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segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

Janeiro Roxo: Hospital Sapiranga enfatiza combate ao preconceito e diagnóstico precoce

Médico ressalta importância da identificação precoce e da luta contra estigmas relacionados à hanseníase

 

 

No mês de janeiro, o Hospital Sapiranga se une à campanha Janeiro Roxo para conscientizar a população sobre a hanseníase. Essa doença infecciosa crônica, provocada pela bactéria Mycobacterium leprae, ainda representa um desafio de saúde pública, tornando o diagnóstico precoce crucial para interromper a transmissão e prevenir incapacidades físicas.

O Brasil ocupa o segundo lugar mundial em número de casos, atrás apenas da Índia, sendo considerado um país endêmico para a hanseníase. No entanto, mesmo com a menor taxa de endemia do país, o Rio Grande do Sul registrou 94 novos casos em 2021, dos quais 23% apresentaram sequelas graves devido ao diagnóstico tardio, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES). O dermatologista do Hospital Sapiranga, Giancarlo Rezende Bessa, explica que a hanseníase afeta principalmente a pele e o sistema nervoso periférico.

“As manifestações mais comuns da hanseníase incluem manchas na pele e alterações no sistema nervoso periférico, que podem gerar prejuízos na sensibilidade e, em estágios avançados, comprometimento motor. Nos primeiros sinais, a doença costuma se apresentar com uma ou poucas manchas, geralmente sem perda significativa de sensibilidade. Inicialmente, pode haver alterações na sensibilidade térmica, enquanto a dolorosa e a tátil permanecem preservadas, dificultando a identificação precoce em casa. Por isso, qualquer pessoa com manchas persistentes, mesmo sem sintomas adicionais, deve procurar atendimento médico para avaliação. Identificar a doença em estágios iniciais é essencial para evitar complicações mais graves”, afirma o especialista.

Além do diagnóstico precoce, a campanha Janeiro Roxo destaca a importância de combater o estigma histórico associado à hanseníase.

“No Brasil, o termo lepra foi substituído por hanseníase na década de 1990 para reduzir o estigma. Ainda assim, é fundamental reforçar os avanços no diagnóstico e tratamento, que são gratuitos e altamente eficazes”, acrescenta Giancarlo Rezende Bessa.

Com tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), a hanseníase é uma doença curável. No entanto, o diagnóstico tardio pode resultar em danos permanentes, como perda de mobilidade e prejuízos à visão. O Hospital Sapiranga reforça a importância de estar atento aos primeiros sinais e sintomas e de buscar assistência médica o mais rápido possível.

 

 Marcelo Matusiak


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