Um dos campos que eu acho mais interessantes em Marketing Educacional é o estudo do payback do estudo no Brasil. Os números são sempre impressionantes e eu coleciono esses dados com muito carinho. Você pode encontrar alguns pontos de atenção aqui nas edições anteriores dessa NewsLetter ou no meu histórico de posts. Tem muitos dados legais e para inúmeros outros a gente pode tomar um café uma hora dessas.
Algumas
informaões eu trago há luz outras seguro até encontrar um contexto mais
adequado para a sua promoção.
É o
caso do importante estudo "Education, Occupations, Lifetime Earnings"
desenvolvido pela Georgetown University nos Estados Unidos que aponta que
“estudar” paga mais dentro das mesmas atividades.
Essa
era uma tese que eu defendia sempre que alguém trazia a tona a falsa retórica
de que “todo motorista de aplicativo tem Ensino Superior”, falácia que já
demolimos aqui na newsletter em outras ocasiões com tabelas e método
científico.
Segundo
o estudo da Georgetown mesmo dentro de uma mesma ocupação, recebe mais quem
possui melhor formação. Entre motoristas de caminhão, aquele com formação
abaixo do ensino médio ganhava USD 1,3 milhões ao longo de toda a sua vida
contra US$ 1,5 milhão para caminhoneiros com ao menos um diploma do ensino
médio. O mesmo para professores de educação básica. Segundo o estudo aqueles
com bacharelado receberam USD 1,8 milhão ao longo da vida em comparação com USD
2,2 milhões para aqueles com Mestrado.
Os
dados são muito mais acessíveis em países desenvolvidos que aqui no Brasil.
Perguntas simples que me faço todos os dias seguem sem resposta pela nossa
inaptidão para pesquisa social (objeto de um desmonte mal intencionado no
passado recente).
Foi
com muita alegria que recebi hoje do Márcio Pereira Dias o estudo
"Trabalhadores com ensino superior: Área de formação, ocupação e
diferencial de rendimentos em relação aos trabalhadores com ensino médio",
conduzida pelo pesquisador do Ipea Maurício Cortez Reis.
O
texto QUE VOCÊ PODE BAIXAR NA ÍNTEGRA ABAIXO revela: trabalhadores com ensino
superior no Brasil têm remunerações significativamente mais altas em comparação
aos que possuem apenas o ensino médio.
A pesquisa analisou a relação entre área de formação, ocupação e diferencial de rendimentos, destacando três fatores determinantes.
1. O
primeiro fator é a qualificação geral adquirida durante o curso superior. Os
profissionais com graduação possuem habilidades e conhecimentos mais amplos, o
que os torna mais valorizados no mercado de trabalho.
2. O
segundo fator é o acesso a ocupações com maiores remunerações. Áreas como
engenharia e saúde, que já possuem salários mais elevados, apresentam um
diferencial de rendimentos quatro vezes maior em comparação aos trabalhadores
com ensino médio. Essas áreas oferecem oportunidades mais atrativas e bem
remuneradas para os profissionais formados.
3. O terceiro fator é a relação entre a qualificação adquirida em determinada área de estudo e a exigida na ocupação. Em áreas como humanidades e artes, onde a remuneração costuma ser mais baixa, a falta de correlação entre os conhecimentos específicos e as demandas do mercado de trabalho contribui para os rendimentos mais modestos.
O
estudo também destaca que a valorização desses fatores varia consideravelmente
de acordo com a área de formação. Em cursos como engenharia e saúde, todos os
três fatores são relevantes para a diferença salarial. Por outro lado, em áreas
como humanidades e artes, a falta de correspondência entre os conhecimentos
adquiridos e as exigências ocupacionais resulta em rendimentos mais baixos.
A
pesquisa conclui que, apesar do diferencial de rendimentos entre os trabalhadores
com ensino superior e ensino médio ser significativo, a heterogeneidade dentro
do grupo de ensino superior é notável. A área de formação é um elemento crucial
para compreender essa diversidade.
Esses
resultados destacam a importância do capital humano adquirido durante os anos
adicionais de estudo, bem como do acesso a ocupações melhor remuneradas e da
aplicação do conhecimento específico adquirido na formação.
Portanto,
investir em educação superior continua sendo a estratégia mais valiosa para
garantir melhores perspectivas de carreira e remuneração no mercado de
trabalho.
E
eu sigo espalhando essa palavra por aqui.
Rafael Villas Bôas
Marketing I Comercial I Inovação