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sexta-feira, 24 de maio de 2024

Entenda como funciona a Slow Medicine, a medicina com calma

 O paciente entra no consultório, o médico faz algumas poucas perguntas, mede a pressão, preenche as guias de exames e pronto. Em menos de 10 minutos a consulta está terminada.

 

Se você já foi ao médico e teve a sensação de que a consulta foi rápida demais, saiba que você não está sozinho. Assim como em uma rede de fast-food, onde a comida é preparada com agilidade e entregue o mais rápido possível ao consumidor, em consultas rápidas, o médico atende o maior número de pacientes por dia, como se fosse uma linha de produção. 

O contrário dessa correria é a chamada Slow Medicine (medicina sem pressa na tradução literal). Saber ouvir o paciente e ter parcimônia na prescrição de exames e tratamentos é o princípio fundamental desse tipo de medicina.

 

Slow Medicine

O cirurgião vascular e angiologista Fábio Rocha explica que Slow Medicine, na tradução literal, é medicina sem pressa. Porém, o conceito vai muito além disso. Inspirado no movimento Slow Food (Comida Sem Pressa), que vai na contramão dos Fast-foods (Comidas Rápidas), a Slow Medicine surgiu no início dos anos 2000 e tem como objetivo a construção de laços entre médico e paciente. 

“A construção de laços estreitos e duradouros com os pacientes nasce a partir de uma vivência mais próxima, acolhedora e transparente. Essa é uma das bases da minha atuação profissional na busca pela cura, que vai além do paciente em si, permeando a esfera da família e de toda a sua comunidade”, explica Fábio Rocha. 

Doenças podem causar muito mais do que apenas sintomas físicos. Normalmente elas também abalam o emocional do paciente e acabam envolvendo parte da família no processo de cura. Compreender tudo isso ajuda no diagnóstico e tratamento. 

Fábio conta que é necessário saber ouvir as queixas, mas também explicar detalhadamente o que está acontecendo e quais os próximos passos do tratamento, seja ele com medicamentos ou cirúrgico. 

“Deixar o paciente seguro com as informações do que ele tem e o que será feito é fundamental para estreitar o vínculo com ele e com a família. Quando ele se sente seguro, as chances de concordar em seguir com o tratamento aumentam”, diz. 

O desconhecido causa uma certa aflição. Entretanto, quando se compreende o que se tem, a gravidade, o tratamento proposto e não resta nenhuma dúvida, o paciente fica mais confortável e confiante para seguir adiante. 

Saber ouvir e saber explicar leva mais tempo, e, por isso, a consulta tende a ser mais demorada do que aquela mais “convencional”. 

“Não existe um tempo estabelecido no relógio. A consulta leva o tempo que tiver que levar. Cada paciente tem seu tempo, e cabe ao médico saber compreendê-lo e respeitá-lo”, conta o médico.
 

Exames na medida certa

Outro ponto a ser considerado na Slow Medicine são os exames que o paciente terá que fazer. “Em alguns casos, médicos acabam pedindo uma quantidade grande de exames. Isso gera estresse no paciente. Na Slow Medicine, serão pedidos apenas aqueles exames que forem relevantes para o tratamento”, fala o cirurgião vascular. 

Todavia, Fábio ressalta que a Slow Medicine não é contra exames. “A Slow Medicine pede parcimônia com os exames. Peça apenas o que for necessário, nada de excessos.”

 

De igual para igual

Na Slow Medicine, o médico não pode se colocar em uma posição acima do paciente, como se estivesse em um pedestal, explica Fábio. 

“Você tem que se colocar em uma mesma posição. Com isso o paciente estará aberto para conversar, para ouvir e entender. Você não está lá para falar apenas o que tem que ser feito. Quando o médico sabe ouvir com paciência e atenção, isso gera uma confiança muito maior. É mais fácil o paciente aderir ao tratamento dessa forma”, conta o médico. 

Mesmo depois de ter ouvido toda a explicação do médico, se o paciente não desejar prosseguir com o tratamento, cabe ao médico respeitar a vontade dele e propor uma alternativa para o problema. “Se o paciente precisa de uma cirurgia e não deseja fazer, o médico tem que respeitar a vontade dele e sugerir um tratamento paliativo, para minimizar o sofrimento”, explica Fábio.
 

Família

O envolvimento de algum familiar da confiança do paciente no tratamento e na consulta é fundamental para ajudar no estreitamento de laços com o médico. “Quando o paciente vai a uma consulta junto de alguém em que confia, ele se sente mais seguro. Eu, como médico, acolho pacientes e família. Isso também faz parte da Slow Medicine”, diz. 

Fábio Rocha completa dizendo que hoje dedica os dias para conhecer melhor cada paciente. “Entendo suas histórias, motivações e emoções. Porque é essa escuta ativa que constrói uma relação de respeito e confiança entre médico e paciente”, diz o médico.

 

Fábio Rocha - angiologista e cirurgião vascular. Formou-se em Medicina, em 2002, na USP (Universidade de São Paulo, campus de Ribeirão Preto) e, posteriormente, fez a residência médica em Cirurgia Geral no Hospital das Clínicas, de Ribeirão Preto. Em 2005, ingressou na especialidade que exerce até hoje: Angiologia e Cirurgia vascular. Após o término da especialização, em 2009, quando já atuava como cirurgião vascular em Ribeirão Preto, desenvolveu um modelo experimental inédito de "Aneurisma de Aorta Abdominal" e recebeu um importante reconhecimento durante o "Congresso Brasileiro de Angiologia e Cirurgia Vascular". Junto ao Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, conquistou o primeiro lugar na principal categoria de trabalhos apresentados.
 


Lente de contato dental: saiba quais são as principais dúvidas

Especialista esclarece os principais questionamentos que os pacientes trazem para o consultório

 

As lentes de contato dental em resina têm se tornado uma boa opção para quem busca um sorriso mais bonito e harmonioso. Com uma ou duas visitas ao dentista, é possível transformar o sorriso e aumentar a autoestima. No entanto, é natural que os pacientes tenham algumas dúvidas antes de optar por esse tratamento. A Dra. Kátia Blume, cirurgiã-dentista especializada neste tipo de lente, esclarece quais são os cinco questionamentos que mais chegam ao seu consultório. Descubra:
 

1. É necessário desgastar os dentes naturais para colocar as lentes?

De acordo com a especialista, esta é a pergunta número um dos pacientes. Kátia explica que, na maioria dos casos, não é necessário desgastar os dentes naturais para a aplicação das lentes. Por serem feitas em resina, elas são finas o suficiente para serem aplicadas sobre os dentes sem o desgaste. “Em alguns casos específicos, porém, pode ser necessário um leve desgaste para garantir um ajuste perfeito e uma melhor adesão das lentes ao dente, principalmente se o dente natural apresentar um defeito estrutural, por exemplo, ser torto ou muito projetado”, pontua.
 

2. Coloquei as lentes e me arrependi. Posso remover?

Essa é outra dúvida muito comum e a resposta é sim, se por algum motivo o paciente quiser, as lentes de resina podem ser removidas. A especialista alerta, no entanto, que a retirada deve ser feita apenas por um dentista capacitado, a fim de preservar os dentes naturais, já que as lentes são desenvolvidas para serem fixas e duráveis.
 

3. As lentes em resina deixam o sorriso artificial?

Kátia comenta que muitos pacientes têm vontade de colocar as lentes, mas chegam ao consultório com esse receio, de que os dentes ficarão muito brancos e o sorriso artificial. “Quando as lentes são colocadas por um profissional experiente, proporcionam um resultado muito natural. A resina utilizada é translúcida e reflete a luz de uma forma muito parecida com os dentes naturais. Além disso, o paciente define em conjunto com o dentista a tonalidade de branco que mais lhe agrada”, esclarece a especialista.

 

4. Quais são as etapas para a colocação das lentes de contato em resina?

Segundo a especialista, o procedimento geralmente envolve uma etapa para avaliação odontológica inicial e outra para a colocação das lentes de contato. “Diferente do que muitas pessoas pensam, não são necessárias muitas idas ao dentista para transformar o sorriso. O procedimento normalmente é realizado em uma consulta, em que demora-se cerca de 3h para confeccionar as lentes superiores e 1h30 para as inferiores. O paciente sai do consultório com o sorriso renovado”, complementa Kátia.

 

5. Como funciona a manutenção das lentes em resina?

A manutenção das lentes de contato dental em resina é simples e requer cuidados semelhantes aos que temos com os dentes naturais. As orientações de Kátia incluem manter uma boa higiene bucal, escovar os dentes regularmente e utilizar fio dental. Também é importante visitar o dentista a cada seis meses para uma avaliação e limpeza das lentes. Para uma maior durabilidade das mesmas, a especialista recomenda ainda evitar hábitos como roer unhas e morder objetos, pois isso pode danificá-las. 

 

Kátia Blume - formada em Odontologia pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) e possui mais de uma década de atuação na área. É referência em lentes de contato em resina no Rio Grande do Sul e especialista em prótese dentária. Tem especialização também em lentes de contato de resina e porcelana, além de cursos de aprimoramento em implantes dentários e harmonização facial. Atualmente comanda a Clínica Kátia Blume, localizada em Novo Hamburgo.



SP ultrapassa 1 mi de casos de dengue em 2024 e Secretaria de Saúde lança manual para manejo clínico das arboviroses

 

A Dra. Carolina Brites destaca a importância da detecção precoce e cuidados médicos adequados para reduzir a mortalidade da doença

 

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo divulgou um manual para um bom manejo clínico das arboviroses, com ênfase na dengue. Este manual servirá como base para a elaboração do Roteiro de Supervisão Técnica de Ações de Controle Vetorial das Arboviroses para 2024. O objetivo principal é enfrentar os desafios e gargalos no combate ao Aedes aegypti, especialmente durante a epidemia de dengue, zika e chikungunya no Estado.

 

O manual destaca a necessidade de estratégias eficientes para melhorar o cenário de controle das arboviroses, que incluem a detecção precoce da doença, acesso adequado a cuidados médicos e medidas de controle vetorial mais eficazes. A Secretaria de Saúde espera que essas ações possam reduzir a incidência e a mortalidade associadas às arboviroses.

 

Arboviroses são doenças causadas por vírus transmitidos principalmente por mosquitos. No ambiente urbano, as arboviroses mais comuns são dengue, chikungunya e zika, todas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Esses vírus têm se mostrado um desafio crescente para a saúde pública, especialmente em períodos de alta incidência, como o atual.

 

O estado de São Paulo já registrou mais de 1 milhão de casos de dengue em 2024, segundo dados do painel de monitoramento da doença divulgados pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). O número total de casos confirmados é de 1.014.167, dos quais 1.241 são considerados graves. Até o momento, 681 óbitos foram registrados, com outros 808 em investigação.

 

A infectologista pediátrica Dra. Carolina Brites destaca a importância do novo material sobre arboviroses, especialmente a dengue, lançado em 5 de maio. "Este material traz observações cruciais sobre o manejo clínico das arboviroses. É fundamental que a detecção precoce da progressão da doença e o acesso a cuidados médicos sejam priorizados para reduzir drasticamente as taxas de mortalidade", explica a Dra. Brites.

 

Ela também observa que a atualização do manual de diagnóstico está mais detalhada para atender à crescente demanda de novos casos. "O manual reforça a necessidade de cuidados especiais com gestantes e puérperas, devido ao alto risco de morbimortalidade nesse período", acrescenta.

 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há tratamento específico para a dengue, e a detecção precoce da progressão da doença, juntamente com o acesso a cuidados médicos adequados, pode reduzir as taxas de mortalidade da dengue grave para menos de 1%. Esse dado sublinha a importância de um diagnóstico rápido e preciso.

 

O Ministério da Saúde também destaca que a ocorrência de óbitos está frequentemente relacionada ao não reconhecimento ou à não valorização dos sinais de alarme da doença. Além disso, a procura por múltiplos serviços de saúde sem conduta adequada e o volume de hidratação inferior ao recomendado são fatores que contribuem para o aumento da mortalidade.

 

A Dra. Brites destaca que, no contexto atual, sintomas como febre, mialgia e cefaleia devem ser considerados suspeitos de arboviroses, principalmente dengue. "É crucial reforçar a hidratação adequada e manter uma alimentação leve para diminuir as formas graves da doença, além de monitorar os pacientes por pelo menos 48 horas após a febre", orienta.

 

Ela finaliza alertando contra a automedicação. "Jamais tomar medicação sem prescrição médica. Isso pode agravar o quadro clínico e dificultar o manejo adequado da doença", adverte a Dra. Brites. Este manual é um passo importante para enfrentar os desafios contínuos das arboviroses e melhorar a saúde pública no estado de São Paulo.

 



Carolina Brites - CRM-SP: 115624 | RQE: 122965 - concluiu sua graduação em Medicina na Universidade Metropolitana de Santos (UNIMES) em 2004. Especializou-se em Pediatria pela Santa Casa de Santos entre 2005 e 2007, onde obteve o Título de Pediatria conferido pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Posteriormente, especializou-se em Infectologia infantil pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e completou uma pós-graduação em Neonatologia pelo IBCMED em 2020. Em 2021, concluiu o mestrado em Ciências Interdisciplinares em Saúde pela UNIFESP. Atualmente, é professora de Pediatria na UNAERP em Guarujá e na Universidade São Judas em Cubatão. Trabalha em serviço público de saúde na CCDI – SAE Santos e no Hospital Regional de Itanhaém. Além disso, mantém um consultório particular e assiste em sala de parto na Santa Casa de Misericórdia de Santos. Ministra aulas nas instituições de ensino onde é professora.


Alergias respiratórias: O que são e quem está propenso a ter?

Alergologista do São Cristóvão Saúde comenta sobre problemas que atingem cerca de 30% dos brasileiros


Reações alérgicas são um fator bem comum na população e, certamente, dentro do ciclo social de um indivíduo, ou ele sofre de doenças respiratórias ou conhece alguém com essa condição. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema afeta 25% da população mundial e, no Brasil, este número é ainda maior, atingindo 30% das pessoas, conforme levantamento da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). 

Em estudo feito pela American College of Allergy, Asthma and Immunology, 70% das alergias aparecem antes dos 20 anos. Alergologista do São Cristóvão Saúde, Dr. Ricardo Queiroz afirma que os sintomas podem surgir em qualquer idade e tem forte componente genético e exposição ambiental a alérgenos, ácaros, fungos, animais e pólens. 

A rinite alérgica é caracterizada pela inflamação da mucosa nasal e é considerada o tipo mais comum de doença respiratória, presente em 1⁄4 da população brasileira. Em dias secos, a mucosa do nariz pode ficar mais irritada, o que também provoca reações alérgicas, visto que há um aumento de micropartículas de poeiras e substâncias tóxicas que ficam suspensas no ar, circulando pelo ambiente. 

Já a asma, também muito recorrente no Brasil, acomete 23,2% da população, de acordo com o Ministério da Saúde. A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia ressalta que é um problema mundial de saúde, acometendo cerca de 300 milhões pessoas de diversos países, causando sintomas como falta de ar ou dificuldade para respirar, sensação de aperto no peito ou peito pesado, chiado no peito e tosse. 

Na presença de algum desses sintomas, é recomendado se atentar sobre o horário em que ocorrem e se existe uma piora durante a madrugada e ao acordar, entre outros fatores. “Qualquer quadro persistente de inflamações em vias aéreas altas e baixas, é indicado a procura por um especialista”, finaliza Dr. Queiroz.
 


Grupo São Cristóvão Saúde


Mês do Medicamento Genérico: diferença de preço para remédio de referência pode chegar a mais de 3.500%

 A lei dos genéricos, criada em 1999, completa 25 anos e já proporcionou economia de mais de R$ 280 bilhões para a população 

 

Segundo a PróGenéricos (Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares)¹, os medicamentos genéricos, que completam 25 anos no Brasil, já proporcionaram mais de R$ 280 bilhões em economia para a população, desde a criação da Lei nº 9.787, em 1999. Pesquisa da Cliquefarma/Afya, ferramenta que compara preços de medicamentos e produtos farmacêuticos, aponta, por exemplo, uma diferença de 3.565,35% do preço médio de um genérico para disfunção erétil (R$ 6,69) e o de referência (R$ 245,21), considerando as mesmas concentração e quantidade de comprimidos.

 

O estudo revela ainda os benefícios dos genéricos para o bolso do cidadão no médio prazo: um tratamento com anticoagulante com um comprimido por dia, por um ano, pode apresentar uma diferença de valor da ordem de 2.276,46%, variando de R$ 187,72, preço médio do genérico, para os R$ 4.461,09 do medicamento de referência. Ainda segundo dados da Cliquefarma/Afya, no último ano, o medicamento genérico mais pesquisado foi para diabetes, seguido por anti-inflamatório, remédio oncológico, medicação para hipertensão e anticoncepcional.

 

Cada vez mais os brasileiros entendem as vantagens no tratamento com um custo menor e a mesma eficiência. De acordo com a ProGenéricos, no Brasil, 79% dos consumidores compram ou já compraram medicamentos genéricos. A associação destaca ainda que cerca de 90% das doenças conhecidas podem ser tratadas com genéricos; 85% dos medicamentos distribuídos no programa Farmácia Popular são genéricos; e dos 20 medicamentos mais prescritos, 15 já são para genéricos¹.

 


Afya
www.afya.com.br
ir.afya.com.br



Referência:
¹PróGenéricos: https://progenericos.org.br/genericos/numeros-do-setor/

 


Oftalmologista da Hapvida NotreDame Intermédica alerta para os riscos do glaucoma

Condição é considerada a maior causa de cegueira irreversível do mundo   ‍

 

No dia 26 de maio, é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, data instituída para chamar a atenção da população para a importância do acompanhamento oftalmológico adequado como forma de diagnosticar e tratar precocemente a doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a condição afeta entre 1% e 2% da população mundial com mais de 40 anos de idade, o que representa cerca de 3 milhões de pessoas, e é considerada a maior causa de cegueira irreversível no mundo. 

“No glaucoma, o aumento da pressão ocular afeta fundamentalmente o nervo óptico, provocando a morte das fibras nervosas e provocando uma perda irreversível da visão. Há alguns fatores de risco para o desenvolvimento da doença, como hereditariedade, traumas oculares, atividades que possam aumentar a pressão intraocular, pessoas acima de 40 anos e sedentarismo. A realização de exames regulares pelo oftalmologista é fundamental”, explica o oftalmologista da Hapvida NDI, Antônio Jordão. 

No início, o glaucoma pode não apresentar sintomas significativos, por isso a importância do acompanhamento oftalmológico regular. Na fase aguda, o paciente com glaucoma pode apresentar visão embaçada, perda gradual da visão lateral, sensibilidade à luz, dores na testa, náuseas, vômitos e olhos vermelhos e inchados. 

“Pelo menos uma vez ao ano, é necessário ir ao oftalmologista para a prevenção de doenças oculares. Caso ocorra a manifestação de algum sintoma, esse tempo deve ser reduzido para o devido tratamento. No caso do glaucoma, por ser uma doença crônica e sem cura, o acompanhamento adequado irá impedir o avanço da doença, o que evitará a perda da visão”, destaca Antônio. 

Segundo o especialista, há dois tipos de glaucoma: o agudo e o crônico. “No glaucoma agudo, também chamado de ângulo fechado, a pressão sobe subitamente a valores muito altos e provoca muita dor no olho, levando, via de regra, o paciente a buscar serviços de emergência. Já no glaucoma crônico simples, também chamado de ângulo aberto, a pressão sobe a valores que não provocam dor, mas podem afetar o nervo óptico e evoluir por muito tempo até que seja diagnosticado pelo exame de pressão ocular e da campimetria visual”, destaca Jordão. 

De acordo com o oftalmologista, o tratamento do glaucoma consiste no uso de medicações, geralmente colírios, para reduzir a pressão. “A depender da resposta do paciente, podem ser aplicados outros métodos como laser ou até cirurgias, cujo objetivo será sempre a redução da pressão ocular”, finaliza.
 

Hapvida NotreDame Intermédica



Infertilidade secundária pode dificultar sonho de aumentar a família

Para muitos casais, o sonho de ter um segundo filho é tão especial quanto o de ter o primeiro. A ideia de ampliar a família, oferecer um irmão ou irmã ao primogênito e compartilhar ainda mais amor e momentos felizes é um desejo comum. No entanto, para alguns, esse sonho enfrenta obstáculos inesperados. A infertilidade secundária, a dificuldade de conceber após já ter tido um filho, é uma realidade que afeta inúmeras famílias e muitas vezes não recebe a atenção necessária.

Segundo a médica da Clínica Origen, Maria Clara Amaral, a infertilidade secundária é uma condição real e tratável. Ela acredita que casais que enfrentam dificuldades para conceber novamente devem procurar avaliação e orientação especializada para identificar as causas e escolher o tratamento mais adequado. “A sociedade pode apoiar esses casais entendendo e esclarecendo que a infertilidade secundária necessita de atenção médica e não deve ser atribuída apenas a fatores emocionais”, orienta.

Ela explica que as causas da infertilidade secundária são semelhantes à primária, quando o casal tem o primeiro filho. “Em torno de 30% são causas femininas, em torno de 30% são causas masculinas, em torno de 25% ambos os casais estão envolvidos e em torno de 15% é uma infertilidade sem causa aparente, ou seja, tudo está normal e a gravidez não acontece”, diz. Entre as causas femininas, diversos fatores podem aumentar o risco de infertilidade secundária. “A idade é um fator crítico, pois a fertilidade feminina diminui com o tempo, especialmente após os 35 anos”, informa. Ela esclarece que o estilo de vida também desempenha um papel importante em quadros de infertilidade secundária. “A obesidade, o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e o uso de drogas impactado negativamente”.

Há, ainda, outras causas, como alterações nas trompas de falópio, muitas vezes resultantes de infecções ou cirurgias anteriores e o histórico de infecções, especialmente infecções sexualmente transmissíveis, o que pode causar danos permanentes ao sistema reprodutor. Complicações em gestações anteriores ou múltiplos parceiros sexuais também aumentam o risco de problemas de fertilidade, conforme a médica. Além disso, a endometriose, caracterizada pelo crescimento anormal do tecido endometrial fora do útero, pode causar inflamação e cicatrizes que dificultam a fertilização.

As opções de tratamento para infertilidade secundária variam conforme a causa identificada. A indução de ovulação com coito programado é uma abordagem comum para casos de ausência de ovulação, estimulando a liberação de óvulos. Outra alternativa é a inseminação intrauterina, o que envolve a inserção de esperma diretamente no útero e é indicada em situações específicas. A fertilização in vitro (FIV) também pode ser adotada nesses casos. Trata-se de um processo onde os óvulos são fertilizados em laboratório e depois implantados no útero. Já para os casos onde a qualidade ou quantidade dos óvulos da mulher é comprometida, a doação de óvulos pode ser uma solução viável.

A médica alerta que é importante desmistificar algumas crenças comuns sobre a infertilidade secundária. “Muitas vezes, atribui-se a dificuldade de conceber novamente à ansiedade ou ao estresse. Embora esses fatores possam afetar a saúde geral, a infertilidade secundária requer investigação médica detalhada. Esperar que tudo se resolva naturalmente sem diagnóstico pode resultar em perda de tempo valioso”, enfatiza. Segundo ela, mulheres acima de 35 anos devem buscar avaliação médica após seis meses de tentativas sem sucesso. “A crença de que já ter engravidado antes garante uma nova gestação é enganosa, pois novos fatores podem surgir e impactar a fertilidade, exigindo intervenções específicas”, diz.

 

Clínica Origen de Medicina Reprodutiva


Tem dor de garganta? Saiba identificar sintomas

Número de atendimentos a pacientes com dor de
garganta aumenta com a chegada do frio

Créditos: Envato
Para infecções virais, medicamentos são para amenizar mal-estar; para infecções bacterianas, é preciso cautela com uso de antibióticos


Com a chegada de períodos mais frios, o número de pessoas com queixas respiratórias e dor de garganta aumenta em todos os hospitais e unidades de pronto atendimento em saúde. A grande dúvida dos pacientes é sobre o significado dos sintomas e quais as principais medidas que devem ser tomadas em cada caso.

A médica otorrinolaringologista do Hospital São Marcelino Champagnat, em Curitiba (PR), Gabriela Moraes, esclarece as principais diferenças. “A maioria dos casos de dor de garganta é causada por infecções, sejam virais ou bacterianas. Quando a infecção é causada por vírus, a dor de garganta é acompanhada por sintomas nasossinusais, como obstrução nasal, coriza, espirros e tosse, podendo ou não apresentar febre. Já as infecções bacterianas normalmente apresentam apenas a dor de garganta e febre como sintomas”. 

A especialista explica que mal-estar e dor no corpo são sintomas comuns nas duas infecções. Quando a dor de garganta persiste por mais de três semanas, no entanto, deve-se investigar com mais cautela. “Quem tem dor de garganta que não melhora precisa buscar atendimento médico, pois muitas doenças não relacionadas à garganta causam este sintoma, como doenças do nariz e do estômago, e até mesmo alguns casos específicos de tumores da cavidade oral ou da laringe. Existem tumores da cabeça e do pescoço que podem causar dor de garganta persistente, sendo crucial informar ao médico para que ele possa prosseguir com a investigação”, analisa a otorrinolaringologista.


Devo tomar remédio para dor de garganta?

Por ser um sintoma comum e que muitas vezes não representa risco maior à saúde, a dor de garganta pode ser amenizada com o uso de analgésicos simples ou mesmo de anti-inflamatórios que já tenham sido utilizados pelo paciente, com prazo máximo de 3 dias para controle da dor. 

É importante reforçar que infecções virais não possuem medicamentos específicos. “A gente faz tratamento dos sintomas, exceto casos em que a infecção viral é causada por influenza. Algumas populações, como crianças pequenas ou idosos, têm indicação de uso de Tamiflu, mas só para casos de influenza, pois não há eficácia para outros tipos de infecção viral. Em geral, tratamos sintomas ou complicações dessas infecções”, pontua a médica.

Os antibióticos só são indicados em caso de infecção bacteriana – e sempre com prescrição médica. “O principal motivo de não recorrer a esse tipo de medicamento sem necessidade é evitar tratamentos inadequados. Com o uso indiscriminado de antibióticos, a gente promove o crescimento de cepas resistentes. O excesso pode fazer com que as bactérias desenvolvam resistência, tornando mais difícil o tratamento das doenças. É por isso que muitos antibióticos deixaram de ser prescritos ao longo do tempo, porque realmente pararam de funcionar”, conclui Gabriela.


Hospital São Marcelino Champagnat


Dia da tireoide: campanha amplia informações sobre doença orbitária de Graves


Dia 25 de maio é o Dia Internacional da Tireoide e a campanha deste ano concentra as informações sobre a doença orbitária de Graves. “A orbitopatia de Graves é uma doença de origem autoimune pela ação de anticorpos na musculatura da órbita com consequente inflamação e crescimento desta musculatura e no tecido adiposo, e acomete cerca de 30% a 60% dos pacientes com doença de Graves, normalmente acompanhada do hipertireoidismo, uma disfunção no funcionamento da glândula tireoide fazendo-a produzir hormônios em excesso”, explica Dr. Adriano Namo Cury, endocrinologista da SBEM-SP especialista em Doença de Graves.

 

Mais frequente em adultos, a orbitopatia de Graves tem grande impacto na qualidade de vida dos pacientes e pode ocorrer concomitantemente às disfunções da tireoide. O hipertireoidismo é o mais comum, e o mesmo anticorpo que altera a função tireoidiana tem ação nos tecidos da região orbitária.

 

Lacrimejamento, vermelhidão, dor ocular ao movimentar os olhos, incômodo à exposição solar e proptose ocular (exoftalmo ou protusão do globo ocular para frente, os chamados ‘olhos saltados’) são alguns dos sinais.

Na fase ativa (inflamatória), o corticoide ainda é a opção terapêutica mais indicada. “Porém, hoje existe possibilidade de tratamento com anticorpos monoclonais, que modulam a inflamação ou transformação da musculatura ou gordura ocular (órbita) com consequente melhora, significativa, na inflamação e na proptose ocular”, explica o endocrinologista. 



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Cera de ouvido: quando (e como) ela deva ser removida?

Médica do Hospital Paulista explica que há especificidades que envolvem a anatomia do canal auditivo, características genéticas e hábitos pessoais que podem influenciar a produção do cerume. Limpeza requer cuidados. E, remoção, só com o especialista

 

Se tem um assunto que gera dúvidas, no que se refere à higiene pessoal, a remoção de cera de ouvido é, com certeza, o número 1. Afinal, quando em excesso, ela pode ser um problema. Quando em falta, outro problema. E, em meio a isso, fica um mar de dúvidas sobre como se chegar a um meio termo ou, pelo menos, achar uma fórmula genérica que possa assegurar a higiene mais adequada possível dos ouvidos. 

Quando devemos limpar? Qual o instrumento ideal para fazer isso? Por que os médicos dizem para tomar tanto cuidado? Enfim, são muitas as perguntas ouvidas pelos otorrinolaringologistas quando o assunto em questão é o chamado 'cerume' – ou seja, esse composto de secreção sebácea, com células epiteliais descamadas e enzimas, que fica dentro do nosso ouvido. E, às vezes, claro, dá uma vontade incontrolável de limpar!

 

Por que é importante manter?

De acordo com a Dra. Bruna Assis, otorrinolaringologista do Hospital Paulista - referência em saúde de ouvido, nariz e garganta – a cera de ouvido possui muitas propriedades úteis para o ouvido, pois fornece ao canal auditivo externo uma barreira protetora que cobre e lubrifica o canal. "Ela nos protege do que chamamos de 'corpos estranhos', prevenindo o contato direto com diversos organismos, poluentes e insetos. Também tem uma função bactericida e antifúngica, que diminui riscos de infecções, por possuir um pH ácido que gera esse efeito", esclarece.

 

Quando devemos higienizar?

Essa é sempre a principal dúvida que as pessoas têm. Mas, segundo a Dra. Bruna Assis, infelizmente não há uma regra que possa se convencionar a respeito. "Isso depende de cada indivíduo. Alterações anatômicas do formato ou diâmetro do conduto auditivo, assim como tipos de pele (mais oleosas ou ressecadas) ou, até mesmo, o uso de fones ou hastes flexíveis, podem levar a maior produção ou impactação da cera. Portanto, cada paciente deverá perceber o tempo de sua necessidade", enfatiza a médica. 

Com relação ao procedimento de limpeza, especificamente, a médica explica que a recomendação é optar pelo uso de um tecido macio para a limpeza de sujidades. E isso deve ficar restrito à parte externa ou no pavilhão auditivo - jamais no canal auditivo! "Instrumentos como hastes flexíveis, como o cotonete, ou mesmo pontiagudos, como pinças, não são recomendados dentro do conduto auditivo, devido a riscos de trauma local, lesões e infeções".

 

Quando há incômodo, o que fazer?

Caso a limpeza normal da parte externa ou no pavilhão auditivo, feita em casa, não seja o suficiente para tirar o incômodo, o jeito mesmo é recorrer a um especialista para entender o que está acontecendo. "Há casos de acúmulo de cera que incomodam bastante e até dão a sensação de diminuição da acuidade auditiva. Ou seja, uma surdez parcial repentina. Nesse tipo de situação é preciso ter a avaliação médica de um otorrinolaringologista para resolução do quadro sem riscos de complicações. Isso porque, é necessário um exame físico, com o uso de instrumentos adequados, a exemplo do otoscópio, bem como a remoção correta, que pode ser feita por processo de lavagem, aspiração, curetagem ou mesmo por via medicamentosa. Portanto, só com auxílio médico".

 

Hospital Paulista de Otorrinolaringologia

Surge uma nova maneira de proteger as crianças contra as picadas do mosquito da dengue

Bebês, crianças e adolescentes fazem parte dos grupos de maior risco da doença
 

A dengue, doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, afeta pessoas de todas as idades, mas há grupos que exigem uma atenção redobrada: bebês, crianças e adolescentes, que necessitam de ajuda para se manter protegidos contra as picadas. Segundo um levantamento realizado pelo Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), da Fiocruz/Unifase, em 2024, a doença tem atingido com maior gravidade crianças de até 5 anos, que exibem as maiores taxas de letalidade, seguidas pelas de 5 a 9 anos, e adolescentes, entre 10 e 14 anos, que apresentam o maior número de casos. A pesquisa utilizou os dados das primeiras 10 semanas epidemiológicas deste ano, obtidos através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde. 

As campanhas que ocorrem por todo o Brasil têm reforçado a importância do combate ao criadouro, o uso de telas e mosquiteiros e a aplicação de repelentes na pele, conforme orientação dos pediatras. Mas, além dessas medidas, existe agora no mercado de saúde e bem-estar uma nova medida importante: o repelente para tecidos. Segundo um estudo publicado pela Medical and Veterinary Entomology, em Londres, cerca de 75% das picadas de mosquitos são por cima das roupas. “Com foco nessa proteção, a HAXEA desenvolveu o D-Fense Pro Tecidos, que foi inspirado numa tecnologia que já é utilizada por exércitos avançados ao redor do mundo, como o americano, alemão, inglês e israelense, contra picadas de mosquitos, ácaros, carrapatos, entre outros insetos, há mais de 30 anos”, explica Henrique Cossi, gerente de inovação e novas tecnologias da marca.
 

Proteção das roupas de bebês e uniformes 

Segundo o gerente, o produto é seguro para ser utilizado por toda a família e crianças a partir dois meses de idade, dura o dia inteiro, pode ser usado em qualquer lugar e ainda é produzido com energia renovável. Além disso, por ser aplicado nas roupas, não interfere com o uso de protetor solar, creme e perfume, e também não deixa a pele oleosa. “Em sua fórmula, ele conta com o princípio ativo Permetrina, que por ser uma versão sintética do repelente natural de insetos produzido pelo extrato do Crisântemo, não é nocivo à saúde. Enquanto a essência natural da flor se decompõe rapidamente ao entrar em contato com a luz solar, a versão sintética tem longa duração. Além disso, o lançamento, que é aprovado pela Anvisa, age rapidamente, é incolor, não mancha, não deixa cheiro e foi testado para uma proteção de 24 horas, com apenas uma aplicação”, explica.

Esse repelente de tecido também é extremamente importante para aquelas crianças que passam parte do seu dia fora de casa, nos berçários ou escolas, pois possui duração prolongada. “As roupinhas dos bebês ou uniformes dos estudantes podem receber a aplicação do spray. Para pulverizar, prefira locais arejados, com vento e luz solar, use um cabide ou uma superfície plana, mantenha o frasco a uma distância de cerca de 10 cm a 15 cm, espalhando com movimentos lentos até molhar todo o tecido de maneira leve e uniforme, dos dois lados. Não é necessário encharcar. Depois disso, o ideal é deixar o tecido secar naturalmente na sombra, antes de usar”, orienta Henrique Cossi.
 

Proteção de enxoval e acessórios de tecido 

Além disso, o repelente pode ser aplicado no enxoval do berço do bebê ou cama da criança, em travesseiros, tapetes, almofadas, cortinas, estofados, carrinhos e cadeirinhas de tecido, entre outros itens, o que fornece ainda mais proteção. “O produto foi testado dermatologicamente, portanto, não há problema caso ele entre em contato com a pele da criança, mas como a maior parte das picadas ocorrem por cima das roupas, ele foi desenvolvido e aprovado para ter o máximo efeito e proteção em tecidos, e não na epiderme. Ele também pode ser aplicado em sacolas, mochilas, botas, tênis, sapatos, barracas, sacos de dormir, redes e em acessórios de casa. Sendo uma ótima maneira de proteger a família e as crianças não só contra a dengue, mas também a zika e chikungunya, bem como alergias causadas, por exemplo, pelos ácaros e a Febre Maculosa, transmitida pelo carrapato-estrela”, completa Henrique.

No Brasil, já está sendo aplicada uma vacina contra a dengue, para a faixa etária entre 04 a 59 anos. Assim como o vírus da gripe, o mosquito transmissor da doença também sofre variações. Atualmente, existem quatro sorotipos diferentes em circulação no país, cada um com material genético e linhagem distintos. Portanto, mesmo vacinado, todos devem manter as prevenções contra as picadas do Aedes aegypti.

 

Leptospirose: dicas para prevenir a doença em cenários de enchentes

 

Centro histórico de Porto Alegre
 créditos: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

  • Alagamentos podem ser vetores de contaminação
  • Doença possui letalidade de 40% em casos mais graves
  • Especialista em pragas urbanas afirma que uso de equipamento de proteção é essencial para prevenção

 

A enchente no Rio Grande do Sul, com 464 municípios afetados e mais de 580 mil pessoas desalojadas segundo a Defesa Civil gaúcha, acendeu o alerta para o risco da transmissão da leptospirose. O contato com a água contaminada nos centros urbanos pode transmitir a doença. Em situações de alagamento, a população precisa ter a atenção redobrada para medidas de prevenção e controle de roedores. 

A leptospirose é transmitida a partir do contato direto ou indireto com a urina de animais infectados pela bactéria Leptospira. As enchentes são importantes vetores para a disseminação da doença, já que a urina se mistura com a água dos alagamentos. Essa é uma doença aguda e febril, e no caso das enchentes, pode ser contraída através do contato da água contaminada com mucosas (nariz, boca) ou feridas na pele. A pele intacta, se exposta por longos períodos em água contaminada, também pode contrair a bactéria. 

Dados da série histórica do Ministério da Saúde mostram que o Brasil teve uma média de aproximadamente 3.200 casos de leptospirose entre 2013 e 2023. Em 2024, até o mês de abril, foram contabilizados 734 casos, com foco no Sul e Sudeste. “A doença possui letalidade de 40% em casos mais graves. Os altos índices de precipitações em algumas regiões potencializam a disseminação da bactéria e pode gerar aumento de casos”, alerta Jeferson de Andrade, biólogo e pesquisador de Desenvolvimento de Produtos e Mercado da BASF. 

Durante enchentes, como as que o Rio Grande do Sul enfrentou no começo de maio, é importante evitar o contato com áreas de infestações de roedores. “Caso não seja possível, a utilização de equipamentos de proteção individual (EPI) é imprescindível”, comenta o Biólogo.

 

Formas de prevenção à leptospirose

Para o controle de infecções, é essencial evitar áreas infestadas por roedores e o contato com a água de enchentes e dejetos de produção animal, especialmente se houver feridas na pele. “Controlar infestações de roedores e o acesso às áreas possivelmente infectadas é o caminho para combater a leptospirose, já que mesmo no barro, área com menos utilização de equipamentos de proteção, a bactéria pode se manter ativo por semanas ou meses”, comenta o especialista. 

Andrade ainda lista medidas básicas de prevenção contra a doença, destacando a importância de implementar medidas de controle, como: 

Controle de roedores: É essencial adotar medidas de controle de roedores em casa e nos arredores. Utilize armadilhas e mantenha alimentos armazenados em recipientes bem fechados para evitar a presença desses animais. 

Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs): Quando for inevitável o contato com a água da enchente, use botas de borracha, luvas e roupas de proteção. Isso ajuda a evitar o contato direto com a água potencialmente contaminada.

 

Higiene pessoal: Lave bem as mãos com água e sabão após qualquer contato com a água da inundação. O uso de álcool em gel é recomendado quando não houver acesso imediato à água potável. 

Vacinação de animais domésticos: Certifique-se de que seus animais de estimação estão vacinados contra a leptospirose para evitar que se tornem vetores da doença. 

Paralelo a essas medidas, o Ministério da Saúde deve realizar um acompanhamento da população, identificando sintomas e possíveis contaminações, tratando a doença de forma precoce.

 

Sintomas relacionados à infecção

Febre alta, dores musculares, dor de cabeça e vômitos são os principais sintomas da leptospirose. Eles geralmente surgem entre sete e 14 dias após a exposição, podendo aparecer até o 30º dia. Se esses sintomas aparecerem, é crucial buscar atendimento médico imediato para diagnóstico e tratamento adequados. 

"O controle de roedores é crucial, mas também é fundamental prestar atenção aos sintomas após o contato com água de enchente ou áreas com animais infectados. Um diagnóstico precoce é essencial, pois, sem ele, o tratamento se torna mais difícil e pode resultar em casos graves ou até em óbitos”, finaliza Andrade.

 

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30% da população brasileira sofre com algum tipo de alergia

 

O médico Flávio Massao, do Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO), principal referência da América Latina, explica como se prevenir das alergias mais comuns

 

Uma pesquisa recente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) aponta que 30% da população brasileira tem algum tipo de alergia. 20% dos que sofrem com o problema são crianças. Entre as alergias mais comuns estão as respiratórias, como asma e rinite alérgica; as de pele, como a dermatite atópica, dermatite de contato e urticária; as alergias oculares; e a temida anafilaxia, quadro grave pode levar à morte. 

De acordo com o otorrinolaringologista Flávio Massao, do Hospital Paranaense de Otorrinolaringologia (IPO), principal referência em otorrinolaringologia da América Latina, os casos alérgicos geralmente contam com histórico familiar. “A genética impacta, além de serem desencadeadas por ácaros, principalmente no outono e inverno, e pelo pólen, na primavera”, destaca o especialista. Alergias aos pelos de bichos, como gatos e cachorros, também são muito comuns entre os brasileiros. 

Para o médico, a melhor solução nos casos mais simples é manter a residência, além dos demais locais de convívio, sempre arejada e limpa. “A higienização da residência ou local de trabalho é importante. Aspirar casa com animais domésticos com um aspirador que tenha filtro HEPA é uma boa recomendação. É indicado, também, utilizar capas protetoras antiácaro nos colchões e travesseiros”, diz. 

O especialista alerta que casos graves, como a asma alérgica, que causa congestão nasal persistente, sangramento nasal, prurido e inchaço nos olhos, devem ser tratados com médicos especialistas. “A busca por um médico especialista é sempre a melhor solução para agilizar o tratamento e a cura”, sugere. “Muita gente subestima as alergias. Elas precisam ser analisadas e tratadas rapidamente para que problemas maiores sejam evitados”, completa Massao.


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