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segunda-feira, 17 de julho de 2023

Férias de julho: como estimular a criatividade das crianças


Professora de Psicologia do UniCuritiba fala sobre a importância do recesso escolar para transformar o ócio e o tédio em ferramentas de desenvolvimento emocional  


As férias de julho costumam ser assim: crianças reclamando de não ter o que fazer e pais se sentindo culpados por isso. Muita gente tem dificuldades para conciliar a folga do trabalho com o recesso escolar para viajar, passear ou brincar com as crianças. E tudo bem, dizem especialistas. É possível tirar proveito disso.

Ainda que a insatisfação das crianças em ficar em casa pareça algo negativo, o tédio e o ócio têm benefícios. No livro The Science of boredom (A ciência do tédio), a psicóloga britânica Sandi Mann explica como o tédio estimula o cérebro, ajuda na criatividade e desperta a imaginação.

A psicopedagoga Daniela Jungles, professora de Psicologia e supervisora da clínica-escola do UniCuritiba – instituição que faz parte da Ânima Educação, um dos maiores ecossistemas de ensino superior do país – vai além: se os pais não conseguiram planejar uma viagem ou não terão folgas para fazer passeios durante a semana, não há problemas. “Quem disse que o filho precisa exatamente disso para estar feliz?”

A primeira dica para os pais é trabalhar o sentimento de culpa. Se os pais estiverem seguros a respeito de suas possibilidades e decisões, vão transmitir essa segurança para os filhos. Depois, basta oferecer estímulos e condições para que a criança desenvolva suas próprias brincadeiras e atividades.

De acordo com a professora, os pais não precisam brincar com os filhos o tempo todo. “Com o tédio e o ócio as crianças aprendem a ser autossuficientes, desenvolvem sua individualidade e percebem que podem ser boas companhias para si mesmos.”

Daniela Jungles lembra ainda que os pais não precisam dar conta de tudo: trabalhar, limpar a casa, pagar as contas, entreter as crianças, ir a programas divertidos e fazer passeios. “A gente sonha com uma viagem legal, com atividades excepcionais, mas nem sempre é possível. A maioria dos pais está trabalhando nesta época do ano. É preciso, então, avaliar quais são os recursos disponíveis, contar com uma rede de apoio e saber que está tudo bem.”

Os pais, continua a especialista, não têm a obrigação de entreter os filhos em tempo integral e as férias escolares servem justamente para descansar, brincar sozinhos e enfrentar o tédio. “As crianças podem sentir um pouco de tédio. Já já elas vão aprender a lidar com a situação e encontrar uma alternativa. Os pais não precisam interferir e oferecer atividades e passeios o tempo inteiro”, diz Daniela.



Tédio contra a ansiedade


Sentir tédio não só estimula a criatividade como reduz a ansiedade e melhora a autonomia. Isso não significa deixar as crianças completamente livres. Os pais têm a obrigação de garantir a segurança dos filhos e impedir atos inseguros, prevenindo acidentes. “A receita é o equilíbrio. Os pais podem propor atividades para afastar as crianças dos eletrônicos, mas isso não significa que elas devam brincar na rua sem supervisão”, explica Daniela Jungles.

Para evitar que os filhos passem as férias diante das telas e que os eletrônicos sejam utilizados como babás, os pais precisam criar uma rotina. O primeiro passo é determinar o tempo de uso do celular, videogame e televisão. “Em muitos casos é mais cômodo deixar a criança com o celular, mas não é o adequado. A dica é definir novas regras e mantê-las”, ensina a psicopedagoga e professora do UniCuritiba.

Segundo a especialista, as crianças gostam de brincar e só precisam ser estimuladas. “Os pais precisam permitir que a casa se transforme em um ambiente lúdico para que as férias sejam prazerosas. A transformação do tédio em criatividade passa por brinquedos espalhados, um pouco de tinta no chão, uma cabana no meio da sala, risadas e bagunça. Se a criança é obrigada a ficar em silêncio em casa, o celular acaba se tornando muito mais atrativo.”



Dicas de diversão nas férias


Mesmo quem não vai viajar nas férias de julho tem condições de proporcionar atividades bacanas para que as crianças se divirtam. Confira algumas dicas para fazer com seu filho no tempo livre.


1. Cozinhem juntos: no fim de semana ou à noite, convide a criança para preparar uma comida especial.

2. Prepare uma sessão de cinema e guloseimas em casa. Deixe a criança escolher o filme e assistam juntos.

3. Acampe na sala ou no jardim de casa e façam uma noite divertida.

4. Leve seu filho para passeios culturais, visitas a pontos turísticos da cidade, exposições ou museus.

5. Convide a criança para ajudar nos cuidados com a horta ou o jardim.

6. Deixe a criança ir à casa de um amigo. Em outro dia, leve um amigo para a sua casa.

7. Jogue com seu filho. Pode ser bola, aviãozinho, brincadeiras de roda ou jogos de tabuleiro.

8. Organize uma caça ao tesouro, em casa ou no parque.


Crédito de imagens: banco de imagens gratuito Freepick
 
UniCuritiba


Como manter os hábitos alimentares das crianças durante as férias escolares?

Manter os horários das refeições, a atividade física e a suplementação quando necessária, além de controlar o uso de telas, estão entre as dicas da nutricionista Roberta Carbonari. Profissional explica que a manutenção da rotina aumenta a segurança e reduz a ansiedade dos pequenos

 

O recesso escolar chegou e, com ele, as dificuldades em manter os filhos entretidos fora da escola. A nutricionista Roberta Carbonari, especializada em comportamento alimentar, idealizadora e administradora da Clínica Muzy, espaço multiprofissional voltado para o atendimento médico e nutricional, dá dicas de como manter a alimentação saudável das crianças durante esse período. 

Roberta explica que “os pais se preocupam em entregar às crianças atividades que preencham o tempo ocupado pelas aulas, o que é bastante importante. Mas, existe um outro ponto que demanda planejamento e atenção, a alimentação” 

Nesse contexto, a especialista sugere diversas medidas que podem colaborar com a manutenção de hábitos saudáveis dos pequenos nesse período:


1. Promover e manter hábitos saudáveis na hora de comer, controlando o uso de telas durante as refeições  


2. Respeitar a frequência alimentar que as crianças seguem normalmente, buscando manter os horários das refeições similares ao período escolar 

A rotina traz segurança e redução de ansiedade, especialmente para crianças. Roberta destaca que o dia a dia não precisa ser 100% inflexível, mas  é essencial  que a criança tenha uma noção básica dos seus horários de refeição, já que é comum que os sinais de fome se mantenham nos mesmos horários.  

Como as atividades físicas e estímulos tendem a reduzir durante as férias, também é comum que algumas crianças sintam menos fome. Para Roberta, “tudo bem respeitar sinais de fome e saciedade, mas é importante que o cardápio  seja uma responsabilidade dos pais, enquanto a quantidade ingerida seja controlada pela intensidade da fome fisiológica da criança naquele momento”.  

Ela destaca que “ter boas escolhas de lanches preparados entre as refeições, ou ainda uma diversidade de frutas à disposição, é uma forma de manter acessível melhores escolhas quando a fome ocorrer”. 


3. Respeitar o horário de sono da rotina escolar 

Respeitar o ciclo circadiano durante as férias é um grande desafio, já que, por não ter que acordar tão cedo, as crianças costumam dormir mais tarde.  

A nutricionista afirma que a mudança nos horários das refeições tem sido associada ao aumento do sobrepeso e risco de obesidade em crianças: “Embora as crianças estejam dormindo mais durante as férias, quaisquer comportamentos não saudáveis coexistentes, como, por exemplo, pular o café da manhã, belicar petiscos à noite e aumentar a ingestão de fast food, podem afetar os benefícios derivados do aumento da duração do sono”. Além do ganho de peso, essa mudança drástica pode fazer com que as necessidades diárias de ofertas de nutrientes não sejam atendidas nessa fase. 


4.Uso de suplementos 

 “A suplementação pode ser recomendada quando há uma deficiência de nutrientes ou inadequação alimentar e, portanto, não deve ser interrompida durante as férias. Se não acontecer de forma correta, a lacuna nutricional pode aumentar e privar a criança de nutrientes que são necessários para sua boa saúde e desenvolvimento”, conta a nutricionista.  

Roberta explica que a suplementação pode ser indicada por diversos motivos, como “no caso de deficiência de algum nutriente específico, como vitamina D, B12, ferro, Ômega 3. A suplementação de B12, por exemplo, é essencial nos casos de veganismo. Além de outras situações que podem demandar suplementação específica como distúrbios metabólicos, anemia ferropriva e condições que afetam absorção de nutrientes”.  

Roberta destaca que alguns passos são importantes para manter a suplementação durante as férias: “comprar os produtos com antecedência, planejar a logística para levá-los em viagens, estabelecer horários regulares e manter os suplementos em locais de fácil acesso durante passeios e integrar o tratamento de doenças crônicas, distúrbios metabólicos ou condições que afetam a absorção de nutrientes”.  

 

Equaliv indica 

Carolina Sommer Mazon, Farmacêutica e Diretora Técnica da Equaliv, afirma a importância em organizar e programar a suplementação de vitaminas com produtos de qualidade. A profissional ressalta que a Equaliv possui uma linha de produtos indicada para o consumo infantil, desenvolvida com a dosagem adequada para facilitar a ingestão com sabores mais agradáveis ao paladar das crianças.  Os produtos da Equaliv indicados pela farmacêutica são:  

Vitamina D Kids 

Equaliv Vitamina D Kids é um suplemento de vitamina D3 (colecalciferol) em gotas, sabor morango. Ele tem 5 microgamas (200UI) de vitamina por gota e é um aliado para o combate à deficiência dessa substância no organismo infantil.   

Ômega 3 Pro Kids Oil 

Equaliv Ômega 3 Pro Kids Oil é um suplemento à base de óleo de peixe. Apresentado em cápsulas mastigáveis e sabor laranja. Entre seus benefícios, se destacam o auxílio no melhor crescimento e desenvolvimento do cérebro e do sistema visual, efeitos cognitivos benéficos e saúde cardiovascular. 

 

Equaliv
https://www.lojaequaliv.com.br/


Desperte o seu potencial e viva uma vida autêntica

Você já parou para refletir sobre a importância de viver uma vida verdadeiramente autêntica? Madalena Feliciano, renomada especialista em desenvolvimento pessoal e profissional, convida os leitores a romperem com as expectativas externas e abraçarem sua autenticidade em busca do crescimento pessoal. Com sua nova abordagem revolucionária, Madalena mostra como é possível desvendar o poder interior e conquistar uma vida plena e realizada. 

Ao longo de sua própria jornada de autodescoberta, Madalena Feliciano enfrentou o desafio de buscar constantemente aprovação externa, acreditando que sua importância estava diretamente ligada à satisfação dos outros. No entanto, ela percebeu que essa mentalidade limitante a afastava de seus verdadeiros desejos e sonhos. Foi então que decidiu romper com essa forma de pensar e abraçar sua autenticidade. 

A partir desse momento de transformação, algo mágico aconteceu na vida de Madalena. Ela se permitiu viver plenamente, sem medo de julgamentos ou opiniões externas, em cada experiência e interação. Essa liberdade interior foi verdadeiramente libertadora e abriu portas para um crescimento pessoal sem precedentes.

No entanto, Madalena Feliciano ressalta a importância de encontrar equilíbrio nessa busca pela autenticidade. Embora seja fundamental se permitir ser quem realmente é, é necessário também compreender que nossas ações têm impacto naqueles ao nosso redor e no mundo como um todo. Devemos ter consciência social e encontrar um meio-termo entre a satisfação pessoal e o impacto positivo que podemos causar.

Nesse sentido, Madalena convida os leitores a repensarem seus propósitos e motivações. Por que fazemos o que fazemos? Será que é apenas para sermos reconhecidos pelos outros ou para satisfazer um desejo genuíno e alinhado com nossa essência? A verdadeira resposta está no equilíbrio entre esses dois caminhos, nos quais podemos encontrar a verdadeira grandeza.

 

*Aqui estão 5 dicas para viver uma vida autêntica*

 

1. Autoconhecimento: Dedique tempo para explorar quem você realmente é, quais são seus valores, paixões e objetivos. Conhecer a si mesmo é fundamental para tomar decisões alinhadas com sua autenticidade.

 

2. Liberte-se das expectativas externas: Deixe de lado as opiniões e expectativas dos outros. Lembre-se de que a única pessoa que pode definir sua felicidade e sucesso é você mesmo. Seja fiel às suas próprias aspirações e não se preocupe com a aprovação dos outros.

 

3. Aceite suas imperfeições: Todos nós temos falhas e imperfeições, e é isso que nos torna humanos. Abraçar suas peculiaridades e aceitar-se como é fortalece a sua autenticidade. Não se compare aos outros e aprenda a amar e valorizar suas características únicas.

 

4. Seja corajoso(a): Viver uma vida autêntica muitas vezes requer coragem. Esteja disposto(a) a enfrentar desafios e sair da sua zona de conforto. Tome decisões que estejam alinhadas com seus valores, mesmo que isso signifique seguir um caminho menos convencional.

 

5. Cultive relacionamentos autênticos: Cerque-se de pessoas que valorizam sua autenticidade e apoiam seu crescimento pessoal. Busque conexões genuínas e significativas, onde você possa se expressar livremente e ser aceito(a) como é. Relacionamentos saudáveis ​​contribuem para uma vida autêntica e feliz.

 

Lembre-se de que a jornada em direção à autenticidade é única para cada pessoa. Esteja aberto(a) a explorar, aprender e crescer ao longo do caminho. Desperte o seu potencial e viva a vida que é verdadeiramente sua!

Para auxiliar nessa jornada de autodescoberta, Madalena Feliciano destaca a importância de encontrar um grupo de apoio, uma comunidade que valorize a autenticidade e o crescimento conjunto. É nesse contexto que o trabalho de Madalena ganha destaque. Com sua abordagem única e inspiradora, ela proporciona as ferramentas necessárias para despertar o potencial interior e viver uma vida autêntica e plena.

Madalena Feliciano nos lembra que a verdadeira grandeza está em viver de acordo com nossa essência, deixando uma marca no mundo e nos conectando verdadeiramente com aqueles ao nosso redor. Ela convida os leitores a embarcarem nessa jornada de autenticidade e crescimento, na qual podem desvendar seu potencial e transformar suas vidas de maneira significativa.



Madalena Feliciano - Empresária, CEO de três empresas, Outliers Careers, IPCoaching e MF Terapias, consultora executiva de carreira e terapeuta, atua como coach de líderes e de equipes e com orientação profissional há mais de 20 anos, sendo especialista em gestão de carreira e desenvolvimento humano. Estudou Terapias Alternativas e MBA em Hipnoterapia. Já concedeu entrevistas para diversos programas de televisão abordando os temas de carreira, empregabilidade, coaching, perfil comportamental, postura profissional, hipnoterapia e outros temas relacionados com o mundo corporativo. Master Coach, Master em PNL e Hipnoterapeuta, Madalena realiza atendimentos personalizados para: Fobias, depressão, ansiedade, medos, gagueira, pânico, anorexia, entre muitos outros.


Falta de atenção: 4 dicas que podem ajudar as crianças a manterem o foco

Pedagoga destaca que a continuidade nos estudos fortalece o aprendizado e evita a perda de conhecimento


As férias escolares são momentos propícios para descansar o corpo e a mente, de recarregar as energias para a próxima parte do ano letivo. Entretanto, é essencial que, para não reduzirem os níveis de conhecimento adquiridos nos meses anteriores, crianças e jovens busquem atividades que envolvam algum tipo de aprendizado ou desenvolvimento de habilidades motoras, sociais e emocionais.

 

A pedagoga Cristhiane Amorim, com pós-graduação em neurociência de educação e desenvolvimento infantil e que atua na rede Kumon, conta que quando se interrompe o processo de aprendizado, corre-se o risco de esquecer parte do que foi aprendido. Ao manter uma rotina de estudos, mesmo que mais flexível, é possível revisar e reforçar conceitos importantes, garantindo que nada se perca na memória a longo prazo.

 

 “Quando pensamos em férias, é natural que se entenda que não há mais obrigações, mas vale criar combinados com as crianças, como horário para acordar, se alimentar e escolher as atividades que vão realizar juntos, e até o horário de dormir. Limitar o uso das telas e estimular e incentivar práticas saudáveis, como a leitura, jogos educativos e ir ao teatro, são ótimos para que a criança se sinta estimulada, mas sem perder os hábitos saudáveis”, conta Cristhiane.

 

Uma dica para organizar a agenda nesse período e ainda ter tempo para os estudos é esquecer aquela rotina rígida, deixando mais espaço para que crianças possam ampliar a criatividade e a socialização, explorando áreas que vão além da grade escolar, como descobrir coisas novas numa visita a um museu, fazer experimentos ou apenas observar a natureza em um parque. “Essa diversificação nos estudos contribui para o desenvolvimento de habilidades múltiplas e uma visão mais ampla do mundo”, complementa a pedagoga.

 

Outra prática é separar momentos para realizar exercícios simples de matérias como português, matemática ou alguma disciplina que a criança tenha interesse em aprender, como propõe o método Kumon, que incentiva a rotina de estudos de acordo com a evolução individual do aluno e, com isso, favorece o desenvolvimento da concentração e o gosto pelo estudo de forma leve. Com apenas meia hora por dia é possível chegar a resultados impressionantes e, dessa forma, o aluno mantém o aprendizado durante o período, além de estar preparado para um retorno escolar tranquilo.  “Estudar durante as férias ajuda a desenvolver autodisciplina e organização. Quando não temos a estrutura e a rotina da escola ou faculdade, é fácil perder o foco. Ao estabelecer metas de estudo e cumpri-las, exercitamos a capacidade de autogerenciamento e construímos hábitos saudáveis, que serão úteis ao longo de toda a nossa jornada educacional”, finaliza.


Como a ginástica para o cérebro funciona no cérebro das crianças?

  Você sabia que exercitar o cérebro não apenas estimula habilidades, mas também é muito divertido? 

A diversão no cérebro é um processo fascinante que envolve uma série de mecanismos neurobiológicos.

 

O humor como um todo desempenha um papel importante no cérebro humano, não apenas como uma forma de entretenimento, mas também como um mecanismo de enfrentamento. Pesquisas científicas mostram que o riso e o humor têm efeitos benéficos na saúde mental e física, reduzindo o estresse, fortalecendo o sistema imunológico e promovendo o bem-estar geral.

 

A neurocientista parceira do SUPERA – Ginástica para o cérebro, Livia Ciacci explica que o humor, do ponto de vista de “achar graça”, nasce da forma como o cérebro projeta e antecipa eventos e situações.

 

“A comédia envolve uma quebra de padrões ou uma reviravolta inesperada, desafiando as previsões do cérebro e resultando em uma reação de riso. O riso e o sorriso são expressões sociais que vão além do humor, comunicando aos outros que ‘está tudo bem’. Quando exercitamos o cérebro, o humor está presente em todas as etapas e desafios, pois é ele quem dará a leveza necessária para que o esforço cognitivo não seja cansativo”, explicou.

 

Como é possível estimular o cérebro de forma leve?

 

O cérebro tem um sistema de monitoramento constante do ambiente especializado em buscar por novidades. É o que faz você virar o olhar para as notificações no celular ou na direção de um barulho diferente.

 

Existe uma região chamada “zona incerta”, que fica escondidinha lá no meio do cérebro, sempre que algo no ambiente muda ou surge uma informação nova a zona incerta se comunica com o mesencéfalo que então movimenta os olhos na direção da novidade.

 

Ou seja, nós somos curiosos naturalmente e o princípio da variedade usa essa característica para nos envolver em contextos variados (que não nos envolveríamos na rotina normal) e ao mesmo tempo estimular habilidades cognitivas.

 

 

A importância da variedade para o cérebro

 

É possível que alguém trabalhe 10 horas por dia em uma lanchonete servindo cafés e se sinta relaxada ao fazer cálculos matemáticos com o ábaco depois desta jornada de trabalho ao fim do dia?

 

A resposta é sim. Isso acontece porque cada tipo de tarefa que realizamos usa regiões específicas no cérebro e todas tem uma limitação biológica de desempenho até chegarem à fadiga.

 

Imagine que você está há 3 horas escrevendo com a mão direita e ela já está dolorida. Você pode descansá-la e se manter ativo ao mesmo tempo enquanto faz uma caminhada ou dança uma música, porque estará poupando a mão e usando outras partes do corpo.

 

“O ábaco – usado no método de ginástica para o cérebro, apesar de exigir muita concentração, pode ser relaxante porque enquanto a atenção está nos cálculos as outras áreas cansadas conseguem se recuperar. Direcionar o foco de atenção para uma tarefa só também é um fator que facilita diminuir o cansaço mental e a ansiedade da correria do dia a dia”, explicou.

 

 

Novidade, variedade e grau de desafio crescente?

 

A ginástica para o cérebro funciona com três princípios: novidade, variedade e desafio crescente são responsáveis por manter as pessoas interessadas, curiosas e ampliar o repertório de modos de pensar.

 

O desafio crescente é o responsável tanto pela motivação, porque não gostamos nem do muito fácil e nem do muito difícil, quanto pela repetição que vai garantir que o cérebro desenvolva os circuitos necessários para conseguir executar tarefas um pouco mais complexas em seguida.

 

A combinação desses elementos tem duas grandes vantagens: nos manter engajados e motivados e estimular o desenvolvimento das habilidades através de todos os sentidos. 

 

“Quanto mais se cria o desejo de superar as metas, mais as pessoas se engajam nas aulas e tarefas e por mais tempo executam o treino. E por outro lado, quanto mais sentidos envolvidos na tarefa, como o tato, a visão, a audição e a posição corporal no ábaco, mais a atenção fica envolvida e melhor a qualidade do estímulo para o cérebro”, concluiu a especialista.

 

Como cuidar da saúde cerebral para uma vida plena

Conheça os principais cuidados para ter um cérebro saudável

 

Em 22 de julho é comemorado o Dia Mundial do Cérebro, uma iniciativa global que busca conscientizar as pessoas sobre a importância de cuidar da saúde cerebral e educar a sociedade sobre este importante órgão. A data representa uma oportunidade para refletir sobre a necessidade de adotar medidas preventivas e adquirir conhecimento sobre a manutenção de uma mente saudável.

O cérebro é um órgão vital que desempenha papel fundamental em todas as nossas atividades diárias, desde as mais básicas até as mais complexas. "Ele é responsável por nossas emoções, memórias, habilidades cognitivas e coordenação dos movimentos. Portanto, cuidar da saúde cerebral é essencial para garantir uma vida plena e produtiva", comenta a Dra. Vanessa Milanese, Diretora de Comunicação da SBN.

Para celebrar este que é um dos mais importantes órgãos do corpo humano, incentivamos as pessoas de todas as idades a se engajarem em práticas que promovam a sua saúde cerebral. Confira a seguir algumas medidas simples que podem fazer a diferença na qualidade de vida de qualquer pessoa.

Exercício físico regular - a prática de atividades físicas contribui para o fluxo sanguíneo adequado no cérebro, estimulando o crescimento de novas células nervosas e fortalecendo as conexões existentes.

Alimentação balanceada - uma dieta saudável e equilibrada, rica em nutrientes essenciais como ômega-3, vitaminas, minerais e antioxidantes, é benéfica para a saúde cerebral. Procurar incluir alimentos como peixes, nozes, frutas e vegetais pode ajudar a melhorar a função cerebral.

Sono com qualidade - o descanso adequado é crucial para a saúde cerebral. Durante o sono, o cérebro realiza processos de reparação e consolidação da memória. Certifique-se de ter uma rotina consistente e criar um ambiente propício para uma boa noite de descanso.

Estimulação mental - desafiar o cérebro regularmente é essencial para mantê-lo ativo e saudável. Envolver-se em atividades intelectualmente estimulantes, como leitura, jogos de quebra-cabeça, aprendizado de novas habilidades ou até mesmo aprender um novo idioma, pode ajudar a preservar a função cerebral.

Gerenciamento do estresse - o estresse crônico pode ter efeitos negativos no cérebro. Praticar técnicas de relaxamento, como meditação, ioga ou simplesmente reservar tempo para hobbies e atividades prazerosas, ajuda a reduzir o estresse e a promover a saúde cerebral.

Ainda segundo a especialista, muitas patologias que acometem este órgão não apresentam sintomas, como dores de cabeça, que podem não ser levadas tão a sério, o que resulta em diagnósticos tardios e complicações para tratamentos. "Aproveite o Dia Mundial do Cérebro como uma oportunidade para refletir sobre a importância da saúde cerebral em sua vida e na vida daqueles que você ama. Juntos, comunidade médica e pacientes, podemos trabalhar para criar uma sociedade mais consciente e comprometida com a saúde mental e cerebral", finaliza a Dra. Vanessa.

Por fim, vale lembrar que diagnósticos precoces salvam vidas, pois a partir deles é possível evitar que doenças se agravem, dando ao paciente boas chances de viver bem.

 

Sociedade Brasileira de Neurocirurgia –SBN
portalsbn.org
Instagram sbn.neurocirurgia


Diabetes causa propensão maior para doenças cardiovasculares; saiba mais

Congênita ou adquirida, a diabetes é uma doença que se caracteriza pela alta concentração de glicose no sangue. Impactando cerca de 12,3 milhões de brasileiros - 7% da população nacional - a enfermidade pode ter como sintomas, vista embaçada, sede em excesso, entre outras manifestações. Se não tratada adequadamente, a doença pode desencadear manifestações graves, afetando diversos órgãos do corpo, como o coração.  

Conforme afirma Aline Ximenes, médica endocrinologista da Rede OTO, pessoas diabéticas estão mais propícias  ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares pelo acúmulo de glicose na corrente sanguínea ocasionado pela diabetes. “Isso acaba instigando o agravamento de doenças relacionadas ao coração e o seus vasos. Pacientes com diabetes tipo 2, por exemplo, têm cerca de duas a quatro vezes mais chances de desenvolver doença coronariana (infarto) e acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, e esse risco pode aumentar a depender do tempo de diagnóstico, controle da doença e presença de complicações ou outras comorbidades associadas”, pontua a profissional.

Quando não desenvolvidas por consequência da diabetes, as doenças cardiovasculares se relacionam com a síndrome nas condições semelhantes para o seu surgimento. “A falta de atividade física atrelado a uma má alimentação são fatores importantes para o aparecimento das enfermidades. Esses hábitos também podem contribuir para a piora no quadro das doenças. Por causa disso, é percebido que há cada vez casos de pessoas com as duas doenças”, discorre Dra. Aline.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, cerca de 30% da população brasileira com mais de 60 anos convive com o diabetes e alguma doença cardiovascular como a hipertensão. “A combinação das enfermidades aumenta a possibilidade de episódios de AVC e infarto, já que as doenças separadas são as principais causadoras desse tipo de emergência”, enfatiza a especialista.

Para redução destes riscos, é fundamental que os portadores da diabetes tenham um bom acompanhamento multidisciplinar, que envolve o endocrinologista, oftalmologista - para o rastreio de retinopatia - e nutricionista; e muitas vezes será necessário também acompanhar com cardiologista e nefrologista. “Comorbidades como hipertensão arterial sistêmica, colesterol elevado e alteração renal, devem ser bem acompanhadas e tratadas adequadamente. É essencial que o paciente procure ter bons hábitos de vida, mantendo uma boa alimentação e frequência de atividade física”, finaliza Dra. Aline. 

 

Rede Oto


Soro antiaracnídico do Butantan previne necrose na pele em pessoas picadas pela aranha-marrom

Função foi comprovada em estudo de seis anos conduzido no Hospital Vital Brazil e publicado na revista PLOS Neglected Tropical Diseases



Um estudo pioneiro conduzido no Hospital Vital Brazil, do Instituto Butantan, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde, publicado na revista PLOS Neglected Tropical Diseases, comprovou que o soro antiaracnídico é capaz de reduzir o risco de necrose na pele causada pelo veneno da aranha-marrom (do gênero Loxosceles), principalmente se aplicado nas primeiras 48 horas após o acidente. A necrose no local da picada – morte de parte do tecido da pele – é uma das manifestações mais comuns desse tipo de envenenamento, que acomete cerca de 8 mil pessoas por ano, de acordo com o Ministério da Saúde.

 

A pesquisa foi feita ao longo de seis anos e incluiu 146 pacientes atendidos no Hospital Vital Brazil que sofreram picada de aranha-marrom. Das pessoas avaliadas, 74 foram tratadas com o antiveneno e 72 não receberam o soro, pois foram admitidas tardiamente. As manifestações cutâneas e sistêmicas foram avaliadas no momento da admissão e semanalmente durante a condução do estudo.

 

No grupo de pacientes que foram tratados com o soro menos de 48 horas após a picada, a proporção de pessoas que apresentaram necrose foi significativamente menor do que no grupo que não recebeu o antiveneno. A administração do soro foi segura e com baixa taxa de reações adversas.

 

Além disso, entre aqueles que receberam o soro em até 60 horas depois do acidente, a quantidade de pacientes que desenvolveram úlceras, decorrentes de necrose profunda, foi menor do que naqueles que demoraram mais de 60 horas para serem atendidos.

 

O estudo foi o primeiro a avaliar, em humanos, a capacidade do soro antiaracnídico de evitar necrose em casos de picada de aranha-marrom. Uma pesquisa anterior com modelos animais havia mostrado que o antiveneno reduzia as lesões necróticas em 30%, mesmo sendo administrado 48 horas após a injeção do veneno.

 

“O grande desafio em relação à picada da Loxosceles é que a maior parte dos pacientes demora mais de 48 horas para procurar o serviço de saúde. Isso acaba prejudicando a eficácia do tratamento, pois a necrose, muitas vezes, já está estabelecida”, explica a médica Ceila Málaque, do Hospital Vital Brazil.


 

Sintomas e prevenção


As pessoas picadas pela aranha-marrom desenvolvem uma lesão dolorosa e arroxeada que vai escurecendo e pode evoluir para necrose após cerca de três dias. Nas primeiras 24 horas, é comum sentir febre, náusea e mal estar. Após duas a três semanas, alguns pacientes ainda podem apresentar descamação nos pés e nas mãos.

 

No Brasil, além da aranha-marrom, há outras duas espécies de importância médica: a aranha armadeira (do gênero Phoneutria) e a viúva-flamenguinha (do gênero Latrodectus). Esses animais vivem em buracos no solo, sob cascas e troncos ou em teias.

 

Para prevenir acidentes, é importante evitar o acúmulo de entulho, folhas secas e lixo, além de combater a proliferação de insetos. Também é recomendado manter ralos de cozinha e banheiro fechados, assim como vedar frestas e buracos em paredes e assoalhos.  

Em caso de acidentes, é recomendado lavar o local da picada com água e sabão. Depois, pode ser aplicada uma compressa morna para aliviar a dor. Após tais medidas, é imprescindível procurar atendimento médico de forma imediata.


22% dos homens nunca fizeram exames para infecções sexualmente transmissíveis, aponta pesquisa

 Segundo levantamento com usuários da plataforma Gleeden, 44% dos homens só se consultam com um especialista quando há um problema específico

 

Pouca gente sabe, mas, em 15 de julho, é celebrado no Brasil o Dia do Homem. A data tem como objetivo incentivar a prevenção e os cuidados com a saúde masculina, tema que ainda enfrenta muitos tabus, desafios e a desinformação. De olho nas consequências geradas por essa falta de cuidado, o Gleeden - plataforma número 1 de encontros extraconjugais e relações não monogâmicas do mundo - questionou seus usuários sobre os hábitos de cuidado com a saúde sexual.                                          

A pesquisa, realizada no ano passado, traz um dado que chama a atenção: 22% dos homens entrevistados mencionaram nunca terem feito o teste para infecções  sexualmente transmissíveis; outros 22% disseram testar a cada seis meses; e 56% o fazem uma vez ao ano.  

A sexóloga do Gleeden, Paulina Millán, explica que há uma falsa percepção sobre a educação sexual. “Muitas vezes, as pessoas pensam que educação sexual  se resume a saber sobre sexo e conhecer anticoncepcionais. No entanto, elas precisam considerar aspectos como prevenção, prazer e até violência sexual. Esse dia é muito importante para falar mais sobre o assunto e aprofundar na detecção de doenças”. 

Quando perguntados se já tiveram algum tipo de IST, 67% dos entrevistados afirmaram nunca terem sido infectados, enquanto 33% responderam que tiveram o problema em um passado distante - 67% deles são homens.  

Segundo Silvia Rubies, diretora de comunicação e marketing do Gleeden, “o fato de 22% dos homens nunca terem feito um teste para infecções sexualmente transmissíveis reflete a falta de informação, divulgação e disponibilidade de clínicas locais para que as pessoas possam se testar. Além disso, grande parte das pessoas acredita que, se não tiverem sinais visíveis, estão saudáveis”.  

Em relação aos exames de rotina, 44% dos usuários do Gleeden disseram se consultar com um especialista pelo menos uma vez ao ano - 25% mulheres e 75% homens. Já 44% dos entrevistados, todos homens, só buscam ajuda médica quando há um problema específico. 

Agora, parece que quem mais cuida de sua saúde sexual e reprodutiva são os infiéis. De acordo com o Gleeden, 82% revelaram que sempre usam preservativo nas relações sexuais com o amante. Enquanto, com o parceiro estável, 45% nunca usam preservativo.  

“Continuamos com uma educação meio moralista, em que se acredita que as pessoas só têm um parceiro sexual em toda a vida, quando a realidade se mostra diferente disso. Você precisa estar mais aberto para falar sobre todos os encontros sexuais que você tem, não só se preocupar com uma gravidez, mas também sobre ISTs, e ter a confiança para perguntar ou fazer o teste com cada parceiro que você tiver, mesmo que seja um novo relacionamento ou casual”, pontua Paulina. 

Segundo ela, em geral, faltam clínicas para que as pessoas possam ir e fazer um pacote completo de testes de detecção, não só do HIV, mas também de outras doenças como gonorreia, sífilis, hepatite etc. “Além disso, a maioria das pessoas desconhece que já existem vacinas preventivas ou acredita que, se não tiverem um sintoma visível nos órgãos sexuais, estão saudáveis, quando existe a possibilidade de serem portadores de muitas infecções que não apresentam sintomas”.

 

Gleeden
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Lombalgia: como evitar dores nas costas no home office?

Trabalhar no conforto de nossas casas é o sonho de muitas pessoas. Não há dúvidas dos benefícios que o home office traz para diversas profissões – mas, também são inegáveis alguns malefícios que esse modelo desencadeou para muitas. Dentre tantos problemas físicos potencializados desde o início da pandemia, casos crescentes de lombalgia foram impulsionados, inevitavelmente, pelo maior tempo sentados sem praticarem exercícios. Para aqueles que ainda trabalham neste modelo, é fundamental tomar certos cuidados diários, para que esta dor não se eleve e gere problemas ainda maiores para a saúde.

Em um comparativo feito pelo IBGE, enquanto em 2013, apenas 18,1% dos brasileiros relatavam terem dores na coluna, uma nova pesquisa feita em 2020 registrou um total de 41% de queixas nesta dor pela população. O simples fato de passarem muitas horas do dia sentados faz com que a pressão na coluna seja muito maior do que quando estão em pé, corroborados por inúmeros estudos que mostram a sobrecarga maior no disco intervertebral ao estarmos nas cadeiras.

Com o isolamento social, além do tempo nesta posição ter aumentado significativamente, a quantidade de exercícios praticados foi potencialmente reduzida, o que impede que o devido fortalecimento da coluna e, assim, eleva os riscos de deixá-la instável e seu desgaste mais veloz. O cenário se mostrou tão preocupante que, em dados publicados no The Lancet Rheumatology, espera-se que, até 2050, o número de pessoas diagnosticadas com lombalgia deva chegar à marca dos 843 milhões – um aumento de 36% em relação às 619 milhões que sofreram com este problema em 2020.

É fato que estas dores são mais comuns na faixa etária dos 18 aos 50 anos, não costumando ser tão frequente em crianças ou idosos. Normalmente, os primeiros sintomas naqueles que enfrentarão esses problemas costumam ser a sensação de desconforto na musculatura e, dependendo do caso, espasmos musculares, até migrar para o diagnóstico concreto da lombalgia. Quando não tratada devidamente, ela tenderá a piorar com o tempo, correndo sérios riscos de travar a coluna do paciente e, ainda, desencadear outros problemas sérios para sua saúde.

Por mais que existam diversas opções de tratamento para lombalgia, que vão desde infiltrações, bloqueios e rádio frequência à laser em casos mais simples, a cirurgias em diagnósticos mais graves, a grande maioria dos casos destas dores não precisará de uma cirurgia para seu tratamento – podendo ser tratada a partir de procedimentos minimamente invasivos que irão reduzir a dor do paciente e evitar que ela se torne um impeditivo para suas atividades diárias.

Mas, o que realmente fará a diferença para prevenir estas dores e assegurar a qualidade de vida, principalmente, para quem trabalha no modelo de home office, serão os hábitos rotineiros adotados em prol do fortalecimento da coluna. O pilates costuma ser muito prescrito para fortalecer o core, com alta capacidade de contribuir para que a lombalgia tenda a diminuir gradativamente, mas existem diversos outros exercícios que, caso praticados frequentemente, também se mostram como algumas das melhores maneiras de atingir esse fortalecimento e evitar a necessidade de procedimentos para tratar esta dor.

Certas linhas de pesquisa com células tronco e plasma PRP estão ganhando força no Brasil, apresentando forte perspectiva de também contribuir para a piora da lombalgia. Contudo, esse ainda é um processo que deverá ser estudado mais a fundo, até que esteja acessível à população com efeitos positivos para as dores na coluna.

Inevitavelmente, grande parte das pessoas terá algum caso de lombalgia ao longo de suas vidas, principalmente, diante da popularidade do home office ao redor do mundo. Entretanto, trabalhar de casa não precisa ser sinônimo do agravamento desta condição, uma vez que existem diversos hábitos diários que podem contribuir para evitá-la. Muitos vícios em postura e tempos longos sentados podem ser bem administrados, desde que estes cuidados sejam tomados corretamente para uma rotina de trabalho em casa saudável par todos.



Dr. Carlos Eduardo Barsotti - cirurgião ortopedista formado pela Faculdade de Medicina da USP, Mestre em Ciências da Saúde e Pós-graduado pela Harvard Medical School. Com mais de 19 anos de experiência na área, é um dos poucos profissionais do país a realizar intervenções de alta complexidade, principalmente na correção de escoliose.
https://drcarlosbarsotti.com.br/


Apneia do sono acelera o envelhecimento, mas uso de aparelho que ajuda a respirar ameniza o problema


Em estudo com 46 voluntários, pesquisadores da Unifesp observaram
que nos portadores do distúrbio não tratados há uma aceleração
do processo de encurtamento dos telômeros – biomarcadores do
envelhecimento celular; entre os que utilizam o aparelho CPAP, o dano é atenuado
 (
foto: Rawpixel/Freepik)

 


Pessoas com apneia obstrutiva do sono vivenciam repetidas pausas respiratórias ao longo da noite, que podem durar alguns segundos ou até mesmo minutos e são seguidas por despertares que prejudicam a qualidade do descanso. Se não tratado, o distúrbio pode, com o passar dos anos, causar problemas de saúde, como aumento de risco cardiovascular, hipertensão, insuficiência cardíaca, diabetes e comprometimento da memória e da concentração.

Pesquisa feita na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que a apneia também promove a diminuição dos telômeros – estruturas presentes nas extremidades dos cromossomos e que têm o papel de manter a integridade do material genético existente no núcleo celular. Os telômeros naturalmente vão encurtando à medida que as células se dividem para regenerar os tecidos e órgãos do corpo. E quando ficam demasiadamente pequenos, a célula envelhecida para de se multiplicar. Na medida em que acelera esse processo de encurtamento dos telômeros, portanto, a apneia promove o envelhecimento precoce das células.

A boa notícia dos estudos conduzidos na Unifesp é que o problema pode ser amenizado com uso do CPAP (sigla em inglês para pressão positiva contínua em vias aéreas) – aparelho acoplado a uma máscara que lança ar no nariz durante o sono e regulariza a respiração. Os resultados mais recentes foram divulgados na revista Sleep.

Com apoio da FAPESP, os pesquisadores acompanharam ao longo de seis meses 46 pacientes homens, na faixa etária entre 50 e 60 anos, com apneia do sono moderada ou grave. Os voluntários foram divididos em dois grupos e tratados com CPAP ou um aparelho semelhante, porém, com vazamentos de ar que não permitem o efeito terapêutico e funcionam como placebo.

Nas visitas mensais os cientistas checaram a adesão dos pacientes ao aparelho, terapia considerada complexa e incômoda, e coletaram sangue para mensurar o comprimento dos telômeros – análise realizada em três ocasiões – no início do experimento, após um período de três meses e ao final da intervenção. Além disso, foram analisados no sangue marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo.

“O encurtamento dos telômeros é inevitável porque está relacionado à inflamação e ao estresse oxidativo do envelhecimento, mas descobrimos que pessoas com apneia apresentam uma aceleração desse processo”, explica Priscila Farias Tempaku, pesquisadora na área de medicina e biologia do sono do Departamento de Psicobiologia da Unifesp e autora do estudo. “Observamos ainda que, tanto aos três quanto aos seis meses, o uso do CPAP atenuava essa aceleração.”

Os pesquisadores investigaram ainda os mecanismos moleculares que envolvem a associação entre apneia e telômeros. Um desses mediadores, o marcador inflamatório TNF-α, mostra que provavelmente a via molecular implicada é a inflamação. “Nos pacientes que usaram o placebo, a molécula se mostrou um fator influente no comprimento dos telômeros; já naqueles que usavam o CPAP não havia essa associação, mostrando que, além de sua importância já conhecida na redução do risco cardiovascular e metabólico, o aparelho também diminui a inflamação e, consequentemente, atenua o encurtamento do telômero”, explica Tempaku.

“Os resultados deixam claro o papel do sono como fator protetor para o envelhecimento ou de risco para quem apresenta alguma alteração”, avalia Sergio Tufik, diretor do Instituto do Sono da Unifesp e coordenador do estudo. “Esse é um ótimo incentivo, já que a maioria das pessoas resiste a usar o CPAP.”


Episono

Pioneiro nos estudos sobre o sono no Brasil e no mundo, Tufik é o criador do projeto Estudo Epidemiológico do Sono (Episono), realizado a cada década desde 1986 para traçar um panorama completo do sono dos paulistanos sob a ótica da saúde pública. Além de estabelecer a prevalência de problemas como ronco, sonambulismo e insônia, os trabalhos já renderam a publicação de mais de 70 artigos em revistas científicas.

A edição de 2015 do Episono, que avaliou o tamanho do efeito do encurtamento dos telômeros num período de dez anos, mostrou que ter apneia grave equivale a envelhecer dez anos. Essa informação, somada às descobertas do trabalho atual, indicam o próximo caminho dos pesquisadores: trazer ainda mais atenção para a relação entre sono e envelhecimento. “Dormir mal envelhece, está associado à mortalidade tanto quanto outras doenças e a apneia ocorre em 30% das pessoas”, afirma Tufik. “Mas a população está desassistida, já que nem o sistema público nem os convênios oferecem CPAP – isso precisa mudar”, alerta o pesquisador.

A prevalência da apneia vem aumentando paralelamente ao avanço da obesidade, uma vez que as doenças estão frequentemente associadas. Dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica indicam que 70% dos obesos sofrem com o distúrbio do sono, sendo que o índice chega a 80% no caso de obesidade mórbida.

Os principais sintomas da apneia obstrutiva do sono são o ronco, a fadiga diurna e a diminuição da capacidade de concentração – fatores que comprometem a qualidade de vida e podem ser incapacitantes. O diagnóstico requer um exame conhecido como polissonografia e o tratamento, além do uso de CPAP, costuma envolver mudança no estilo de vida, incluindo perda de peso, redução no consumo de bebida alcoólica à noite e de remédios para dormir.

O artigo Effect of Obstructive Sleep Apnea and CPAP on Telomere Length and its Associated Mechanisms pode ser lido em: https://academic.oup.com/sleep/article/46/Supplement_1/A207/7181654.



Julia Moióli
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/apneia-do-sono-acelera-o-envelhecimento-mas-uso-de-aparelho-que-ajuda-a-respirar-ameniza-o-problema/41898/


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