Jogos de Aposta (BETs): 1,6% dos brasileiros mostram sinais de dependência, prejudicando casamentos

Os vícios podem prejudicar a comunicação em um relacionamento.
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Psicóloga orienta como o casal pode superar essa fase sem comprometer o relacionamento

 

O crescimento dos jogos de aposta (BETs) em 2024 trouxe não apenas implicações econômicas, mas também um impacto profundo nos relacionamentos. Muitos casais enfrentam desafios significativos devido ao vício em jogos de azar que, muitas vezes, resulta em problemas financeiros, desgaste emocional e quebra de confiança. 

Mais de 22 milhões de pessoas apostaram nos BETs em 2024, segundo a fonte Agência Senado. Com tantas pessoas jogando e com a falta de comunicação crônica que afeta a vida humana, é natural que os relacionamentos sejam prejudicados com essas apostas. Mas apesar de muitos cônjuges relatarem esses sentimentos de negligência, eles também podem ser a primeira fonte de apoio para a dependência nesses tipos de apostas. 

Uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) revelou que aproximadamente 1,6% da população brasileira apresenta sinais de dependência de jogos de azar, impactando diretamente as relações pessoais, incluindo casamentos. 

A psicóloga Jacqueline Sampaio, da Clínica Jacqueline Sampaio Mental Health, explica: “Prevenir o impacto destrutivo dos BETs requer conscientização, diálogo aberto e, em muitos casos, o estabelecimento de limites claros antes que o problema se torne insustentável, garantindo também o acesso a suporte adequado, como orientação profissional e recursos de saúde mental, para promover uma abordagem responsável e equilibrada.” 

O vício em jogos pode gerar consequências profundas e abrangentes, afetando diversas áreas da vida.
 

Efeitos do vício em jogos:

• Financeiro: dívidas, perda de patrimônio;

• Social: isolamento, conflitos familiares;

• Saúde mental: ansiedade, depressão, estresse.

Reconstruindo laços: superando os efeitos do jogo nos relacionamentos

A recuperação de um relacionamento impactado pelos jogos de azar exige um esforço conjunto e apoio profissional.

Estabelecer um diálogo honesto sobre questões financeiras e o impacto dos jogos ajuda a criar uma base de confiança e a identificar sinais de alerta cedo.
 

Criar um orçamento mensal e limitar o tempo dedicado aos jogos de azar são medidas importantes para evitar que eles comprometam as finanças e prejudiquem o tempo em casal. Além disso, terapias podem desempenhar um papel fundamental no enfrentamento de problemas relacionados aos jogos de aposta. 

Pacientes que passaram por terapia relataram uma melhoria significativa em seu bem-estar geral, com 70-80% dos participantes apresentando uma melhor qualidade de vida, mais controle emocional e maior satisfação nas relações pessoais após o tratamento. (Journal of Behavioral Addictions, 2018)
 

Investir tempo em atividades conjuntas, como hobbies, viagens ou conversas simples, pode fortalecer o vínculo e reduzir o vício em jogos. Incentive o parceiro a ocupar o tempo com hábitos saudáveis, como exercícios físicos ou interações sociais, promovendo assim um estilo de vida mais equilibrado e satisfatório. Criar uma rotina saudável ensina a estabelecer limites e a priorizar comportamentos positivos, facilitando o controle sobre impulsos aos jogos. 

Superar os desafios do vício em jogos de azar começa com um passo fundamental: reconhecer o problema e aceitar que a recuperação é um processo gradual que demanda tempo e esforço contínuo.
 

 

Jacqueline Sampaio - psicóloga e empreendedora, fundadora da Clínica Jacqueline Sampaio Mental Health, onde adota a abordagem Gestalt, focada no autoconhecimento e na superação de barreiras internas. Atualmente, atende pacientes em 15 países, oferecendo planos de terapia que variam de individuais a anuais. Especializada em Saúde Mental pela USP, em Psicologia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e com aprofundamento em Motivação para o Sucesso na Harvard University, ela transformou desafios pessoais e profissionais em uma trajetória de sucesso. Saiba mais, aqui!
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