Um estudo inédito no Brasil conduzido pelas médicas fisiatras Dra. Anny Michelly Paquier Binha e Dra Irina Hissami Yamamoto de Barros, com a colaboração da médica residente de Fisiatria Dra Letícia Miti Kuwae constatou, de forma epidemiológica, que pacientes que tiveram diagnóstico de mielomeningocele durante seu desenvolvimento intrauterino e que fizeram cirurgia intrauterina para fechamento dessa malformação - intervenção necessária para evitar lesões nervosas, paralisias e até morte - tiveram menos quadros graves neurológicos do que aqueles que passaram pelo procedimento depois do parto.
Além de ajudar a contextualizar um cenário nacional para esse tipo
de caso, pela primeira vez, a pesquisa realizada por equipe de reabilitação se
aproxima da conclusão de um ensaio randomizado americano de 2011, pelo qual a
técnica de fechamento intrauterino da malformação passou a ser o tratamento
considerado como padrão-ouro.
“Nossa intenção foi ter uma visão mais atual dos casos de
pacientes com histórico de intervenção cirúrgica para fechamento do tubo
neural, a fim de referendar a eficácia do procedimento determinado como padrão
fora do país”, comentou a médica, que prepara uma segunda etapa para avaliar os
resultados do processo de reabilitação física pelo qual passaram esses
pacientes da AACD.
Como foi feito
A pesquisa, recentemente publicada na revista International
Journal of Physical Medicine and Rehabilitation, analisou 262 prontuários de
pacientes com diagnóstico de malformações do tubo neural de todas as unidades
da AACD, em São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, entre
Janeiro de 2021 e Maio de 2023. Do total de prontuários averiguados, 237 eram
de pacientes com Mielomeningocele – o tipo mais frequente de malformação do
tubo neural - e, desses, 25% passaram por procedimento intrauterino para
fechamento do tubo neural, enquanto 75% fizeram a correção após o nascimento.
Os pacientes que fizeram o procedimento ainda no processo de gestação tiveram menos casos de hidrocefalia - o índice desses foi de 78%, enquanto quem passou pela cirurgia depois de nascer foi 92%. Outro dado relevante foi a necessidade de implantação de um sistema para drenar o líquor do cérebro - líquido que atua como amortecedor e protege as estruturas cerebrais e medulares -, que foi mais frequente em pacientes que tiveram a cirurgia pós-parto, 86%. Nos casos de intrauterina, o índice foi 14%.
AACD - referência em ortopedia e na reabilitação de pessoas com deficiência física. Com infraestrutura completa, equipe multidisciplinar, corpo clínico especializado e mais de 70 anos de expertise, a Instituição é composta por 1 Hospital Ortopédico, 7 Centros de Reabilitação e 5 Oficinas para entrega de produtos ortopédicos sob medida.
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