Colite Ulcerativa e
Doença de Crohn requerem diagnóstico correto e acompanhamento médico
Diarreias
frequentes, cólicas e problemas na evacuação são alguns dos sintomas de Doença
Inflamatória Intestinal (DII) que requerem diagnóstico correto, tratamento e
acompanhamento médico. O alerta é do dr. Moacir Augusto Dias,
gastroenterologista do Seconci-SP
(Serviço Social da Construção), por ocasião da campanha Maio Roxo e do Dia
Mundial da Doença Inflamatória Intestinal, em 19 de maio.
Segundo o especialista, a
DII é composta por 2 tipos de patologias. A Colite Ulcerativa, que afeta o
cólon e mais frequentemente o reto, e a Doença de Crohn, que atinge qualquer
parte do trato gastrointestinal. “A causa da DII não é totalmente conhecida,
mas parece haver uma interação entre a suscetibilidade genética, o ambiente e o
sistema imunológico intestinal”, afirma.
A prevalência da doença no
Brasil é de 100 casos para cada 100 mil habitantes, com maior incidência na
latitude Sul do que na Norte, possivelmente pela menor incidência da luz solar
e vitamina D. “Ambas são mais frequentes em pessoas de origem judaica da Europa
Central e seus descendentes, e menos frequentes na população hispânica e negra.
A DII se inicia entre os 15 e os 30 anos de idade (primeiro pico) e tem um
segundo pico entre os 50 e os 80 anos”.
Colite Ulcerativa
O dr. Dias explica que esta
patologia é um processo inflamatório crônico, caracterizado por episódios
recorrentes e remitentes de inflamação, limitados à mucosa do cólon e mais
frequentemente no reto e com extensão uniforme.
Seus sintomas são episódios
de diarreia mais de quatro vezes ao dia, podendo as fezes apresentarem sangue e
muco; cólicas; urgência ou incontinência em defecar; ter vontade de fazê-lo e
não conseguir, ou evacuar muito pouco. Podem ocorrer febre, emagrecimento,
fadiga, anemia, falta de ar e palpitações. Sua intensidade pode ser leve,
moderada ou grave.
“Não tratar a patologia pode
levar a complicações agudas, como sangramento grave, colite fulminante,
megacolon tóxico que pode ser fatal, e perfuração. Fígado, vesícula, olhos,
pele e outros órgãos podem ser afetados”.
Doença de Crohn
Trata-se de processo
inflamatório crônico que pode atingir toda a espessura da parede do intestino e
que se apresenta com áreas normais intercaladas com áreas comprometidas (padrão
salteado). Pode acometer qualquer parte do trato gastrointestinal, ocorrendo na
maioria das vezes no íleo (parte final do intestino delgado) e no cólon,
preservando o reto.
Seus sintomas são: cólicas
abdominais, diarreia com ou sem sangramento, fadiga, perda de peso, eliminação
de gordura nas fezes, fístulas e abscessos. Podem também surgir úlceras,
dificuldades ou dor ao engolir, náuseas, vômitos após as refeições. E
complicações como artrite, inflamação dos olhos, dermatoses, inflamação dos
dutos biliares, abscessos no fígado, acúmulo de proteínas insolúveis em alguns
órgãos, cálculo renal e bronquite.
Prevenção e tratamento
Abster-se de bebidas
alcoólicas e de tabagismo, manter uma dieta saudável desprovida de gorduras e
com ingestão de frutas e verduras, fazer atividades físicas e ter um sono
reparador são algumas das recomendações do dr. Dias. Ele esclarece que fatores
psicológicos como estresse não aumentam o risco de desenvolver DII, mas podem
agravar o estado do paciente que já as tem. Alerta ainda que a obesidade pode
contribuir para a inflamação da mucosa intestinal, e na Doença de Crohn aumenta
o risco de complicações no ânus e no períneo.
De acordo com o
gastroenterologista, o Seconci-SP dispõe de quase todos os exames laboratoriais
necessários para o diagnóstico.
O tratamento depende da
gravidade do quadro. Pode ser com apenas uma medicação ou associação de
medicamentos. A medicação é ministrada por via oral, local (com supositórios e
lavagens intestinais) ou ainda em infusão parenteral.