- Vista pela sociedade ainda como um problema individual e até
estético, a doença, multifatorial e crônica avança em todas as faixas
etárias.
- 1 a cada 10 crianças de até 5 anos no Brasil está acima do
peso[1]. 13,2% das
crianças com idade de 5 a 9 anos estão com sobrepeso ou obesidade. Entre
os adolescentes, a prevalência de obesidade é de cerca de 18%[2].
- Segundo a OMS, 1 em cada 5 adultos no mundo terá obesidade em
2025 e por isso a organização fala em epidemia quando se refere à
obesidade. O Brasil está entre os cinco países que respondem
por ⅓ dos casos de obesidade em adultos no mundo[3]. 21,5% dos brasileiros têm
obesidade atualmente1.
- Mais idosos estão acima do peso no país. De 2006 a 2019 a
prevalência de obesidade aumentou de 16,1% para 23%, representando elevação nos riscos de problemas
como acidente vascular cerebral (AVC) e infarto, além de limitar - ainda
mais - a locomoção deste grupo[4].
- A obesidade é uma questão de saúde. Individual e pública. O acúmulo excessivo de gordura corporal está
associado com o aumento no risco de mais de 30 DCNT (Doenças Crônicas não
Transmissíveis), em maior ou menor grau[5].
- Somente em 2019 o gasto direto com DCNTs no país atingiu R$ 6,8 bilhões. Estima-se que 22%
desse valor (R$ 1,5 bilhão) podem ser atribuídos ao excesso de peso e à
obesidade7.
- O mesmo estudo mostrou que foram 128,71 mil mortes, 495,99
mil hospitalizações e 31,72 milhões procedimentos ambulatoriais realizados
pelo SUS, atribuíveis ao excesso de peso e obesidade7.
- Em 2020, mais de 2,3 bilhões de pessoas (30%
da população mundial) não tiveram acesso à alimentação saudável[6].
O Brasil há alguns
anos tem se destacado como um dos países com o crescimento mais acentuado da
obesidade em sua população. Em 14 anos, de 2006 a 2020, a obesidade
no país cresceu 82,2%[7].
País que mais engordou na pandemia em todo mundo[8], o Brasil está entre os cinco países que respondem por ⅓
dos casos de obesidade em adultos no mundo[9]
e 21,5% dos brasileiros têm obesidade atualmente1. Embora sempre em pauta, a
pergunta que fica é? A obesidade tem sido abordada
e enfrentada com a complexidade e abrangência que os dados apontam que ela
demanda?
Existe uma profusão de
informações sobre o tema. Narrativas que vão desde questões comportamentais e
estéticas até questões de saúde, bem-estar, científicas, fake news, mitos,
sustentabilidade dos sistemas de saúde, e o que sobra é muita desinformação
para quem precisa lidar com o assunto: a sociedade.
Multifatorial e
crônica, a obesidade é uma doença que está presente em todas as faixas etárias.
Tem correlação com questões genéticas, econômicas e comportamentais. E por ser
metabólica atinge o corpo humano de forma sistêmica, ocasionando as DCNTs
(Doenças Crônicas Não Transmissíveis) e aumentando o risco para uma série de
doenças, levando os indivíduos a uma considerável redução de sua qualidade de
vida.
“Não se trata de falar
de padrões e medidas. Estamos falando de saúde. Obesidade não tem a ver com
formas e peso. Tem a ver com o metabolismo, com o funcionamento do corpo para
que a pessoa viva com saúde. Temos que olhar questões como nutrição,
colesterol, diabetes, a biomecânica das articulações”, introduz Maurício
Azevedo, gerente médico da Johnson & Johnson Medtech. Azevedo é médico desde 2004, PHD em Cirurgia pela Faculdade de
Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e especializado em Nutrologia,
também pela Santa Casa de SP.
Ganho médio de peso
durante a pandemia foi de 6,5 kg
Considerada uma das
condições mundiais de saúde mais prevalentes e preocupantes, a obesidade
cresceu durante a pandemia de Covid-19. De acordo com a pesquisa Diet &
Healt Under Covid 19 realizada pela Ipsos2 com
respondentes de 30 nações em todo o mundo, os brasileiros foram os que mais
engordaram. 52% declararam ter aumentado de peso desde o início da
disseminação da Covid-19 no país. Na média global, 31% dos entrevistados
engordaram durante o período. “Este estudo revelou que além de sermos o país
que mais engordou no mundo, este número está bem acima da média mundial, o que
é preocupante”, analisa o Dr. Maurício Azevedo.
Na pesquisa, os entrevistados do Brasil
declararam terem engordado em média 6,5 kg.
Aumento de peso nas capitais
Segundo dados do
Vigitel 20201 em todas as capitais
brasileiras, a frequência de adultos obesos foi de 21,5%, dado semelhante entre
as mulheres (22,6%) e os homens (20,3%). A obesidade aumentou entre homens com
idade até os 64 anos e entre mulheres até os 54. O levantamento foi realizado nas capitais dos 26 estados brasileiros e do
Distrito Federal, contando com a participação de adultos acima de 18 anos.
A frequência de adultos com excesso de
peso variou entre 51,3%, em São Luís, e 62,7% em Cuiabá.
Entre homens, as maiores frequências no
aumento de peso foram observadas, em Cuiabá (68,6%), Maceió (65,7%) e Porto
Velho (64,6%); e, entre mulheres, no Rio de Janeiro e em São Paulo (60,1%),
Recife (59%) e Fortaleza (58%). Já as menores frequências de excesso de peso,
entre homens, ocorreram em Salvador (54%), São Luís (54,2%) e Curitiba (54,6%);
e, entre mulheres, em Palmas (46,7%), Goiânia (47,7%) e São Luís (49%).
O IEPS[10] (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), divulgou
em nota técnica a seguinte análise sobre os dados do Vigitel 2020: “As
tendências de obesidade chamam atenção, especialmente porque, até 2011, nenhuma
capital tinha uma prevalência de obesidade acima de 20%, enquanto em 2020 o
Vigitel levantou 16 capitais acima dessa marca”. O estudo apontou ainda uma
correlação socioeconômica para os dados. “Há uma associação entre nível de
escolaridade e a prevalência de doenças, fatores e comportamentos de risco. O
percentual de diabéticos e hipertensos entre os menos escolarizados (até 8 anos
de estudo) é quase três vezes maior que o percentual do grupo mais
escolarizado, com 12 anos de estudo ou mais.”
Mudança de hábitos e comportamentos
Na pesquisa da Ipsos, 29% dos brasileiros relataram
uma diminuição na prática de exercícios físicos durante a pandemia, enquanto
23% disseram que estão se exercitando mais. Em relação a hábitos de consumo,
14% afirmaram estar bebendo mais, e 11% estão bebendo menos; 3% largaram o
cigarro, 2% adquiriram o hábito de fumar.
Durante a pandemia, as
academias foram fechadas e as atividades físicas, reduzidas. Muitas pessoas
passaram a trabalhar em casa e não se movimentavam tanto quanto antes.
Combinado a tudo isso, a dieta mudou: come-se mais e de forma menos saudável.
“O excesso de peso e a
obesidade vêm aumentando no mundo não só por causas individuais. As causas
populacionais da obesidade vêm mudando e estão acelerando seu crescimento de
forma considerável. Como apontou o estudo coordenado pelo Dr. Leandro Fornéas
Machado de Rezende da UNIFESP, as causas populacionais que ocorreram a partir
dos anos 70 e 80, leia-se a combinação de mudanças no processamento dos
alimentos, no marketing, nas leis agrícolas, entre outros pontos estruturais,
influenciaram muito a forma como as pessoas se alimentam hoje e isso está
impactando consideravelmente o quadro que temos da obesidade hoje no Brasil”,
explica o Dr. Maurício Azevedo.
Movimento “Obesidade,
Precisamos Conversar”
O movimento “Obesidade, Precisamos
Conversar” é uma iniciativa da Johnson & Johnson Medtech que propõe a
abertura do diálogo sobre a obesidade. Busca romper os preconceitos e a
discriminação com informação de qualidade, fatos e dados, além de conscientizar
a população sobre a complexidade da obesidade, as formas de tratamento e seus
benefícios para a saúde.
O movimento busca conexão com o
público-alvo, mas também o engajamento da sociedade. Traz para o debate a
jornada real (visível e invisível) das pessoas com obesidade e sobrepeso.
Aborda os desafios vivenciados, muitas vezes, de forma solitária, tratando os
temas de maneira leve e empática.
Esse movimento também visa o
empoderamento, por meio do conceito "Decido por mim", porque todo
mundo tem o direito a informações de qualidade, que capacitam à tomada das
melhores decisões para a saúde e o bem-estar.
“Nós, como médicos, temos essa missão
de fazer chegar às pessoas essas mensagens. Temos que esclarecer as dúvidas,
transmitir conteúdo de qualidade, oferecer atualizações, informar as famílias
desde cedo”, finaliza o Dr. Maurício Azevedo.
Johnson & Johnson MedTech
[1] Estudo Nacional de
Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI -- 2019), Consulta em 16/03/2022
[2] SISVAN 2019. Consulta em 16/03/2022.
[3] All
countries significantly off track to meet 2025 WHO targets on Obesity. Consulta em: 16/03/2022.
[4] UFMG. Consulta em: 16/03/2022
[5] A Epidemia de
Obesidade e as DCNT -- Causas, custos e sobrecarga no SUS. Consulta em 16/03/ 2022.
[6] SOFI
2021, UN. Consulta em 16/03/2022
[7] Vigitel
2020, DataSUS 2020.Consulta em
16/03/2022.
[8] Diet
& Health Under Covid-19, Ipsos.
Consulta em 16/03/2022.
[9]
All countries significantly off track to meet 2025 WHO targets on Obesity. Consulta em: 16/03/2022.
[10] IEPS
2022, Nota Técnica 25. Consulta em: 16/03/2022