Pesquisar no Blog

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Radioembolização proporciona tratamento menos invasivo para câncer de fígado; conheça o procedimento

Indicada para tumores hepáticos primários ou metastáticos, terapia emite pequenas quantidades de radiação diretamente nas células doentes

 

O hepatocarcinoma (CHC) é, atualmente, o sexto câncer mais recorrente em todo o mundo, sendo o quinto tipo mais comum em homens e o nono em mulheres. Para se ter uma ideia, de acordo com a OMS, as mortes por câncer de fígado devem aumentar em 55% até 2040. Esse tumor costuma ser agressivo — quando há o acometimento geral do órgão, causando sua disfunção e a compressão de estruturas nobres, pode levar ao óbito. 

Há diferentes terapias para tratar tumores hepáticos, e as técnicas avançam a cada dia. Para o câncer primário ou metastático no fígado, a radioembolização é um dos tratamentos disponíveis no Brasil, e a intervenção permite que a radiação seja enviada diretamente nos tumores hepáticos com o mínimo comprometimento às células saudáveis do órgão. Está listado no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS), o que significa que todos os usuários dos planos de saúde no Brasil têm acesso à radioembolização para tratar hepatocarcinoma. 

Menos invasivo, se comparado com outras terapias, atua diretamente nas células que trazem mutação genética com alteração de DNA, ou seja, as células cancerígenas. Está listado no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS), para tratar hepatocarcinoma. 

Por oferecer uma abordagem terapêutica eficaz para o tratamento do CHC, o radiologista intervencionista, Dr. Francisco Leonardo Galastri destaca que, pelo tratamento ser focado prioritariamente no tumor, além de ser pouco invasivo, ele permite a combinação com outras terapias associadas, como cirurgia, ablação e quimioterapia, e contribui para o aumento da sobrevida do paciente. 

“O tratamento para câncer de fígado deve ser indicado após análise de uma equipe multidisciplinar, que avalia individualmente as circunstâncias em que o paciente e o estadio da doença estão. A radioembolização é uma ferramenta adicional, que pode ser utilizada aos pacientes em estágio avançado da doença, em que há lesões exclusivas ou predominantemente hepáticas, mas o ideal seria que a equipe médica sugerisse a intervenção assim que fosse diagnosticado”, comenta Galastri. 

A seguir, o radiologista intervencionista explica os detalhes do tratamento com as microesferas de resina e lista seus benefícios e diferenciais:

 

Como funciona a radioembolização

O procedimento permite que a radiação, comumente usada para tratar câncer, seja enviada diretamente para os tumores hepáticos usando o fluxo sanguíneo do tumor através de técnicas específicas de cateterismo. As microesferas de resina contendo Ítrio-90 (Y-90) são direcionadas diretamente aos tumores hepáticos através da artéria hepática, de modo que a exposição do tecido saudável restante seja minimizada e, dessa forma, permite que uma dose maior de radiação seja entregue localmente em comparação à radioterapia convencional externa.

 

Precisão e preservação do tecido saudável

Ao direcionar a radiação diretamente para as células tumorais no fígado, o procedimento reduz os possíveis danos que podem ser causados às demais células do órgão. “Um dos maiores diferenciais da radioembolização é a preservação do tecido saudável. Ao contrário das radioterapias convencionais, a radiação afeta as células doentes com menores danos para o fígado”, analisa o especialista.

 

Rapidez e poucos efeitos colaterais

O tratamento é minimamente invasivo e pode ser realizado em um único dia. Sob análise da equipe médica, o paciente pode ter alta no dia seguinte. Além disso, o pós-operatório não costuma ser conturbado e, na maioria das vezes, a recuperação é rápida. “O procedimento dura, em média, de 90 a 120 minutos, feito em duas etapas que, na maioria das situações, podem ser executadas no mesmo dia. Os exames de imagens necessários durante toda a intervenção são fundamentais. Em relação aos efeitos colaterais, os mais comuns são náuseas, dores abdominais e cansaço. Após a radioembolização, é comum que o paciente fique indisposto por alguns dias”, comenta Dr. Leonardo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados