exemplo, pode simbolizar a perda de recursos e afetar diretamente a área das finanças. Já a presença de objetos quebrados ou acumulados tende a estagnar a energia, prejudicando o fluxo natural das oportunidades e conquistas. Por isso, identificar esses pontos e corrigi-los é essencial para manter a harmonia e o equilíbrio do lar.

 

Pequenas desordens, grandes problemas

 

De acordo com Tef, a bagunça e desorganização impactam diretamente a qualidade de vida do morador. “Por exemplo, aquele quartinho da bagunça ou armário onde a família guarda objetos quebrados que nunca vão pro conserto, roupas velhas e outras coisas sem uso. Essa energia estagnada, caso esteja localizada na área da prosperidade, pode atrapalhar no aumento da renda da família”, afirma a sócia do BTliê Arquitetura.

 

Para quem está solteiro e quer encontrar um novo amor em 2025, a desordem no próprio quarto pode indicar falta de espaço para novas conexões. Segundo Tef, até mesmo a posição da cama no quarto influencia diretamente na chegada de uma nova pessoa na sua vida.

Soluções práticas com Feng Shui

 

Organizar a casa é o primeiro passo para destravar as energias e conquistar as metas de 2025. Confira algumas dicas das arquitetas Bel e Tef.

• Resolva vazamentos e infiltrações: eles representam perda de energia e recursos, impactando diretamente a prosperidade e a saúde emocional dos moradores.
• Livre-se dos objetos quebrados: mantenha apenas itens em bom estado. Objetos quebrados simbolizam bloqueios na vida.
• Elimine os cantinhos da bagunça: organize armários, gavetas e qualquer espaço com excesso de acúmulo. A bagunça é uma energia estagnada, dificultando o progresso.
• Faça uma faxina caprichada: hora de investir tempo em uma limpeza pesada, que arrasta os móveis e tira a poeira de todos os cantinhos
• Renove as energias: com a casa limpa e organizada, abra todas as janelas (e se possível, a porta de entrada) e deixe o ar circular e a luz entrar. “Para aqueles que desejarem ir além, indicamos fazer uma defumação na casa com bastão de sálvia e passar por todos os cantinhos. Sempre mentalizando boas energias para a sua vida e da sua família”, complementa Bel.

 

Conserte vazamentos para evitar que a
 prosperidade "escoe cano abaixo"
 Freepik 

Qual o seu maior desejo para 2025?

 

Se uma casa bagunçada atrapalha a sua evolução, uma casa organizada contribui para a realização dos seus sonhos. Após fazer todo o ritual de limpeza, as arquitetas indicam que o morador, ou a família, escolham um grande objetivo para o ano novo. “Você pode ter uma lista de metas que deseja conquistar em 2025. Mas qual delas é a mais importante? A partir deste entendimento, identifique no baguá da sua casa a área correspondente a essa grande meta e invista na melhoria deste setor”, orienta Tef.

 

Para ilustrar como o Feng Shui pode auxiliar na conquista dos seus sonhos, Bel e Tef compartilham algumas soluções para os desejos mais comuns dos brasileiros.

 

• Ganhar mais dinheiro: identifique onde fica a área da prosperidade na sua casa. “Esse guá é simbolizado pelo elemento madeira, por formas cilíndricas e, claro, pelo dinheiro em si. Para energizar essa área, vale investir em plantas, revestimentos em madeira, cofrinhos ou pratinhos com moedas… O que fizer mais sentido para você e combinar com a sua decoração”, explica Bel.
• Mais amor, por favor!: se a meta é encontrar um amor ou fortalecer um relacionamento, invista no seu quarto. “Tenha objetos em pares próximos à cama: duas mesas de cabeceira, dois abajures, dois vasos com plantas. Isso fortalece os laços entre o casal. O mesmo pode ser feito se você está solteiro, pois simboliza que existe espaço para receber uma nova pessoa na sua vida”, orienta Tef. 
• Emagrecer: passou 2024 brigando com a balança e quer atingir um peso saudável em 2025? Diminua os estímulos para a sua fome. “Os problemas relacionados à saúde de forma geral devem ser acompanhados por um médico, sempre. Mas o Feng Shui pode ser um bom aliado”, alerta Bel. A arquiteta explica que a posição da mesa de jantar e do fogão interferem no peso do morador. “Se a mesa de jantar for o primeiro móvel que você vê quando entra em casa, isso pode enviar uma mensagem pro seu inconsciente que desperte a vontade de comer. Se possível, troque a mesa de lugar. O mesmo vale para o fogão”, orienta. Caso não seja possível mudar a posição destes móveis, Bel sugere investir em algum recurso na decoração que esconda ou que tire o protagonismo deles no seu campo de visão. “Deixar tudo limpo, sem excessos e com cores suaves também pode ajudar na perda de peso”, finaliza.

 

Bel e Tef: Belisa Mitsuse (Bel) e Estefânia Gamez (Tef) são arquitetas formadas pela FAU Mackenzie que encontraram, na união entre técnica e espiritualidade, uma maneira inovadora de atuar no mercado. A amizade profissional das duas começou em um escritório de arquitetura, onde trabalharam lado a lado, e se transformou em uma parceria que culminou na criação do BTliê Arquitetura, em 2014. Inspiradas por sua ascendência japonesa e com uma curiosidade latente pela cultura oriental, Bel e Tef mergulharam no universo do Feng Shui, integrando seus conceitos aos fundamentos sólidos da arquitetura. Esse diferencial permitiu que a dupla desmistificasse práticas supersticiosas e trouxesse uma abordagem prática e transformadora para o mercado brasileiro, rompendo com a visão cética tradicional. Além dos projetos personalizados, voltados para promover harmonia e bem-estar, as sócias expandiram sua atuação com a criação do curso Projetando com Feng Shui, a primeira formação reconhecida pelo MEC como extensão universitária nessa área. Com ele, impactaram não apenas a vida dos clientes, mas também a carreira de outros arquitetos e designers que buscam integrar propósito e técnica em seus projetos.

Vai viajar de carro nas festas? Veja como levar a família toda em segurança

 

Divulgação

Crianças e pets devem usar os dispositivos de segurança indicados pelo Código Nacional de Trânsito e o carro deve passar por uma revisão antes de cair na estrada

Viagens em família são parte das comemorações de fim de ano. E estradas cheias, também. A revisão automotiva antes de sair de viagem é essencial, assim como outros preparativos para que as férias não tragam perrengues. 

Pensando nisso, Felipe Genovesi, Diretor de Vendas e Parcerias da Justos, empresa de seguros que utiliza inteligência artificial, tecnologia e design para oferecer um serviço prático que recompensa motoristas conscientes, preparou algumas dicas para garantir uma viagem sem imprevistos:

• Faça a revisão do veículo

Antes de pegar a estrada, não deixe de realizar uma revisão completa no veículo. Essa manutenção preventiva é crucial para evitar surpresas durante a viagem. Leve seu carro a um mecânico de confiança e verifique itens como óleo do motor, fluidos, filtros, alinhamento e balanceamento das rodas, estado dos pneus, freios, suspensão, sistema elétrico, tanque de combustível e faróis. Cheque também a validade do extintor de incêndio - o item não é mais obrigatório, mas, se estiver no veículo, tem que estar dentro da validade.

 

• Não se esqueça dos documentos pessoais e do carro

 

Certifique-se de levar toda a documentação necessária, incluindo o Certificado de Registro e Licenciamento do Veículo (CRLV), o seguro DPVAT, sua carteira de motorista e os documentos pessoais. Não deixe nada para última hora.

 

• Segurança das crianças: prioridade na estrada

 

Para quem viaja com crianças, a segurança deve ser uma prioridade. A Lei da Cadeirinha estabelece que crianças com menos de 10 anos ou que não atingiram 1,45m de altura devem ser transportadas no banco traseiro, utilizando o dispositivo adequado à sua idade, peso e altura. Certifique-se de que a cadeirinha tenha o selo de certificação do INMETRO e esteja instalada corretamente.

 

• Cuidados com os pets

 

Os pets também requerem cuidados na viagem. Se você vai viajar com seu animal, lembre-se de transportá-lo de maneira segura, seja em uma caixa de transporte ou com o uso de cinto de segurança próprio para animais. O pet deve viajar confortavelmente no banco traseiro e nunca no colo do motorista, para evitar distrações. Vale lembrar que apesar dos doguinhos amarem sentir o vento no rosto, andar com os animais com a cabeça para fora, além de gerar multa, pode ocasionar otite, devido ao vento nas orelhas.

 

• Tenha um seguro de confiança

 

Segundo dados da Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais (CNseg), cerca de 70% da frota brasileira circula sem seguro. Portanto, antes de viajar, é essencial contar com um seguro que ofereça cobertura e suporte em qualquer imprevisto. Considere contratar um seguro digital, como o da Justos, que pode ser facilmente ativado por meio do aplicativo e personalizado conforme suas necessidades de viagem. Durante o percurso, você pode contar com suporte em longas distâncias e, na volta para a rotina, adaptar o plano para o seu dia a dia.

A vistoria digital da Justos permite que novos clientes contratem um plano de forma simples e eficiente. Para a empresa avaliar o carro não é preciso agendar um horário, nem se preocupar com o deslocamento. Basta apenas que o cliente envie no aplicativo as fotos solicitadas que serão analisadas pela inteligência artificial e equipe de especialistas da empresa.

 

• E em caso de imprevistos…

 

Imprevistos acontecem, mas é importante manter a calma e agir corretamente. Se ocorrer um acidente ou pane, pare o veículo em um local seguro e acione seu seguro. Lembre-se de que a assistência estará disponível rapidamente para ajudar.

“A segurança na estrada é responsabilidade de todos. Ao seguir essas dicas, você estará garantindo uma viagem mais tranquila e segura para você e seus familiares, aproveitando os melhores momentos das festas de final de ano com quem você ama”, finaliza Genovesi.

8 dicas para conciliar férias escolares com trabalho

 Para garantir produtividade e diversão para toda a família é importante contar com uma rede de apoio em casa e na empresa

 

Com a chegada das férias escolares, muitos pais, mães e responsáveis pelo cuidado se deparam com o desafio de equilibrar as demandas do trabalho com o tempo livre das crianças. Essa situação pode afetar diretamente a concentração, a produtividade e o engajamento dos profissionais, que enfrentam ansiedade para conciliar responsabilidades familiares e profissionais.

Pensando nisso, a Maternidade nas Empresas, consultoria que atua pela valorização da parentalidade e pela promoção da equidade de gênero nas organizações, traz algumas dicas práticas. A empresa desenvolve ações como a co-criação de estratégias de acolhimento, com foco no bem-estar das figuras parentais e adaptadas a diferentes contextos e realidades, iniciativa já realizada na TIM, buscando soluções para apoiar os profissionais durante o período de férias escolares.

Forme e cultive uma rede de apoio
Para preservar o desempenho e a motivação das equipes, além de assegurar os resultados do negócio, as empresas devem atuar como rede de apoio. Isso pode ser viabilizado por meio de medidas simples, mas extremamente significativas, como a adoção de práticas de flexibilidade e a promoção de um ambiente seguro, onde as pessoas se sintam à vontade para compartilhar desafios e vulnerabilidades.
 

Crie um espaço seguro
Outro ponto essencial é capacitar as lideranças para uma escuta ativa e empática, cultivando uma cultura organizacional mais acolhedora e compreensiva, criando estratégias que apoiem as pessoas a conciliarem os desafios sem perder o foco no resultado do negócio.
 

Diversifique a sua rede de apoio
Conte com a ajuda de membros da família, amigos, colegas de trabalho, babá, escola, entre outras instituições, para dividir a rotina, que pode incluir cuidar das crianças durante algumas horas do dia, enquanto você se dedica ao trabalho, e vice-versa.

Planeje com antecedência
Uma das chaves para manter o equilíbrio entre o trabalho e as férias escolares é o planejamento, por isso, tenha algumas cartas na manga para os dias mais difíceis. Dependendo da idade, incentive a autonomia das crianças, ensinando-as a fazer lanches simples ou arrumar seus próprios brinquedos, por exemplo.

Você também pode investir em atividades que permitam que as crianças se divirtam de forma independente, como oficinas de arte, leitura ou jogos educativos, é uma forma eficaz de garantir que elas se entretenham enquanto você se dedica às atividades profissionais.
 

Comunique-se
Caso seja necessário mais tempo de flexibilidade durante as férias escolares, converse com sua equipe ou liderança. Defina expectativas claras sobre prazos e entregas para garantir que todos saibam como o seu tempo será administrado nesse período. Nesse sentido, é essencial que o profissional verbalize o seu momento e o que precisa.
 

Aproveite o trabalho remoto
Se possível, aproveite a flexibilidade do home office para ajustar seus horários e garantir que possa estar mais presente com as crianças. A flexibilidade de dedicar algumas horas ao trabalho enquanto outras são reservadas para atividades familiares pode ser muito benéfica. Além disso, criar um espaço de trabalho funcional em casa também faz toda a diferença. Ao estabelecer um ambiente confortável e organizado, fica mais fácil separar as responsabilidades profissionais das tarefas domésticas, tornando o dia mais produtivo.
 

Gere conexões nas pausas
Dê pausas ao longo do dia para esticar as pernas, beber água e aproveite para ficar um pouco com as crianças, caso esteja em home office. E para quem não tem a possibilidade de trabalhar em casa, vale uma chamada de vídeo. Esteja presente, mesmo que em momentos breves.

Seja gentil com você e com as crianças
As coisas nem sempre vão sair como você planejou, mesmo que tenha deixado tudo previamente organizado. Alguns imprevistos podem ser tratados com naturalidade. Nesses momentos, o melhor a fazer é lidar com o máximo de leveza e bom humor
 

Maternidade nas Empresas

Fim de ano: livros ajudam crianças a entenderem o encerramento de ciclos

 A leitura fortalece vínculos familiares, cria um ambiente seguro para explorar emoções e se torna uma poderosa aliada na superação de desafios cotidianos

A vida é repleta de mudanças, por isso é fundamental ajudar as crianças a compreenderem e a navegar por transições e encerramentos, contribuindo com o seu desenvolvimento emocional. A literatura infantil pode ser uma aliada poderosa, criando um ambiente seguro e acolhedor para que as crianças possam explorar e dar sentido às suas emoções de forma significativa. 

Para Renata Nakano, idealizadora e diretora geral do Clube Quindim, é preciso atenção: há muitos livros infantis no mercado que acabam reforçando clichês e estereótipos, sem sensibilizar genuinamente o leitor. A escolha criteriosa de livros é essencial para promover leituras que despertem conversas e reflexões críticas sobre sentimentos e sobre os chamados temas difíceis. É preciso também engajamento da família, que tem um papel fundamental na troca com a criança durante a leitura. 

“Há obras transformadoras cuja leitura pode proporcionar momentos únicos em família, fortalecendo vínculos e criando um ambiente seguro onde as crianças podem explorar suas emoções com confiança. Quando pais e responsáveis compartilham essas histórias em uma relação horizontal com a criança, as diferentes percepções e trocas entre adulto e criança criam uma bela oportunidade de aprendizado mútuo, tanto sobre as emoções quanto um sobre o outro", afirma Renata.
 

Conheça algumas dessas obras trabalhadas pelo Clube de Leitura Quindim:

A quatro mãos

Neste livro, acompanhamos a passagem do tempo em uma história que retrata a potência do carinho e do cuidado da família.

Quando as coisas desacontecem

Gabriela queria saber o que acontece com as coisas quando elas desacontecem. Ou seja, quando deixam de ser do jeitinho que são agora. Esta obra poética e sensível nos coloca no mesmo lugar de questionamento da menina Gabriela. São questões delicadas, profundas e existenciais para qualquer idade.

Desesquecida

Aonde vão todas as coisas que perdemos? Para a pequena narradora destas reflexões, tudo deve parar num mágico lugar com nosso próprio nome, mas... e as pessoas e os animais também vão para lá?

Um fio de esperança

O livro Um fio de esperança fala sobre um tema bastante sensível: a iminência da morte de alguém que amamos. Abordar temas densos na literatura infantil causa em alguns adultos um pouco de medo, de receio em expor a criança a alguma dor. Sabemos, porém, que se acessarmos as nossas memórias da infância, que ela não está tão protegida assim, e que vivenciamos desde os primeiros anos sentimentos dolorosos como o medo e a angústia.

Greg, o menino que morava em um trem

Nesta obra, conhecemos Greg, um menino que mora em um trem com seu pai e sua mãe. A vida dessa família atravessa pontes, morros, túneis escuros, seja em dias ensolarados ou dias de temporais. E a vida de todos nós não é assim, cheia de encantos e desencantos, encontros e desencontros, de emoções e surpresas?

 

Clube de Leitura Quindim 

Síndrome Pré-Férias: Conselhos da psiquiatra Dra. Maria Fernanda Caliani

 Você já se sentiu completamente exausto, irritado e desanimado logo antes de um período de folga ou férias? 

 

Pois é, esse sentimento não é incomum, e apesar de não ter um nome oficial, alguns profissionais de saúde chamam de "Síndrome Pré-Férias".

 

De acordo com psiquiatra Dra. Maria Fernanda Caliani, a Síndrome Pré-Férias é aquela sensação de cansaço extremo e falta de paciência que muitas vezes sentimos antes de um período de descanso agendado. 

 

"Nosso cérebro, sabendo que há um período de descanso se aproximando, começa a implorar por um tempo para respirar", diz a Dra. Fernanda.

 

A psiquiatra explica ainda que, assim como a exaustão ocupacional, essa síndrome não é um diagnóstico médico oficial, mas especialistas concordam que ambos são consequências reais do estresse crônico no ambiente de trabalho se não forem devidamente gerenciados. 

 

"É fundamental reconhecer esses sinais e buscar maneiras de gerenciar o estresse antes que ele se torne insuportável", adverte a médica.

 

Fique alerta com sintomas comuns, por exemplo:

• Fadiga

• Irritabilidade

• Cinismo

• Queda na Produtividade

 

Os principais desencadeadores incluem altas demandas de trabalho, baixo controle sobre as tarefas e o esgotamento causado pela expectativa de entrar em um período de férias.

 

Mas como lidar com a Síndrome Pré-Férias?

 

A chave está em cuidar de si mesmo! 

 

"Reconheça quando você está começando a se sentir assim e aposte em momentos de pausa e descanso durante a sua rotina, mesmo que pequenos, para ajudar a prevenir esses níveis perigosos de esgotamento," sugere a psiquiatra, que é especialista em terapia cognitiva comportamental.

 

 

As previsíveis previsões de Ano-Novo

Minha previsão para 2025 é de que os astrólogos brasileiros tentarão se organizar para serem a aceitos na Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), e terão chances razoáveis de sucesso. A evidência que apresento é o seguinte trecho da edição mais recente do guia astrológico Almanaque do Pensamento:

“Sol e Saturno, juntos, reforçam a necessidade de investimentos na educação, nas universidades e no setor de pesquisas (...) Esse alinhamento indica um tempo de maior consciência (...) sobre o melhor aproveitamento de talentos universitários, com ênfase em investimentos na produção de ciência e inovação”.

 

Forte indício de que os vates das estrelas finalmente notaram que a única condição sine qua non para se conquistar respeitabilidade acadêmica no Brasil é dizer, em tom solene, que a universidade é importante e precisa de mais dinheiro, todo o resto (incluindo detalhes como bases racionais e validade científica) sendo perfeitamente negociável. Os exemplos da homeopatia e da psicanálise estão aí, e não me deixam mentir.

 

Enfim, chegou a hora de meu último artigo do ano, aquele que tradicionalmente dedico às previsões para o Ano-Novo.

 

Técnica em ação

O leitor frequente deste espaço já está familiarizado com a fórmula ideal da obra profética clássica, composta pelos seguintes ingredientes: quantidade (preveja muito, quem sabe dá para acertar alguma coisa por sorte?), bom-senso (preveja coisas perfeitamente razoáveis e esperadas, como uma crise econômica, o divórcio de uma celebridade), generalidade (diga coisas que podem ser interpretadas de várias maneiras e aplicadas a diferentes situações), imprecisão (evite fornecer detalhes claros de tempo, local, use verbos-fuinha como “pode” e “tende” etc.) e risco (em alguns poucos casos, escolhidos a dedo, viole as regras da generalidade e da imprecisão: se por acaso você acertar, o impacto será enorme).

 

Uma previsão genérica e imprecisa, quando bem construída, é uma espécie de parasita que se alimenta da tendência humana de preencher lacunas e imputar sentidos de forma quase automática a sentenças ou imagens que, a rigor, não querem dizer nada. O mesmo mecanismo que nos faz ver, digamos, a silhueta de uma santa católica numa mancha de umidade na parede pode nos levar a concluir que a seguinte previsão (publicada pelo site Personare ano passado) fazia referência ao time do Botafogo:

“O entusiasmo pelo esporte pode encontrar outras formas de se manifestar. Como Júpiter está conjunto a Urano, é importante também destacar que o lado repentino de times que podem disparar”.

 

Uma leitura atenta, no entanto, mostra que nem sequer o esporte a que a previsão se refere – “time” pode ser uma referência a basquete, vôlei, futebol de salão e uma infinidade de outros esportes coletivos – é, de fato, mencionado. E logo no parágrafo seguinte, a profecia arremata: “Tudo estará mais sujeito a imprevisibilidade, tanto para surpreendendo para melhor como para, literalmente, tirar de jogo de uma hora para outra”.

 

Lidos em conjunto, os dois parágrafos se reduzem a: algo surpreendente talvez aconteça em algum esporte. No fim, o que temos é um exemplo do uso de generalidade e imprecisão para escorar uma obviedade. Não é algo fácil de se fazer: requer talento e treino.

 

Ano passado, comentei que o ingrediente final da profecia clássica – a pitada de previsões arriscadas – andava ficando escasso. De tudo que o Personare havia previsto para este ano, a única cláusula clara o suficiente para que se possa dizer que havia risco de desmentido foi a seguinte, em referência à cena cultural brasileira:

“Algum importante fenômeno pode surgir na área do entretenimento, ligado a Gêmeos, como um novo comediante ou comédia de muito sucesso”.

 

E mesmo assim dá para salvar a previsão, talvez, se ampliarmos o sentido de “entretenimento” para incluir os debates nas eleições municipais. Pablo Marçal é Áries, Datena, Touro, mas Boulos é de Gêmeos.

 

Astrologia comparativa

Um pequeno estudo conduzido no meio do ano reafirmou um resultado experimental obtido diversas vezes no passado: astrólogos raramente concordam em suas interpretações de mapas astrais. Apresentados aos mesmos dados sobre data, horário de nascimento, posições planetárias, etc., diferentes astrólogos produzirão leituras curiosamente divergentes.

 

Segundo o livro Tests of Astrology: A Critical Survey of Hundreds of Studies, a taxa de concordância para características como extroversão ou emotividade, em mais de 30 testes computados, é pouco maior do que 50%. Com base nisso, resolvi escolher um signo aleatório e comparar as previsões num domínio específico – trabalho – em diferentes fontes (método de escolha aleatória: lance de dois dados de seis faces; correspondência número-signo feita seguindo a sequência tradicional 1=Áries, 2=Touro, 3=Gêmeos, etc.).

 

O signo sorteado foi 6=Virgem. As fontes, o jornal O Globo, o site Personare (cujo conteúdo é reaproveitado por diversas outras fontes da internet, incluindo no site da Folha de S. Paulo) e o Almanaque do Pensamento 2025. Em princípio, pretenda incluir também publicações internacionais como a edição americana de Cosmopolitan e a francesa de Marie Claire, mas em Cosmopolitan a única previsão para Virgem, com algum componente de objetividade, tratava de vida amorosa (“problemas com os seus ‘exes’, plural”). Já a de Marie Claire é uma perfeita obra de arte, prevendo o tudo e o nada ao mesmo tempo (“ajude-se porque o céu não vai ajudar”, mas “a vida pode parecer um presente dos céus” e “enfrente desafios com determinação e resiliência”). Das três fontes restantes, a única a oferecer uma previsão categórica é O Globo:

"Os astros revelam que os virginianos que buscam oportunidades de empregos no exterior podem comemorar, pois 2025 é o ano que isso irá se realizar".

 

Curiosamente, embora se comprometa bem menos com afirmações checáveis, Pensamento parece apontar numa direção diferente:

"No campo profissional, 2025 será de oportunidades de crescimento por meio de uma abordagem meticulosa e estruturada do que já está em construção (...) Evite mudanças bruscas ou impulsivas nesse campo; siga com estabilidade, superando desafios".

 

Já Personare é tão sucinto quanto genérico:

"Explorar novas habilidades tende a trazer oportunidades e potencializar mudanças de carreira".

 

O que tirar disso tudo? Há uma infinidade de modos de ver essas previsões como compatíveis ou incompatíveis entre si; como de costume, o verdadeiro trabalho acontece na mente do leitor, que inconscientemente vai preenchendo lacunas e amarrando significados de acordo com seus preconceitos, predileções, inclinações etc.

 

O discurso profético tem uma instabilidade intrínseca – raramente separa o sentido próprio do figurado – que costuma soar como profundidade, mas é apenas esperteza. O que fica claro é que as fontes não estão dizendo a mesma coisa. As previsões talvez sejam compatíveis, mas certamente não são convergentes.

 

A única surpresa é a previsão arriscada publicada por O Globo. Prometer emprego no exterior para 1/12 da população parece um risco e tanto. Mas será? Num universo de oito milhões de pessoas (número estimado de virginianos na população economicamente ativa do Brasil), algumas haverão de receber ofertas de trabalho fora do país. Dessas, as que tiverem lido a previsão e se lembrarem dela talvez fiquem bastante impressionadas. Quanto às demais... bem, vida que segue, não é mesmo?

 

Aniversário

Seria injusto encerrar a série de colunas de 2024 sem relembrar o aniversário de 200 anos de uma medida legal que mudou radicalmente o curso da astrologia tal como praticada no Ocidente: a entrada em vigor na Inglaterra, em 1824, da Lei contra Vadiagem (“Vagrancy Act”).

 

Essa lei determinava, entre outros casos, a punição de “todas as pessoas que, fingindo ou alegando prever o futuro, ou usando qualquer meio, dispositivo ou técnica oculta, por quiromancia ou de qualquer outra forma, enganem ou perturbem os súditos de Sua Majestade”.

 

Dezenas de astrólogos britânicos foram presos ou multados ao longo do século 19 por causa da norma. Policiais chegavam a armar operações relativamente sofisticadas para pegá-los em flagrante, no momento em que começavam a falar sobre o futuro com o “cliente” (na verdade, um detetive disfarçado). Em 1898, a lei recebeu uma emenda que incluiu, no rol de comportamentos proibidos, prostituição e relações homossexuais, o que – dado o clima moral da Era Vitoriana – acrescentou uma camada extra de estigma social às pessoas processadas sob o “Vagrancy Act”.

 

Como uma espécie sofrendo forte pressão seletiva, os astrólogos britânicos adaptaram-se às novas condições, e a astrologia inglesa foi deslocando seu foco da previsão de eventos (“você vai conhecer um moreno atraente”) para a interpretação de personalidade (“você é calma e comedida por fora, mas insegura e ansiosa por dentro”), tendência que se universalizou: as previsões jamais desapareceram, mas graças ao processo iniciado pela polícia inglesa duzentos anos atrás, é a astrologia como "teoria da personalidade" que domina as conversas sobre o assunto neste século 21.

 

Carlos Orsi - jornalista, editor-chefe da Revista Questão de Ciência, autor de "O Livro dos Milagres" (Editora da Unesp), "O Livro da Astrologia" (KDP), "Negacionismo" (Editora de Cultura) e coautor de "Pura Picaretagem" (Leya), "Ciência no Cotidiano" (Editora Contexto), obra ganhadora do Prêmio Jabuti, "Contra a Realidade" (Papirus 7 Mares) e "Que Bobagem!" (Editora Contexto)