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sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Tabagismo e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica: saiba como o cigarro aumenta os riscos desta doença

No mês de conscientização da DPOC, especialista do Centro Médico da Gávea, do Hospital São Lucas Copacabana, explica o que é a doença e como tratar

 

De acordo com o último levantamento epidemiológico do Ministério da Saúde, houve uma queda no número de fumantes no Brasil de 51,1% a 46,6% dos entrevistados. Porém, ainda é alta a quantidade de mortes anuais atribuídas ao uso de tabaco, chegando a 160 mil. Além do índice, outro ponto preocupante é o tabagismo estar relacionado ao desenvolvimento de aproximadamente 50 doenças, entre elas a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), que obstrui as vias aéreas e torna a respiração mais difícil. Nesse mês em que se celebra o Dia Mundial da DPOC, o pneumologista do Centro Médico da Gávea, do Hospital São Lucas Copacabana, Alexandre Cardoso, responde algumas dúvidas sobre a doença.

Segundo o especialista, a principal causa para a DPOC é o tabagismo. "É uma doença que está relacionada ao consumo ao cigarro convencional, ainda que o cigarro eletrônico ou cachimbo também estejam relacionados. Em geral, as pessoas começam a fumar na juventude, mas a doença é desenvolvida em torno dos 40 anos. A partir da exposição contínua e permanente à fumaça do cigarro, as vias aéreas ficam irritadas progressivamente, o que prejudica a respiração." afirma o médico.

A chamada "tosse de fumante" ou o "pigarro" são os sintomas mais comuns da doença. O organismo responde ao processo inflamatório com maior produção de muco, para proteger as vias aéreas, explica Cardoso. "A falta de ar e a expectoração (o catarro) também são sintomas da DPOC, que muitas vezes comprometem os alvéolos, onde acontecem as trocas gasosas. Esses sintomas são progressivos e podem comprometer a capacidade respiratória, impedindo inicialmente de a pessoa realizar grandes esforços, como atividade física e, em quadros mais graves, a impossibilidade de fazer tarefas básicas, como caminhar" aponta o médico.

A principal maneira de evitar a DPOC é não fumar. Há alguns casos mais raros de pessoas que utilizam fogão a lenha, onde não tenha exaustor, e a fumaça pode ser prejudicial às vias aéreas, assim como o trabalho em minas de exploração. Por causa da poluição, além da fumaça industrial, essas condições também aumentam a predisposição à doença. Há organismos que são mais suscetíveis e acabam desenvolvendo a DPOC de maneira mais rápida.

O pneumologista reforça que, por se tratar de uma doença nas vias aéreas, as infecções de repetição podem agravar o quadro da DPOC. Exemplos, como a gripe, a pneumonia e a covid-19 podem prejudicar ainda mais a saúde do paciente. "É muito importante tomar anualmente as vacinas contra a gripe e, agora, a do coronavírus também. Isto porque para quem tem bronquite crônica e/ou enfisema, a imunização reduz a progressão mais rápida da DPCO. Do mesmo modo, para quem já trata alguma infecção respiratória, é fundamental fazer o uso adequado das medicações".


Tratamentos e transplante

O tratamento para a doença pulmonar obstrutiva crônica é primeiramente a medicação bronco dilatadora e, dependendo do quadro, associada a outras medicações. É importante ter acompanhamento médico para entender qual melhor forma de tratar de acordo com o paciente. O especialista alerta ainda que, no inverno, todas as doenças respiratórias têm maior incidência de aparecer, mas a DPOC deve ser tratada o ano todo.

Já para os casos mais graves, quando a doença progride de maneira rápida e afeta irreversivelmente o pulmão, há tratamentos complementares como a reabilitação e a fisioterapia respiratória. Entretanto, o pneumologista explica que, atualmente, uma alternativa viável é o transplante de pulmão, já disponível no Brasil. "O Hospital São Lucas Copacabana, por exemplo, é creditado pelo Ministério da Saúde para realizar transplante de pulmão, com estrutura e equipe capacitada para tal procedimento", completa Cardoso.

 


Hospital São Lucas Copacabana


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