A melatonina fica disponível sem uso de receita, facilitando o acesso da população
A Anvisa (Agência
Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou, em outubro deste ano, o uso de
melatonina como suplemento alimentar para pessoas acima dos 19 anos e com
limite máximo de 0,21 mg de consumo por dia.
A melatonina é um hormônio produzido naturalmente no cérebro humano por meio de
uma glândula chamada pineal e auxilia no ciclo vigília-sono, ou seja, ajuda a
regular o relógio biológico e a induzir o sono. Por isso, é muito comum pessoas
com insônia ou outros problemas para dormir recorrerem ao suplemento para
melhorar a qualidade do sono.
Segundo a Academia Americana de Medicina do Sono, a melatonina não é aprovada
para tratamento de insônia, tendo somente duas indicações formais para dois distúrbios:
jetlag ou síndrome do atraso de fase do sono (para quem dorme muito tarde e
acorda muito tarde). "A melatonina não é um indutor de sono e sim um
regulador dos relógios biológicos, por isso, ela não tem uma indicação formal
para casos de insônia", alerta Ksdy Sousa, psicóloga do sono e responsável
técnica da SleepUp. A orientação de um profissional da saúde é importante para
não prejudicar a qualidade de vida como um todo. Por isso, mesmo com a venda
liberada pela Anvisa, é muito importante buscar um médico antes de fazer uso do
suplemento.
Por exemplo, a melatonina sintética não deve ser utilizada por gestantes,
lactantes, crianças e pessoas envolvidas em atividades que requerem atenção
constante. Pessoas com outras enfermidades também devem ter atenção redobrada
ao seu uso. Além disso, dependendo da quantidade utilizada, o suplemento pode
causar alguns efeitos colaterais como, por exemplo: fadiga, sonolência
excessiva, falta de concentração, depressão, dor de cabeça, irritabilidade,
ansiedade, agitação, tontura, hipertensão, entre outros.
Como melhorar a produção de melatonina sem uso de suplemento?
Como alternativa ao uso da melatonina sintética, Ksdy Sousa dá algumas dicas
que podem ajudar a melhorar a produção do hormônio pelo organismo.
•Exponha-se à luz solar: a exposição à luz natural durante o dia ajuda o
organismo a regular o ciclo circadiano, melhorando a produção de melatonina
quando escurece;
•Evite o uso de telas antes de dormir: o uso de celulares e outras telas
"confunde" o cérebro, pois o organismo não sabe diferenciar a luz
natural da artificial e, portanto, prejudica a produção de melatonina;
•Diminua a luminosidade ao anoitecer, prefira as luzes indiretas e amarelas,
procure manter o ambiente calmo e com uma rotina leve e tranquila;
•Alimente-se adequadamente: além de ser naturalmente produzida pelo organismo e
estar diretamente associada à luminosidade, a melatonina também pode ser
encontrada - em pequenas concentrações - em certos alimentos como morango,
cereja, uva, banana, abacaxi, laranja, mamão papaia, manga, tomate, azeitona,
cereais, carne (frango, carneiro, porco), leite de vaca e outros produtos
alimentícios.
"Essas são apenas algumas dicas que podem ajudar a melhorar a produção
natural de melatonina pelo organismo. Mas outros cuidados diários podem também
beneficiar pessoas que enfrentam problemas para dormir sem que precisem
recorrer a medicamentos ou suplementos sintéticos."
A psicóloga do sono e responsável técnica da SleepUp refere-se à prática de
higiene do sono, controle de estímulos e também à terapia
cognitiva-comportamental para insônia (TCCi), como boas estratégias para se ter
um sono de qualidade. As técnicas, que são a base do tratamento para insônia do
aplicativo SleepUp, ajudam pessoas com insônia a modificar hábitos e padrões de
comportamento que podem estar prejudicando o sono, objetivando a melhoria do
descanso.
"Quando cuidamos dos nossos hábitos e comportamentos ao longo de todo o
dia, sincronizamos nosso relógio biológico e preparamos o nosso corpo tanto
para a atividade como para o descanso. Isso, com certeza, melhora a produção de
melatonina e, consequentemente, melhora a qualidade do sono e de vida",
conclui Ksdy.
SleepUp