No mês dedicado aos idosos, especialistas do CEJAM destacam algumas das principais medidas para garantir mais qualidade de vida
Em
2022, o Brasil registrou um aumento significativo na população idosa. Segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os idosos
passaram a representar 10,9% da população total, um crescimento de 57,4% em
comparação ao ano de 2010. Atualmente, estima-se que essa parcela da população
tenha aumentado ainda mais, chegando a 15,8%.
Projeções
da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que até o ano de 2050, o número
de pessoas com mais de 60 anos no mundo deverá atingir a marca de 2 bilhões, ou
seja, um em cada cinco indivíduos será idoso.
Diante
desse cenário, é crucial que a sociedade esteja preparada para lidar com o
envelhecimento da melhor forma. Para isso, o olhar atento para algumas questões
é primordial nessa fase da vida, e uma delas é a saúde mental.
“Com
o passar dos anos as relações afetivas e sociais podem ser prejudicadas pela
perda dos vínculos que os idosos constituíram ao longo da vida, o que pode
ocasionar isolamento social e, em casos acentuados, até mesmo a depressão”,
afirma Taciana Ferreira, assistente social e supervisora multiprofissional do
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”.
Hoje,
os idosos representam a faixa etária mais propensa ao desenvolvimento de
depressão. O IBGE aponta que o quadro afeta 10,2% dos indivíduos com idade
igual ou superior a 18 anos. Dentre esses, a prevalência da doença é maior
entre pessoas de 60 a 64 anos, atingindo 13,2% dos idosos.
Nesse
cenário, a terapia deve ser vista como um tópico extremamente necessário.
"Muitos idosos de hoje pertencem a uma geração que, por não ter tido
acesso à assistência durante sua vida, tende a resistir ao processo de cuidado
psicológico. Durante suas trajetórias, eles carregam questões familiares, lutos
e outros problemas que, nessa fase, podem levar a doenças psicológicas e, até
danos físicos”, explica a profissional.
A
solidão é outro aspecto que merece atenção especial na terceira idade, uma vez
que sua intensidade tende a crescer com o passar dos anos. Conforme dados da
OMS, essa sensação pode aumentar em 25% o risco de morte, em 50% a
probabilidade de desenvolver demência e em 30% as chances de contrair doenças
cardiovasculares. Números que podem ser ainda mais alarmantes em uma fase
marcada por maior vulnerabilidade.
“É
fundamental que os idosos não se restrinjam apenas ao convívio familiar, mas
também estejam inseridos em outros grupos sociais. Eles podem ser de cunho
comunitário, religioso, de lazer ou esportivo. Essa participação proporciona a
oportunidade de estabelecer novos vínculos e relações de amizade, o que é
extremamente benéfico para a saúde mental e emocional.”
Já
na parte no cuidado físico, a prática de esportes é tão importante como nas
fases anteriores da vida. As atividades nesse sentido ampliam a autonomia na
realização de tarefas cotidianas dentro e fora de casa, minimizam dores, entre
outros benefícios.
“Entretanto,
é fundamental garantir que não existam restrições temporárias ou permanentes
que possam impedir a execução dessas atividades. Entre as opções de exercícios
mais adequados para os idosos estão a musculação, natação, hidroginástica,
exercícios aeróbicos e pilates”, ressalta Taciana.
Uma
rotina de exercícios ainda colabora com a diminuição de quedas, tida como a
terceira causa mais comum de mortalidade entre as pessoas com mais de 65 anos,
isso porque elas também desenvolvem a coordenação motora, força e equilíbrio.
A
alimentação é outro pilar essencial, pois com o avanço da idade é comum
surgirem queixas relacionados à falta de apetite e, consequentemente, perda de
peso e massa muscular.
"O
acompanhamento nutricional, a implementação de uma dieta adequada, juntamente
com a suplementação, pode fazer uma diferença significativa na vida dos idosos.
É crucial também não esquecer a importância do acompanhamento odontológico. A
necessidade de uso ou ajuste de próteses dentárias pode afetar o processo de
mastigação e qualidade de vida, causando problemas adicionais", declara a
Dra. Gisela Saori Yoshimatsu, geriatra do CEJAM.
À
medida que se envelhece, a pele é outro fator evidente que precisa de reparos.
É durante esse momento que ela tende a se tornar mais fina e áspera, devido à
diminuição na produção de óleos naturais pelo corpo.
“É
essencial beber mais água para manter a pele hidratada internamente. Além
disso, o idoso deve evitar banhos quentes e estabelecer uma rotina de
hidratação externa com cremes específicos para auxiliar na manutenção da
elasticidade e suavidade da pele”, complementa Maria Jurema Sales, enfermeira
da instituição.
Quanto
à exposição ao sol, recomenda-se evitar horários de maior incidência de raios
UVA e UVB, pois estes podem acelerar ainda mais o envelhecimento cutâneo. “A
utilização de protetor solar é indispensável ao idoso, usar acessórios como
chapéus, bonés e sombrinhas podem potencializar a sua proteção.”
Por fim, a enfermeira reforça a necessidade de manter os exames de saúde em dia e buscar alternativas para utilizar corretamente as medicações prescritas ao longo dessa jornada.
CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
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