Adotar
essas práticas ajudam na transformação da sociedade
Assuntos como
diversidade, equidade e inclusão são relevantes e refletem diretamente na
sociedade ao proporcionar oportunidades a classes desfavorecidas
historicamente, mas também fortalecem muito a própria organização empregadora.
Afinal, ao criar um ambiente com vivências e pontos de vista variados, mais e
melhores ideias são debatidas e nascem alternativas inovadoras de marketing,
sistemas, comunicação, produtos, etc.
São muitas
situações práticas a serem apontadas, por exemplo, a indústria de cosméticos
nunca teve produtos dirigidos às necessidades da comunidade preta. Simplesmente
porque tinha uma equipe totalmente dirigida por brancos e, por esse motivo,
essas iniciativas nem passavam pela cabeça dos criadores. Um time com várias
origens pode levar a soluções e aumento de vendas.
A diversidade
busca a inserção de todos, leva às pessoas da empresa a pensarem na sociedade
como ela é. Força cada um a sair de seus guetos, bolhas, tribos e olhar como os
outros vivem, os valores, relacionamentos e demais atitudes. Ou seja, é uma ação
estratégica para fortalecer a sensibilidade e criatividade de seus
colaboradores!
Sendo assim, o
indicado aos gestores é a busca por equipes de alta pluralidade racial, de
gênero, religiosa, inclusão da comunidade LGBTQIAP+, pessoas com deficiência
(PcDs) e, se possível, de diferentes regiões e até países. Boa parte
disso pode começar na contratação de estagiários. Dessa forma, esses indivíduos
têm a chance de ingressar no mundo corporativo, ganhar experiência e mostrar
seu valor.
A
diversidade no mundo corporativo
Infelizmente, a
realidade em nosso país é longe do ideal. É preciso mudar a forma de pensar.
Temos milhões de pessoas diferentes por aqui e cada uma com seu jeito, crenças,
propósitos, princípios, orientações sexuais, religiões, interesses econômicos,
níveis sociais e trajetórias. Por isso, é essencial para uma organização
promover essa mistura para alcançar o sucesso.
Quando um jovem
formado em escola pública e família de baixa renda, chega a um alto cargo ou
uma posição de destaque na sua profissão, influencia outros milhões na mesma
situação. Essa esperança é muito valiosa e, portanto, não basta apenas falar do
assunto, é preciso aplicá-la no cotidiano.
Nesse sentido, o
estágio é uma peça essencial para o desenvolvimento da nação. Afinal, só está
apto para a modalidade quem estiver matriculado em uma instituição de ensino
superior, profissional, médio e dos anos finais do ensino fundamental, na
modalidade profissional da educação de jovens e adultos - EJA.
Além de manter o
pessoal nas salas de aula, o programa também ajuda financeiramente. Isso porque
a corporação deve ofertar uma bolsa-auxílio. Dessa maneira, o integrante pode
utilizar esse valor para pagar os estudos, complementar a renda familiar, sustentar
o lar, aplicar em projetos pessoais, investir em novas competências, entre
outros. De qualquer forma, estará ajudando a economia a girar.
Conforme esse tema
é debatido, a população se torna mais sensível e observadora, principalmente
quem atua no ambiente corporativo, pois o mesmo carece de informação a respeito
dessa discussão. Ao dar essa chance de estagiar para indivíduos pertencentes a
minorias sociais, cria-se um “efeito dominó” e cada vez mais essa parcela da
população estará inserida nas companhias. Consequentemente, a probabilidade de
alcançarem cargos mais altos no futuro fica maior.
Forme
novas líderes para o futuro
Contar com
mulheres na liderança significa ter mais igualdade e, com isso, novas maneiras
de pensar. De acordo com uma pesquisa da KPMG, elas estão assumindo a gestão em
setores nunca vistos, como: tecnologia, construção, mineração e automotiva.
Afinal, possuem habilidades específicas e indispensáveis para quem almeja o
sucesso.
Atualmente, elas
ocupam 38% das posições de diretoria no Brasil. O índice ainda é baixo, mas
está em crescimento. Em 2019, esse número representava 25%. Além de incentivar
a contratação das moças, também indico palestras com executivas bem sucedidas,
ações sobre discriminação e formar um time respeitoso para criar o ambiente
propício.
Não há
idade máxima para estagiar
Com um mercado
cada vez mais concorrido, profissionais com idades mais avançadas buscam por
novas carreiras e muitos decidem começar do zero uma nova história. No entanto,
ao tentarem ingressar em um estágio, passam dificuldades. Bastante gente me
pergunta sobre a faixa etária limite para a modalidade, entretanto, isso não
existe. Se você é um estudante regularmente matriculado e tem 20, 40, 50 ou até
70 anos, está apto.
Os recrutadores
devem ter alguns cuidados, como a utilização de linguagem adequada e divulgação
correta da vaga. Contar com uma plataforma de fácil uso, treinamentos
assertivos e um grupo diverso também trazem efeitos positivos. Setores como a
tecnologia, por exemplo, carecem de mão de obra qualificada e tem um grande
número de sujeitos migrando para a área. Essas pessoas precisarão de uma
oportunidade para vivenciar na prática a teoria da sala de aula.
São várias
vantagens adquiridas quando se tem um membro mais experiente no quadro. Ele
terá valores sólidos e anos enfrentando adversidades empresariais, solucionando
problemas e também fracassando. Tudo isso tem relevância e fará a diferença na
hora de tomar uma decisão delicada ou elaborar uma nova estratégia.
Os
benefícios para as empresas
Para fomentar
essas contratações, a Lei 11.788/08 promove alguns benefícios destinados a quem
adere ao programa. Por não se tratar de um vínculo empregatício, existe a
isenção de impostos e direitos trabalhistas, tais como FGTS, INSS, 1/3 sobre
férias, multa rescisória de 40% e 13º salário.
Além disso,
existem pontos positivos mais subjetivos e difíceis de mensurar. A corporação
terá ideias atuais e inovadoras desse grupo mais engajado e por dentro das
novas tendências. Esses proveitos podem ser visualizados no cotidiano e
proporcionam segurança para uma efetivação futura, pois esse colaborador já
estará há algum tempo envolvido na engrenagem, treinado e sendo acompanhado por
um supervisor.
Assim, será
possível conhecê-lo melhor junto ao seu trabalho, pontualidade, dedicação e
outras qualidades. Com a popularização do home office, as lideranças podem captar
talentos de qualquer localidade do país. Dessa forma, abre-se um leque de
opções para identificar quem seria o candidato ideal para seu time. Assim, um
morador de uma cidade pequena do interior, consegue atuar em grandes
metrópoles.
Outra
especificidade é na admissão e rescisão do acordo. Ele pode ser encerrado a
todo momento, sem aviso prévio, por qualquer uma das partes e, como dito, sem o
pagamento de taxas. Caso tenha essa necessidade, a reposição pode ser feita com
rapidez e qualidade. Segundo o último censo Inep/MEC, existem mais de 17,2
milhões de pessoas aptas a essa condição, mas apenas 900 mil, pouco mais de 5%,
têm essa oportunidade.
Apesar da
legislação só permitir a permanência por até dois anos na mesma companhia,
dependendo do empenho e dedicação durante o processo, é possível continuar com
essa pessoa, registrando por meio da Consolidação das Leis Trabalhistas - CLT.
Dessa forma, é uma maneira de lapidar um futuro integrante do seu quadro de
funcionários de acordo com a cultura organizacional, os costumes e as regras
ali estabelecidas.
Por isso, mantenha
o olho aberto para essa prática e monte uma equipe com estagiários diversos!
Dessa forma, você estará ajudando a educação e a economia do nosso país, além
de auxiliar na tarefa de vivermos em um mundo melhor. A Abres está disposta a
apoiar as organizações, adolescentes e o país para garantir um futuro brilhante
à nossa juventude! Conte conosco!
Carlos
Henrique Mencaci - presidente da Abres – Associação Brasileira de Estágios