O custo do tratamento do diabetes é alto, envolve muitos cuidados, medicamentos e a maioria das pessoas só descobrem a doença com quadro em estágio avançado
Os dados da 9ª edição do Atlas de Diabetes da
International Diabetes Federation (IDF) mostram que existem 463 milhões de
adultos com diabetes em todo o mundo. Globalmente, a prevalência do diabetes
atingiu 9,3%, com mais da metade (50,1%) dos adultos não diagnosticados, sendo
o diabetes tipo 2 responsável por cerca de 90% dos casos.
Novas pesquisas indicam que o número de indivíduos que
vivem com diabetes deve aumentar de 366 milhões em 2011 para 578 milhões até
2030 e 700 milhões em 2045, se nenhuma ação urgente for tomada. Isso equivale a
aproximadamente três novos casos a cada dez segundos ou quase dez milhões por
ano. Outros números também mostram que 80% das pessoas com diabetes vivem em
países de baixa e média renda. 78.000 crianças desenvolvem diabetes tipo 1
todos os anos. E o maior número de pessoas com diabetes têm entre 40 e 59 anos
de idade
O diabetes é uma doença em que os níveis de glicose no
sangue estão acima do normal, podendo causar sérias complicações de saúde,
incluindo doenças cardíacas, cegueira, insuficiência renal e amputações de
membros inferiores. O diabetes é a sétima causa de morte nos Estados
Unidos.
“Dadas essas estatísticas, é altamente provável que
profissionais de exercícios em uma ampla variedade de ambientes interajam com
clientes com diabetes. A atividade física é uma intervenção comprovada que faz
uma diferença impressionante para a saúde dos clientes que têm a doença e pode
ajudar a preveni-los para aqueles que não têm. Compreender como o diabetes
afeta a saúde física e mental de um indivíduo pode ser a chave para projetar e
implementar um programa de exercícios aquáticos bem-sucedido para esses
clientes. Exercícios físicos ajudam a diminuir a resistência à insulina e
baixar o nível de glicose”, pontua Eduardo Netto, Diretor Técnico da Bodytech e
autor do livro Atividade Física para Diabéticos.
No momento, o diabetes tipo 1 não pode ser evitado. Os
gatilhos ambientais que se acredita gerar o processo que resulta na destruição
das células produtoras de insulina do corpo ainda estão sob investigação. Mas,
felizmente, há muitas evidências de que mudanças no estilo de vida (alcançar um
peso corporal saudável e atividade física moderada) podem ajudar a prevenir o
desenvolvimento de diabetes tipo 2. Até 85% das complicações e morbidades entre
os indivíduos com diabetes tipo 2 podem ser evitadas, retardadas ou tratadas
com eficácia e minimizadas com visitas regulares a um profissional de saúde,
monitoramento e medicação adequados e uma dieta e estilo de vida saudáveis. A
identificação precoce de complicações potenciais pode fornecer oportunidades
para intervenção, educação e encaminhamento para um especialista quando
necessário.
“A obesidade, especialmente a abdominal, está ligada ao
desenvolvimento de diabetes tipo 2. A perda de peso melhora a resistência à
insulina e reduz a hipertensão. Pessoas com sobrepeso ou obesas devem,
portanto, ser incentivadas a atingir e manter um peso corporal saudável. O
Programa de Prevenção de Diabetes descobriu que a perda de peso e o aumento da
atividade física reduziram o desenvolvimento de diabetes tipo 2 em 58% durante
um período de estudo de três anos. Entre os indivíduos mais velhos (aqueles com
60 anos ou mais), a redução foi de 71 por cento. E mais importante, indivíduos
com sobrepeso que perdem até cinco a sete por cento de seu peso corporal por meio
de exercícios e alimentação saudável podem efetivamente prevenir ou retardar o
aparecimento do diabetes tipo 2 indefinidamente”, destaca Netto.
Falando sobre complicações e efeitos, é importante saber
que os problemas associados ao diabetes são comuns e podem ser graves. Os
efeitos colaterais e comorbidades da doença podem incluir doenças cardíacas,
derrame cerebral, hipertensão, cegueira e problemas oculares, doenças renais,
complicações do sistema nervoso, amputações, doenças dentárias, complicações na
gravidez e problemas de saúde mental (como depressão).
O aumento da atividade física é importante para manter a
perda de peso e está relacionado à redução da pressão arterial, redução da
frequência cardíaca em repouso, aumento da sensibilidade à insulina, melhora da
composição corporal e bem-estar psicológico, tornando-se um dos principais
pilares na prevenção do diabetes.
O inimigo silencioso e muitas vezes mortal
O número atual de pessoas com diabetes no Brasil é de
12.054.827, segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Os dados são
resultado da atualização do Censo de Diabetes. O mais alarmante é que metade
dessa população não sabe que está doente. O Brasil é o décimo país com
prevalência da doença e será, nos próximos anos, o terceiro em números de
casos. O diabetes é uma patologia que pode ser prevenida, o primeiro passo é
procurar ajuda, mudar os hábitos alimentares, praticar exercícios físicos
diariamente e utilizar os medicamentos corretamente para cada caso para
controlar a quantidade de glicose no sangue, e desta maneira, ter qualidade de
vida.
“O diabetes é uma doença multifatorial, e a evolução do
quadro é determinante para os pacientes que têm predisposição genética. Isso
explica por que existem pessoas com hábitos de vida muito ruins, obesos,
sedentários e que vão viver 100 anos sem desenvolver diabetes. E nós temos a
situação oposta, indivíduos magros, saudáveis, que mantêm uma rotina de
exercícios diários, alimentação balanceada e tem a doença. O fator fundamental
é a propagação da prevenção e incentivar a população a realizar exames para
saber como está a saúde. Para mudar o cenário é preciso falar mais sobre o
assunto. Pesquisas apontam que a mortalidade vascular de pré-diabetes é
superior à da população em geral”, alerta Anna Gabriela Fuks, Mestre em
Endocrinologista pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
A doença é silenciosa e o descontrole pode causar infarto do miocárdio, retinopatia, acidente vascular cerebral, pé de diabéticos, nefropatia e neuropatia. “É importante não menosprezar os cuidados diários para evitar complicações graves, como amputações e problemas de visão. Nunca é tarde para dar início a um estilo de vida saudável e sem excessos”, orienta a endocrinologista.
Planejamento alimentar uma dieta restritiva, mas não é
bem assim. O primeiro passo é marcar uma consulta com um nutricionista para
definir um cardápio balanceado e específico para cada caso.
“É importante cuidar da organização da rotina alimentar
desde a primeira até a última refeição do dia e não pular as etapas. Para
evitar quadros de hipoglicemia, é essencial incluir carboidratos complexos,
fontes de fibras e proteínas no cardápio” destaca Daniela Lasman, nutricionista
da Bodytech Iguatemi SP.
A alimentação balanceada e saudável é composta por
alimentos dos grupos dos energéticos, dos construtores e dos reguladores. A
combinação e inclusão dos alimentos devem ser escolhidos com o auxílio de um
nutricionista, respeitando as individualidades, as preferências, as aversões, a
rotina e os exercícios físicos de cada paciente.
“O segredo é saber combinar quando e quanto comer cada um
dos alimentos de acordo com a sua rotina. O conjunto de hábitos, que incluem
além da boa hidratação ao longo do dia e a qualidade do sono, são peças-chaves
para o controle da glicemia. Alimentos que tenham características de liberação
rápida de glicose como: bebidas alcoólicas, açúcar e carboidratos refinados
(farinha branca) devem ser consumidos com muita cautela. O tradicional prato
dos brasileiros, o famoso arroz, feijão, proteína e salada, é um excelente
exemplo de uma boa combinação e de uma refeição equilibrada”, orienta Lasman.
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