Médico ressalta importância da identificação precoce e da luta contra estigmas relacionados à hanseníase
No
mês de janeiro, o Hospital Sapiranga se une à campanha Janeiro Roxo para
conscientizar a população sobre a hanseníase. Essa doença infecciosa crônica,
provocada pela bactéria Mycobacterium leprae, ainda representa um desafio de
saúde pública, tornando o diagnóstico precoce crucial para interromper a
transmissão e prevenir incapacidades físicas.
O
Brasil ocupa o segundo lugar mundial em número de casos, atrás apenas da Índia,
sendo considerado um país endêmico para a hanseníase. No entanto, mesmo com a
menor taxa de endemia do país, o Rio Grande do Sul registrou 94 novos casos em
2021, dos quais 23% apresentaram sequelas graves devido ao diagnóstico tardio,
segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES). O dermatologista do
Hospital Sapiranga, Giancarlo Rezende Bessa, explica que a hanseníase afeta
principalmente a pele e o sistema nervoso periférico.
“As
manifestações mais comuns da hanseníase incluem manchas na pele e alterações no
sistema nervoso periférico, que podem gerar prejuízos na sensibilidade e, em
estágios avançados, comprometimento motor. Nos primeiros sinais, a doença
costuma se apresentar com uma ou poucas manchas, geralmente sem perda
significativa de sensibilidade. Inicialmente, pode haver alterações na
sensibilidade térmica, enquanto a dolorosa e a tátil permanecem preservadas,
dificultando a identificação precoce em casa. Por isso, qualquer pessoa com
manchas persistentes, mesmo sem sintomas adicionais, deve procurar atendimento
médico para avaliação. Identificar a doença em estágios iniciais é essencial
para evitar complicações mais graves”, afirma o especialista.
Além
do diagnóstico precoce, a campanha Janeiro Roxo destaca a importância de
combater o estigma histórico associado à hanseníase.
“No
Brasil, o termo lepra foi substituído por hanseníase na década de 1990 para
reduzir o estigma. Ainda assim, é fundamental reforçar os avanços no
diagnóstico e tratamento, que são gratuitos e altamente eficazes”, acrescenta
Giancarlo Rezende Bessa.
Com
tratamento disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), a hanseníase é uma
doença curável. No entanto, o diagnóstico tardio pode resultar em danos
permanentes, como perda de mobilidade e prejuízos à visão. O Hospital Sapiranga
reforça a importância de estar atento aos primeiros sinais e sintomas e de
buscar assistência médica o mais rápido possível.
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