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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

Saiba quais os impactos das eleições americanas para os brasileiros

Ligo o rádio e me deparo com uma preocupação. Será que Trump vai ganhar as eleições americanas? Para alguns, parece notícia de primeira mão, para mim me parece algo sazonal. Em 2016, era a ênfase de questionamentos dos investidores e o que aconteceria se Trump ganhasse as eleições (que na época era muito provável que a Hillary levaria a presidência). Mas você já parou para pensar o que realmente impactou o dólar e a economia brasileira naquele ano? Será que as eleições americanas tem um peso tão grande na economia brasileira?

Para quem não se lembra, 2016 foi um ano um pouco conturbado para nós brasileiros. Queda de tributação, aumento das projeções de déficits, ou seja, um ano de recessão e aumento da desconfiança dos investidores (nacionais e internacionais). Revendo algumas reportagens, podemos listar alguns pontos: tivemos um déficit primário de R$ 170 milhões, uma contração do PIB estimada em 3,43%, um início tenso para o dólar chegando a alta de R$ 4,16 devido as tensões políticas e a queda nos preços internacionais do petróleo. Sob efeitos da recessão econômica, tivemos uma queda na arrecadação de impostos e gerando crise nos estados (o Rio de Janeiro e Minas Gerais, por exemplo e para quem não se lembra, chegaram a decretar calamidade financeira), a briga do governo federal, estados e municípios das multas e impostos gerados pela repatriação de recursos entre outros pontos (não menos importantes).

Será que apenas as eleições americanas afetaram o dólar naquele ano de 2016? Eu acho que não. Mas isso pode ser uma opinião pessoal. O que eu quero dizer com isso? Em janeiro deste ano voltamos neste tópico, mas o medo, além das eleições era a Guerra Comercial entre a China e os Estados Unidos, além da pré-campanha de Trump e o medo do que seria a próxima recessão global. Qual seria a bolha que estaria prestes a estourar?

E naquela época ainda tínhamos o disclaimer: Eleição nos EUA, tensão no Oriente Médio e a votação da reforma tributária, dos principais fatores que iriam guiar o mercado financeiro neste ano. E aí? Veio a pandemia!

Acho que as eleições americanas tem um impacto sim, mas economicamente não é ela de fato e sim suas mudanças políticas econômicas e também suas crises. Historicamente, podemos dizer que os Estados Unidos conseguem se recuperar de uma crise (por pior que seja) em, no máximo, seis meses. Os países emergentes já mostraram que precisam de um tempo cinco vezes maior para que ainda não recaia estilhaços em relação ao que passou. Assim foi em 2008 e 2009 e ainda pode ser, mas não sabemos, o que ainda está por vir. Não temos a resposta certa, a única coisa que podemos dizer é que devemos nos preocupar um pouco com a nossa política econômica, ficar de olho no que nos afeta internamente e tentar minimizar os efeitos internos que tem sob a ótica da política e economia mundial.

O Brasil não tem poder político e nem econômico mundial, portanto tudo que acontece nos países desenvolvidos (Estados Unidos e demais das Europa por exemplo) tem o dobro do impacto no Brasil (sempre no negativo). Pois sem ser negativista, mas quando o efeito é positivo, até nisso temos um efeito retardatário.

O que mudou o Trump ser eleito em 2016? Nada diretamente no Brasil, pelo contrário, uma das únicas coisas que afetaram a economia e o câmbio no Brasil, foi ele mesmo.

Independentemente do presidente, teremos mudanças sim, talvez uma reforma imigratória, incentivos ao turismo, uma ajuda governamental, enfim. Afinal uma das maiores economias mundiais e a moeda mais forte negociada mundialmente em preços de commodities, matéria prima, derivados, etc , sempre respinga em todo o mundo. Sofre menos aquele país que mantém sua economia forte e sua moeda mais estável possível diante o dólar.

Se Trump ou Biden eu não sei, mas podemos pedir um pouco mais de atenção no Brasil para evoluirmos economicamente. Atentar as decisões nacionais e lutar pelo bem do nosso país, para que a cada eleição os brasileiros fiquem menos apreensivos, menos investidores internacionais saiam do nosso país, que não sejamos vistos como uma política fraca (nada pessoal, isso vem desde que somos República) e cada vez mais ganharmos uma estabilidade econômica, com incentivos e menor volatilidade da nossa moeda. Por que sim, qualquer crise já podemos ver que o Real é a moeda que mais se desvaloriza mundialmente perante o dólar.

Uma dessas políticas é protecionista (valorizando e tornando o dólar cada vez mais forte diante as demais moedas) e a outra focada para o social, podendo trazer o interesse por investimentos na bolsa americana e atraindo para os países emergentes. Mas isso são teorias, até de certo ponto realistas, mas não deixam de ser teorias. Afinal, nenhum presidente, principalmente o americano, consegue mudar o rumo sem um bom apoio no senado.

 




Bruna Allemann - Atuou dez anos no mercado de crédito e investimentos para clientes de alta renda, auxiliando os médios e grandes empresários principalmente dos setores de agronegócio e comércio exterior. Atualmente auxilia brasileiros a internacionalizar e dolarização de patrimônio, imigração através de investimentos e gestão de recursos offshore como Diretora de Investimentos e Capital Markets de uma grande empresa americana. Para saber mais, acesse o perfil @bruallemann ou conecte-se no LinkedIn. Quer saber mais sobre investimentos no exterior? Acesse: @bruallemann nas redes sociais e Bruna Allemann no YouTube. Disclaimer: Esta não é uma oferta pública de investimentos. As informações contidas neste artigo, post ou publicação são de caráter exclusivamente informativo/educativo e não se constituem em qualquer tipo de aconselhamento, sugestão ou oferta de investimentos, não devendo ser utilizadas com este propósito. Para informações sobre produtos de investimentos, procure seu assessor credenciado e/ou devidamente certificado.


LGPD e os condomínios


Seus reflexos para os condomínios edilícios e empresas terceirizadas (administradoras de condomínio, empresas terceirizadas de portaria virtual e remota, entre outros)   

 

A Lei de Proteção de Dados está sendo muito debatida nas últimas semanas. Isso ocorre pois, na teoria, a partir de agosto, o LGPD deveria ter entrado em vigência, já que no dia 26/08, o Senado Federal deliberou pela derrubada do art. 4º da medida provisória 959/20, que determinava a vacatio legis (vacância da lei) para o dia 31/5/21.

Porém, a lei ainda não está em vigência, e só entrará em vigor a partir do momento em que for sancionada pelo presidente da República, sendo esse, o Projeto de Lei 1.179/20 que converterá a MP 959/20.

De qualquer forma, o LGPD vem levantando uma série de dúvidas para as empresas, e isso não é diferente quando falamos em relação aos condomínios.  

Essa lei trata sobre a forma com que as empresas guardam, coletam, utilizam, disponibilizam e transmitem a terceiros quaisquer dados pessoais que identifiquem ou possibilitem identificar os usuários, como nome, números de CPF e RG, bens que possuem, opções de consumo, preferências etc.

O objetivo da norma é dar segurança aos cidadãos, visando preservar os Direitos à Privacidade e de Personalidade. No âmbito condominial, por mais que não exista o tratamento comercial dos dados coletados, estes são essenciais para o bom funcionamento dos condomínios, seja através do cadastro atualizado de moradores, para a emissão do boleto da taxa condominial, para a convocação de uma assembleia ou até mesmo para a identificação de um morador no ingresso pela portaria.

Dessa forma, no âmbito condominial as obrigações começam no cumprimento no atendimento dos princípios para a coleta de dados que levam em conta a boa-fé, a necessidade da coleta desses dados, a forma de coleta, armazenamento de dados e a segurança para utilização e proteção desses dados (Art. 6º)

Os condomínios precisaram rever seus bancos de dados, se ajustarem aos preceitos da lei, alinhar as relações com os terceiros, como por exemplo empresas terceirizadas que utilizam esses dados, tais como portaria virtual, administradoras de condomínios, dentre outras (Art. 39º).

A questão é que no momento, os condomínios ainda não estão preparados para assumir essas novas regras, pois por mais que os condomínios estejam se modernizando e se profissionalizando, a coleta e utilização de dados no país de forma geral ainda é feita com pouca responsabilidade, e como o condomínio não exerce atividade comercial e, via de regra, não tem interesse de utilizar esses dados, salvo para o fim que se destinam, existe uma maior negligencia e falta de interesse para se entender e se adequar  ao cumprimento dessa lei. Situação que se agrava pelo fato de a lei ter sido prorrogada algumas vezes, o que também levou os gestores a acreditarem que essa seria mais uma vez prorrogada e não procuraram se adequar aos preceitos necessários durante esses últimos anos.


Infrações

Em relação à área condominial, as violações podem ir desde a divulgação de imagens pelo circuito interno de TV, exposição de dados de pessoas para empresas prospectarem serviços, e até mesmo na utilização por empresa terceirizada que têm acesso aos dados para finalidade diversa da contratada, como por exemplo, o envio de e-mail marketing captados com os dados de cadastro do condomínio.

As penalidades previstas em lei são muito severas e podem atingir os condomínios em caso de descumprimento (Art. 52 a 54)


Conclusão

A Lei Geral de Proteção de Dados – Lei nº  13.709, de 14 de agosto de 2018  não objetiva de forma principal atingir os condomínios, pois esses sequer possuem personalidade jurídica ou têm finalidade econômica em sua essência, mas como para a gestão do condomínio são necessários algumas coletas de dados, a legislação acaba se aplicando, mesmo que de forma indireta, fazendo com que os prédios mais uma vez precisem se adequar a legislação.

A gestão condominial está em franca transformação e a profissionalização de gestores é uma palavra de ordem em função da infinidade de responsabilidades que recaem sobre os síndicos e condomínios, e a chegada da Lei de Proteção de Dados é mais um aspecto que veio se somar ao mundo condominial.

 



Rodrigo Karpat - especialista em direito imobiliário e questões condominiais. Coordenador de Direito Condominial na Comissão Especial de Direito Imobiliário da OAB-SP e Membro da Comissão Especial de Direito Imobiliário da OAB Nacional. 


Para se recolocar no mercado de trabalho, é preciso estar preparado

De acordo com o CEO da Prime Talent, David Braga, quem perdeu o emprego durante a pandemia deve se manter atento e atualizado para conquistar uma nova vaga agora.

    

O avanço da pandemia do novo coronavírus provocou efeitos negativos no mercado de trabalho no primeiro semestre do ano, obrigando diversas empresas, em todos os setores da economia, a “enxugar” o quadro de funcionários. Algumas, porém, mantiveram suas contratações. E, melhor ainda, os números oficiais mais recentes sobre o emprego formal no Brasil indicam uma retomada, com o crescimento da oferta de posições. Ótimo cenário, portanto, para quem foi demitido nesses últimos meses e quer se recolocar ou mesmo para aqueles que pretendem mudar de emprego. Por isso, o CEO e headhunter da Prime Talent, David Braga, alerta que os profissionais precisam estar preparados, atualizados e ativos nas suas redes de relacionamento para não perder as oportunidades.

Sendo assim, estar com o currículo organizado de forma objetiva, destacando a trajetória e os resultados conquistados, é apenas o primeiro passo. Este é também o momento para o candidato olhar para si mesmo e tentar buscar alguns motivos que expliquem o seu desligamento da corporação anterior. “Ter um autoconhecimento, entender suas potencialidades e diferenciais que pode apresentar são aspectos muito importantes, além de estar aberto a novas experiências e ter flexibilidade mental para transitar em um ambiente de constantes mudanças de tecnologia, macroeconomia e modelo de negócio. A melhoria contínua das competências e habilidades é fundamental para não nos tornarmos obsoletos com o passar dos anos”, argumenta Braga.

Outro passo decisivo na conquista de um novo emprego é ampliar o network, ou seja, a rede de relacionamentos, principalmente em um contexto em que grande parte dos processos seletivos está sendo realizada virtualmente. Então é interessante investir tempo e acionar contatos importantes, criar alternativas e cuidar das redes sociais, em especial o LinkedIn. “Quando se fala de mídia social profissional, esse é primeiro nome que vem à mente. Se você ainda não tem, cadastre-se o quanto antes. Essa rede coloca os profissionais em contato com outros dos mais variados setores. É a melhor vitrine online para o mundo corporativo”, afirma o headhunter, que, ao longo de sua carreira, já selecionou mais de 10 mil executivos em toda a América Latina.

Além disso, ele reforça que a tecnologia tem sido adotada, cada vez mais, nos processos seletivos. Ou seja, quem está desempregado precisa estar preparado para fazer uma entrevista online, usando Skype, Zoom, whatsApp vídeo ou qualquer outra plataforma. “Engana-se quem acredita que, por não ser presencial, a conversa é mais simples ou que há perda de qualidade na avaliação do profissional. Deve-se estar atento a todos os detalhes, pois eles são essenciais e serão avaliados do início ao fim”, comenta Braga. Isso significa se planejar, fazer os testes necessários anteriormente, certificar-se de que terá uma boa conexão de internet, um local adequado etc.

Por fim, o candidato a um novo posto de trabalho terá desafios maiores que os enfrentados em outros momentos, especialmente as funções de liderança. Desta forma, é essencial aprofundar o conhecimento sobre o segmento em que estiver inserido. Ainda que a atuação seja em home office, o profissional precisa conhecer a empresa, os processos, as áreas de interface, os produtos/serviços, os diferenciais competitivos, a concorrência e a cadeia produtiva para contribuir de forma assertiva.

 



Prime Talent


Pela manutenção do teto de gastos

O assunto relativo ao desequilíbrio orçamentário do Estado brasileiro acentua-se em momento no qual a pandemia que assola o país e o mundo tem agravado nossas carências e mazelas, com número crescente de contágios e de mortes, decorrendo daí reflexos críticos  como o agravamento da crise econômica, a redução do consumo de bens, o aumento do desemprego, a redução da atividade econômica e da arrecadação tributária.

A equação é impiedosa, já que, com menor arrecadação, inevitavelmente o déficit orçamentário aumenta, o que se dá justamente em momento no qual há urgência de mais gastos públicos, seja com ações imediatas de combate à Covid-19, ou com ações de proteção social e assistencial para a população, de modo tal que a equação não fecha e o socorro governamental torna-se insuficiente.

Se por um lado não se questiona a necessidade de maior presença do Estado em momento de crise sanitária e humanitária como a que se atravessa atualmente, por outro lado, não se pode descurar de assunto tão sério e premissa tão básica como a de não gastar mais do que se arrecada. É bem verdade que a solução encontrada pela maioria dos países em momentos como este é o aumento do endividamento público. Mas o que fazer diante de um contexto no qual tal endividamento já está nas alturas em decorrência de irresponsabilidade fiscal de sucessivos governos que acarretaram em crise sem precedentes?

Por certo, a melhor solução não passa por um subterfúgio populista de acabar com o chamado “teto de gastos” decorrente de recente Emenda Constitucional e que, na prática, significa algo óbvio: limitar as despesas públicas para evitar que o Governo gaste mais do que tenha capacidade de arrecadar e de pagar. Algo simples que todos aplicamos, ou tentamos aplicar, em nossa vida, em nosso orçamento doméstico. Não é o objetivo de comprar um automóvel novo importado ou de fazer uma viagem de férias dos sonhos ou de mandar um filho estudar no exterior que nos afasta da necessidade de manter o equilíbrio em nosso orçamento; ao contrário, são justamente objetivos como estes que impõem a nós a firmeza para mantermos o orçamento doméstico equilibrado, sem o que não só não alcançaremos tais objetivos como inclusive comprometeremos o pagamento de boletos e despesas usuais como o plano de saúde, o condomínio, o supermercado, etc.

Definitivamente, ainda que seja necessária flexibilização temporária durante este ano de 2020, em que as finanças estão em colapso em face da pandemia, o oportunismo político-eleitoreiro, o populismo e as falácias não podem se descurar da realidade: a necessidade de mantermos um mínimo de racionalidade orçamentária e fiscal.





Flávio de Azambuja Berti - mestre e doutor em Direito do Estado, procurador do Ministério Público de Contas do Paraná, coordenador da Pós-Graduação em Direito Tributário da e professor da Escola de Direito e Ciências Sociais da Universidade Positivo


O que as clínicas têm feito para ganhar espaço no mercado competitivo

Ganhar espaço no mercado, atualmente, não é a tarefa mais fácil do mundo. Será que tudo o que é diferente chama a atenção? É importante ressaltar a palavra ‘diferente’, porque para ganhar espaço é essencial ter um diferencial competitivo, que se destaque de maneira positiva entre os concorrentes. Pode parecer complicado visto que há muitos profissionais realizando os mesmos procedimentos, mas lembre-se que os pacientes geralmente não entendem a questão técnica do trabalho clínico, mas sabem o que podem atribuir como positivo ou negativo.

Com isso em mente, é necessário colocar em prática o pensamento empático, de estar na posição de uma pessoa que não é perita em determinada área, mas tem experiência com a parte prática de qualquer estabelecimento. Nesses casos, o ideal é engrenar a sua capacidade com os desejos do cliente (e também do mercado). Pessoas compram o preço baixo ou o diferencial competitivo? Então pense nos diferenciais que a sua empresa oferece.

Mas o que fazer para alavancar a sua clínica e melhorar o desempenho? Existem muitas coisas que podem afetar o rendimento financeiro e também a eficiência do seu time, e é preciso avaliar, de forma minuciosa, para encontrar formas de crescer.

Muitas vezes, ao realizar a análise de um negócio, percebemos que há ociosidade entre os colaboradores, onde existem muitos trabalhos atribuídos de forma, além da falta de aproveitamento da carteira de clientes, já que muitas vezes não há controle sobre o retorno dos pacientes. Para toda alta, deve existir um retorno, porque isso também resulta em diagnósticos precisos que geram a retribuição financeira. Para combater esses problemas, é necessário vê-los como oportunidades para mudança e crescimento.

No Brasil, vemos muitos profissionais que tratam a questão como uma diferença entre caro e barato. Caro costuma ser o que não vale o preço e não é assim que os tratamentos devem ser abordados, o ponto principal é fazer com que o cliente entender o valor. Além disso, existem muitas outras variáveis que impactam nesse quesito, como a qualidade do serviço e dos produtos, o atendimento, o ponto da clínica, a equipe, entre outras coisas.

Algo que também prejudica um espaço, e o seu trabalho, é deixar de verificar constantemente a situação do caixa. Clínicas sempre sofrem com inadimplência, e não observar isso é extremamente negativo para os negócios, mas uma vez que essa inconsistência é notada é preciso retomar o contato com os clientes e oferecer opções de pagamento, além de trazê-los de volta ao consultório.

Vale destacar que valor e preço são coisas diferentes. O valor pode ser calculado envolvendo o benefício e o custo, lembrando que o custo não é necessariamente monetário. Alguns pontos que podem impactar nessa equação são atrasos, a falta de um estacionamento, o atendimento da equipe, consultas distantes ou mesmo poucas opções de pagamento, portanto nem sempre o quesito financeiro é o maior impedimento para o cliente seguir com o seu serviço, é necessário agregar valor em cada detalhe.

E como a sua clínica está se desempenhando na área de inovação? É preciso estar em evidência e as redes sociais ajudam muito nisso, além de procurar meios de comunicação para ganhar mais público e estar dentro do contexto social da área em que atua. Quem é visto é lembrado, então investir no seu negócio é uma oportunidade de crescimento.

Toda análise pode levar tempo, mas é fundamental saber que todo processo de gestão implementado na sua empresa é uma atividade de meio. Isso significa que a consultoria não faz mágica, sem que o gestor realize as mudanças necessárias. É necessário somar estratégias com ações, e é apenas dessa forma se atinge os resultados.

 

Dr. Éber Feltrim - Especialista em gestão de negócios para a área da saúde começou a sua carreira em Assis. Após alguns anos, notou a abertura de um nicho em que as pessoas eram pouco conscientes a respeito, a consultoria de negócios e o marketing para a área da saúde. Com o interesse no assunto, abdicou do trabalho de dentista, sua formação inicial, e fundou a SIS Consultoria, especializada em desenvolvimento e gestão de clínicas.

 

SIS Consultoria

https://www.sisconsultoria.net/

instagram @sis.consultoria



Dos scanners de mão aos robôs. Novas profissões surgiram e muitas ainda serão criadas

É inegável a evolução da prática jurídica nos últimos cinco anos. Desde os velhos aposentados scanners de mão até as plataformas analytics, que organizam dados para auxílio nas tomadas de decisão, ainda veremos muitas mudanças e os próximos cinco anos prometem ser ainda mais revolucionários.

As organizações passarão a enxergar o jurídico estrategicamente. Será uma corrida cada vez mais acirrada por eficiência, melhoria de processos, otimização de entrega e multidisciplinaridade.

Nos Estados Unidos e em outros países maduros na questão inovação, o movimento iniciou há alguns anos. As urgentes exigências do mercado motivaram a criação de novos cargos e carreiras para profissionais com qualificações nada tradicionais.

De acordo com levantamento feito pelo Jornal da ABA (American Bar Association) essa transformação ainda está no início. Existem algumas novas posições, comuns nos EUA, que ainda não são realidade por aqui, entretanto, como efeito da globalização, devem se popularizar em breve:


  • Engenheiro do conhecimento jurídico: desenvolve ferramentas de competência e expertise na área jurídica.
  • Especialista em equipes dedicadas aos clientes: responsável pelo planejamento, execução e gerenciamento cotidiano de um projeto.
  • Supervisor de relações com os clientes e de profissionalismo: supervisiona a atuação dos advogados e funcionários nos relacionamentos corporativos externa e internamente.
  • Consultor especializado de confiança: é um estrategista, a quem a firma recorre toda vez que precisa de uma expertise diferenciada.
  • Especialista em preços: assessora a administração do escritório em políticas e negociações de honorários, formas de pagamentos e concessão de descontos.
  • Mediador online: especialista em arbitragem de disputas online.

 

A inovação chegando ao Brasil

Em relação às novas ocupações que já emplacaram no nosso país, temos as Legal Operation (sem tradução em português). Comumente encontrada em Departamentos Jurídicos, essa nova atribuição ganha cada vez mais força, justamente, pelas inovações observadas pelo setor.

Sem a intenção de substituir o advogado enquanto prestador da prática do Direito, a missão do profissional de Legal Operation é assessorar todas as áreas do Jurídico na operação e estratégia a fim de otimizar processos e fluxos, aproximar o Direito de outras disciplinas com soluções eficientes - redução de custos, otimização de tempo e qualidade de serviços. 

Há quem defenda que a posição do Legal Operation chamará atenção das matrizes internacionais, sendo responsável por expatriar inúmeros advogados que provarão seu valor com a experiência adquirida no Brasil. Lembrando que não há necessidade de submeter-se às associações como a ABA (American Bar Association), por exemplo, nos Estados Unidos, o que facilitaria exercer o cargo no exterior.

Para atuar em Legal Operation não é necessária a formação em Direito, mas entendo que a expertise adquirida pelo profissional durante a graduação e a prática da advocacia o certifique para que tome decisões mais assertivas e focadas nas necessidades do setor jurídico.

 

Oportunidades no novo cenário

Não há dúvida que o mercado jurídico passa por transformações significativas fortemente impactado pela inovação. Transformar-se diante dessa nova realidade é mais que necessário. Exige novas competências, habilidades e novas disciplinas dos profissionais. Com o apoio da tecnologia, o advogado capaz de dialogar com temáticas inovadoras será cada vez mais valorizado.

Nunca houve tantas oportunidades para aqueles com a mente aberta e sedentos para ampliar seu leque de atuação. As ferramentas estão disponíveis e ao alcance de todos.

 




Luiz Felipe Tassitani - advogado sênior na Sompo Seguros S/A. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade Mackenzie, com MBA em Seguros e Gestão Jurídica Estratégica pela FIA - Fundação Instituto de Administração. Escreve, regularmente, em seu perfil no Linkedin.


Como acelerar a retomada da construção civil?

Mais uma vez, a construção civil mostra sua força. Como visto em crises anteriores à que enfrentamos hoje, com a pandemia do novo coronavírus, esse gigante do setor – que já chegou a representar 7% do PIB brasileiro – é capaz de conter índices de desemprego ainda maiores, acelerar a retomada da economia e criar novos projetos de desenvolvimento para o país.

Segundo o relatório mais recente do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), somente em julho deste ano, a construção civil gerou quase 42 mil novas vagas com carteira assinada – um resultado ainda melhor que o observado no mesmo período do ano passado, que registrou 18,7 mil novas vagas.

Em um momento em que o Brasil enfrenta a crise econômica mais severa dos últimos anos, dados como esse reforçam a importância do setor, que foi responsável por mais de 50% dos investimentos no país na última década. Ter a capacidade de se reinventar, se modernizar e gerar emprego e renda não é um privilégio de muitos segmentos e isso deve ser levado em consideração ao planejar políticas públicas para o pós-pandemia.

Portanto, é preciso pensar desde já em como acelerar a retomada da construção civil – tanto para a indústria, o comércio e a prestação de serviços. Sabe-se o quanto o setor se modernizou com a pandemia, especialmente os lojistas. Se antes, as vendas no balcão eram a principal fonte de receita, hoje, a digitalização conseguiu dar um boom­ necessário para atender às demandas dos consumidores. E-commerce, entrega de materiais a domicílio, orçamentos gratuitos e online foram algumas das soluções encontradas para se manter em atividade.

Agora, o principal desafio é não voltar ao que era antes, muito menos imaginar que o mundo será o mesmo pré-pandemia. A construção evoluiu bastante em termos de comunicação, relacionamento e informação, mas acredito que é apenas o começo. Não podemos voltar ao lugar confortável e ao senso comum de adivinhar o que os clientes esperam de nós. É preciso investir no potencial no setor, gerar dados que possibilitem conhecer o cliente mais a fundo – entender como ele espera ser contatado pelas empresas, o que mais leva em consideração ao fazer uma compra, como você e sua empresa podem facilitar o dia a dia dele. A pandemia tirou a construção civil de um lugar confortável.

Outro ponto importante é aprender a fidelizar o público-consumidor. Por estarmos em crise, as pessoas tendem a racionalizar melhor seus gastos e, consequentemente, consumir menos. Portanto, criar relacionamento e mostrar seu produto e serviço como uma ótima oportunidade são ações fundamentais. A fidelização nada mais é que um bom relacionamento. As empresas estão aprendendo que se relacionar não é só na hora da compra, mas estar constantemente lembrando do cliente. A mensagem deve ser: “eu estou aqui para o que você precisar e vou facilitar as condições para resolver o seu problema”. Algumas boas estratégias neste momento são criar clube de vantagens ou semanas com preços promocionais. É hora de criar ações, parar de ser tão passivo. Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai até Maomé.

Qualificar os profissionais do setor também é extremamente necessário. A profissionalização faz com que eles se sintam mais valorizados e queiram crescer dentro da área – melhorando a qualidade dos serviços prestados, aumentando a satisfação dos clientes e a perspectiva positiva daquele funcionário. Tudo isso somado a incentivos do governo, como redução de juros e concessão de crédito imobiliário, podem ajudar a acelerar a construção civil ainda mais.

Wanderson Leite - CEO da Prospecta Obras. Formado em administração de empresas pelo Mackenzie, ele também é fundador das empresas ProAtiva, app de treinamentos corporativos digitais, e ASAS VR, startup que leva realidade virtual para as empresas.

 



Prospecta Obras

www.prospectaobras.com.br


Como cuidar das equipes de TI na pandemia?

É impossível pensar como as empresas teriam continuado suas atividades durante a pandemia sem o apoio das equipes de TI. Se, presencialmente, esses profissionais já desempenhavam papel importante nos escritórios, em home office, eles foram a peça-chave para que tudo funcionasse conforme o esperado. Tamanha responsabilidade foi como uma faca de dois gumes: ao mesmo tempo em que se ressaltou o valor dos especialistas da área, também se evidenciou a sobrecarga a que eles estão submetidos.

Em um primeiro momento, o home office atendeu ao anseio dos profissionais de TI de realizar suas tarefas remotamente – uma demanda antiga da área. Não precisar se deslocar até o escritório, reduzir os custos com alimentação fora de casa, ter mais flexibilidade de horários para resolver pequenas intercorrências domésticas e pessoais, além de poder escolher o horário de melhor produtividade para trabalhar, pareceram vantajosos nos primeiros meses.

Porém, ao longo do tempo, a carga de trabalho não foi equilibrada para se adaptar à nova rotina. Pelo contrário: em muitos casos, a demanda só aumentou, seja devido à própria organização interna da empresa, por meio de plataformas de gerenciamento de projetos, ou ainda pelos anseios e necessidades dos clientes em comparação ao prazo técnico de execução dos projetos. Em verdade, as necessidades dos negócios sempre andam na frente dos prazos técnicos exigidos para sua resolução – assim, é natural que a sobrecarga de trabalho fique evidente.

Como evitar a sobrecarga da TI? – Três em cada 10 profissionais de tecnologia se sentem “muito esgotados”, como indicou o Relatório de Salários 2020, publicado pelo site de carreiras Dice Insights. Além disso, um estudo de 2019 da Stack Overflow mostrou que 77% dos desenvolvedores trabalham mais de 40 horas por semana, 13% trabalham 50 horas por semana e 2% trabalham 70 horas por semana.

Portanto, é urgente que os líderes e gestores assumam a responsabilidade de cuidar de suas equipes. O primeiro passo é entender que estamos tratando de uma questão extremamente complexa, pois há vários fatores que devem ser analisados e resolvidos para reduzir a sobrecarga de trabalho desses profissionais. Entre eles, está a organização interna. É preciso utilizar plataformas de gestão de projetos bem implementadas e buscar negociar prazos de entrega de projetos levando em consideração todo o esforço técnico envolvido. 

Outro fator, que eu diria que é o mais importante de todos, diz respeito à cultura empresarial de como os gestores entendem o papel da área de TI dentro de suas organizações – e, sobretudo, como o CIO se posiciona diante desse cenário. Há empresas que entendem que a área de TI, embora crucial para o negócio, serve para dar suporte à operação e,  por isso, não é uma área estratégica. Assim, decisões são tomadas sem que o TI ou o CIO tenham sido consultados, definindo planos e datas inviáveis que, na grande maioria dos casos, irão gerar uma sobrecarga de trabalho à área.

Nesses casos, especialmente, a postura do CIO é fundamental, visando demonstrar aos gestores como o TI pode e deve resolver os desafios de cada negócio. É preciso sempre ter em mente que a tecnologia por si só não resolve problema algum, mas é um meio de solucioná-lo.


Como motivar as equipes dentro do limite? – O que mantém um profissional motivado? Acredito que o equilíbrio entre quatro variáveis: cargo, responsabilidades, remuneração e projetos. Manter essa relação sempre equilibrada é um enorme desafio para toda e qualquer empresa. Muitas vezes, ela consegue responder bem à relação entre cargo, responsabilidades e remuneração, mas a relação com projetos é sempre muito complicada, porque depende de um conjunto de fatores incontroláveis. 

Os profissionais dessa área estão sempre em busca de projetos que envolvam o desbravamento de uma nova tecnologia, porque querem ser desafiados. Se a empresa ainda trabalha com sistemas e soluções obsoletos, isso se torna um empecilho a longo prazo para a equipe. Satisfazer expectativas individuais de recursos não é uma tarefa fácil e exige muita habilidade dos gestores da área.

Por fim, é possível concluir que não existe receita para aliviar a sobrecarga da TI. As causas são extensas e vão desde o posicionamento da empresa com relação ao entendimento da importância da área de TI, do posicionamento do CIO diante dos gestores, da plataforma de gestão de projetos, da metodologia de dimensionamento de esforço de equipe por projeto até a manutenção dos talentos da área, que exige um enorme esforço dos gestores na administração das expectativas individuais da equipe. Acredito que um bom começo é fazer a mudança partir de cima. Líderes devem ser exemplo para os demais colaboradores, cumprindo seus horários de entrada e de saída, buscando negociar prazos e estar em equilíbrio com as demandas e entregas. Entender o que os profissionais precisam para estarem satisfeitos com a empresa pode ajudar a criar uma relação melhor, com maior compreensão e respeito por ambas as partes. Assim, é possível cuidar das equipes de TI na pandemia e também no futuro!

 




Fernando Rizzatti - sócio-diretor na Neotix Transformação Digital. Tecnologia aplicada ao mundo dos negócios é a essência de sua trajetória profissional, de mais de 25 anos, sempre aliada à inovação que agrega valor. Da indústria de transformação, passando pelo segmento financeiro e de economia mista, tem habilidades para entender necessidades e encontrar soluções. Acredita em equipe e união de talentos. Adora música e a inspiração para compor.  Dirige a Neotix como quem compõe uma sinfonia. Cada nota é fundamental.

 

Neotix Transformação Digital
http://www.neotix.com.br/


ÁRVORES COMO MOEDA NO MERCADO DE CARBONO

Quem nunca viu o primeiro balanço suspenso por cordas amarradas em um galho perfeito de árvore como a imagem da infância mais pura e divertida? Quem já subiu na árvore para colher frutos e comer na companhia dos amigos da juventude?

Talvez muitos moradores das cidades de concreto não tiveram essa experiência como rotina, mas pelo menos já viveram a expectativa de passar um feriado em um ambiente com forte presença de natureza: praia, chácara, hotéis fazenda ou mesmo querer ver sucesso ao cuidar de uma plantinha.

E todos já perguntaram ou responderam a famosa pergunta: será que vai chover hoje? Está chovendo aí? Aqui está! Começamos a nos acostumar com a ausência de chuva. O reflexo é observado pelo consumidor quando os alimentos encarecem. E no bolso, para os agricultores. A influência não é só ligada ao dólar, mas a falta de chuva na plantação dos mais de 5 milhões de agricultores no Brasil (CENSO, 2019).

As árvores oferecem alimentos e produtos puros, acessíveis e diversificados. Quem já analisou mercados, buscou empreender, percebe a influência do clima para alcançar resultados nos projetos. O capital natural é a maior riqueza neste planeta que tem evidenciado mudanças climáticas gigantes.

A árvore é a protagonista do mercado de carbono, que foi alavancado pelo Protocolo de Kyoto em 1994, por representar uma tecnologia natural de captação do gás CO2 que provoca o efeito estufa.

Desde então, as indústrias de países desenvolvidos têm de neutralizar as emissões atmosféricas e os países em desenvolvimento são o foco  para receber a transferência de tecnologia para captação de carbono. Com a vantagem de extensão territorial tropical do Brasil, ele é um dos principais players deste mercado.


Como incentivar a preservação e plantio das árvores? O que mudaria a chave de pensamento das pessoas?

Presença de indústrias nas cidades é sinônimo de emprego, melhoria do padrão  de vida, do poder de aquisição e dignidade. E como ficam as questões ambientais? Estas são primordiais  para manter-se a qualidade de vida e a saúde ambiental.

A regularização das operações industriais sustentáveis tem crescido. Através de monitoramento obrigatório de emissões atmosféricas, da emissão de ruídos, contaminação de solo, tratamento de resíduos, tratamento de efluentes e de água. Órgãos ambientais estaduais e federais fiscalizam e emitem pareceres sobre os empreendimentos. Na Inglaterra, estima-se crescimento de 85% de empregos relacionados a sustentabilidade nos próximos 10 anos2. Os  executivos com mentalidade sustentável se destacam. Adequam seus conhecimentos de processo com o desenvolvimento limpo para manter-se na função.

As empresas correm por lucros crescentes, mas precisam reduzir as emissões de carbono. Uma das ferramentas é a melhoria dos processos e desenvolvimento de catalisadores. Outra ferramenta ascendente é a  economia circular, em que um resíduo tratado retorna à cadeia produtiva como matéria-prima.

As emissões individuais e as emissões provenientes das indústrias aumentam conforme o mercado consumidor aumenta. Reduzir as emissões pode vir  do reaproveitamento das embalagens, sistemas de refil de preenchimento, consumo de produtores regionais para reduzir emissões do setor logístico, por exemplo. Para um mercado ético, seria necessário um sistema regulatório que centralize informações de moradia, deslocamento, valores de mercado entre consumidores e produtores. A concorrência internacional e dentro de casa seria forçada a ser revista quanto aos valores de mercado. O mundo ganharia com esse sistema. O consumidor preferindo produto regional acumularia créditos de carbono, pois as emissões seriam reduzidas.

Conforme as avaliações positivas sobre custo-benefício de um determinado fornecedor, ele pode receber produtos oriundos da economia circular. É uma nova moeda, crédito de carbono compra produtos.

Como calcular as emissões? Cada atividade ou transformação química tem um fator de emissão de gás de efeito estufa. Estes fatores são utilizados em plataformas desenvolvidas por engenheiros ambientais como o CarbonZ  (www.carbonzappp.com.br ) criado pelo Grupo Ambipar primeira empresa ESG do mercado . Ao final de calcular seus consumos, o aplicativo oferece o serviço de plantio, instalação de um código QR para monitoramento da localização e a quantidade correspondente de árvores que precisam ser plantadas para neutralizar suas atividades naquele período. Por exemplo, cada árvore neutraliza em média 163,4 Kg de CO2.

A seleção de área de plantio das árvores está associada aos programas de recuperação de mananciais, protegendo o Aquífero Guarani e o Grande Amazônia. É um trabalho que tem atraído muitas empresas parceiras que visam  entrar no sistema idealizado para atribuição de crédito de carbono oferecendo vantagens na aquisição de seus produtos.

Com necessidade de investimento internacional e territórios a serem recuperados  no Brasil , o mercado de carbono tem aqui o melhor pátio para se desenvolver. A riqueza existente no solo deve ser administrada conforme os programas sustentáveis de plantio.

 O governo aumentou presença militar na Amazônia, colocando no comando do Ministério da Defesa a agenda de proteção do ecossistema.  Através do projeto Verde Brasil 2. Um aporte  de R$ 530 milhões oriundos dos acordos da Lava-Jato, foi repassado para o projeto, por determinação do STF. Está sendo criado o Cadastro Nacional de Serviços Ambientais, que regulamenta o pagamento de conservação da biodiversidade, a proteção do solo e das águas e a regulação do clima, segundo informações da Agência Brasil.

Desde que os investimentos alemães e noruegueses foram suspensos do FUNDO AMAZÔNIA, mais de 68 milhões de euros deixaram de entrar no país em 2019. A manutenção dos 103 projetos em andamento contínua para controle do desmatamento e preservação do patrimônio mundial, mas não são eficazes diante da imensidão da área. A Petrobrás contribui com 1% do que era investido no FUNDO e não é suficiente para aprovar novos projetos. Após um ano desta suspensão o quadro de focos de incêndio para abrir áreas de cultivo agrícola e na maioria dos casos, grilagem em território público, aumentaram.

Em 2019, foram 30900 focos de incêndio, enquanto que 29.307 focos só em agosto de 2020. O segundo maior número dos últimos dez anos, de acordo com o INPE. O Pantanal apresentou 5935 focos neste mês, tão alto quanto agosto de 2005, 5993 focos. Em área atingida, mais de 15% do que desmatou em 2019. O mês de agosto é conhecido pelos fortes ventos, que alastram ainda mais as queimadas.

Se o desmatamento não reduzir, a Europa e Reino Unido ameaçam paralisar a importação de produtos agrícolas brasileiros, o que acarretaria uma redução da exportação de mais de 10 bilhões de euros, dos quais 1,5 bilhão provém da exportação da soja.

De 2004 a 2012, o desmatamento reduziu 80% de acordo com o INPE e, em seguida retrocedeu. Se Alemanha, Noruega e países desenvolvidos estivessem presentes financeiramente e ainda aplicando seus conhecimentos tecnológicos, talvez estaríamos progredindo para biocompostos anti-chama aplicados previamente ao mês dos ventos, afirma a engenheira bioquímica Bianca Ayres. Outro exemplo de desenvolvimento, oriundo de investimento privado, é o drone Atobá de 500 Kg, e autonomia de 250km, produzido pela startup carioca Stella Tecnologia. É um passo para auxiliar na fiscalização das atividades de grilagens. Os investimentos noruegueses e alemães que não entraram poderiam ser fonte de projetos de progresso como esses, com resultados significantes  para o mundo e retornos para  o IDH regional.4

Os interesses imediatistas de grandes grileiros e o baixo IDH de uma população aproximada de 30 milhões de pessoas na Amazônia Legal é combustível para a degradação da riqueza mundial instalada no Brasil. Enquanto essa gangorra de interesses regionais não for alicerçada para a sustentabilidade e preservação, a causa-raiz continuará aumentando os focos de incêndio.

 

Acordo de Paris e as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, em inglês)

Em 21 de setembro de 2016, o Brasil entregou as NDC para a ONU comprometendo-se a reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 43% abaixo dos níveis de 2005, em 2030. Para isso, o país se comprometeu a aumentar a participação de bioenergia sustentável na sua matriz energética para aproximadamente 18% até 2030, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, bem como alcançar uma participação estimada de 45% de energias renováveis na composição da matriz energética em 2030.

O reflorestamento não está acontecendo na devida proporção e o desmatamento emitindo mais gases de efeito estufa está contribuindo negativamente. Programas associados ao mercado de carbono são um caminho para incentivar a colaboração dos setores econômicos.

As queimadas aceleram as mudanças climáticas. Como reverter isso com compromisso em território brasileiro?

Há flora com 200, 300 anos na Amazônia e preservá-la é infinitamente mais vantajosa do que reflorestar. Florestas nativas contém valores de enraizamento incomparáveis a florestas replantadas. Mesmo com o solo arenoso da Amazônia, a mata nativa prevalece exuberante. . Esse patrimônio incomparável que o Brasil tem, o qual pode gerar riquezas sustentáveis, depende das diretrizes governamentais e das ações e projetos dos movimentos no país.

O processo de proteção de mananciais e reflorestamento inicia com plantio de mudas pioneiras, que crescem rapidamente para sequencialmente se plantar as mudas mais dependentes de sombra. Perante um cenário de reflorestamento, a umidade relativa do ar é mantida e o ciclo da  água garantido.

Recuperar florestas é uma maneira relativamente fácil e altamente eficaz de contribuir para a redução dos efeitos das mudanças climáticas, garantindo os ciclos de chuva e o retorno da biodiversidade que é, sem dúvida, o grande patrimônio nacional.

É fundamental portanto que empresas e cidadãos assumam seu papel de responsabilidade com o futuro saudável.

Consumidores devem procurar marcas que primam por políticas sustentáveis, selos nas embalagens que indicam participação em programas de plantio e preservação. E calcular sua pegada de carbono através de aplicativos que mostram quão necessário é aumentar as árvores no planeta e reduzir seu perfil consumidor, optando por caminhos mais verdes.

 

 



Gabriel Estevam Domingos - Engenheiro Ambiental, Sócio-fundador da startup GED Inovação, hoje multinacional Ambipar Group onde ocupa o cargo de Diretor, possui dezenas de prêmios reconhecidos no setor dentre eles o de Jovem Embaixador Ambiental da ONU em 2011.

www.gabrielestevam.com.br

 

 

 

Referências:

1) https://unfccc.int/process-and-meetings/the-paris-agreement/the-paris-agreement

2) The Association for Renewable Energy & Clean Technology. https://www.r-e-a.net/green-jobs-could-increase-85-in-10-years-with-government-support/

3) https://ec.europa.eu/info/sites/info/files/food-farming-fisheries/farming/documents/agrifood-brazil_en.pdf

4) http://www.stellatecnologia.com/


Democracia Remota

Nestes tempos estranhos em que nossas estruturas institucionais passam por um período de teste em função de um vírus, buscar formas de fortalecer nossa democracia tornou-se um desafio. A crise gerada pelo coronavírus de forma alguma pode enfraquecer nosso sistema democrático, limitando as ações do parlamento federal e das casas legislativas de todo Brasil. Cientes disso, de que nossas instituições devem permanecer abertas e operantes, desde o princípio trabalhamos em formas de manter o sistema aberto e em pleno vigor. 


O trabalho de integração e modernização dos legislativos se tornou uma missão institucional do Interlegis, braço do Senado Federal para a modernização e integração do Legislativo brasileiro, desde sua abertura, ainda em 1998. Aquele projeto, que iniciou em parceria com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) visando equipar as casas legislativas do Brasil, transformou-se ao longo do tempo em um importante instrumento de inovação e treinamento para os parlamentos locais do Brasil, alcançando mais de 4.300 municípios.

Assim, diante do desafio imposto pela crise sanitária, o Senado Federal, por meio do Interlegis, mobilizou-se para apresentar em curto espaço de tempo soluções tecnológicas que fariam com que nossos parlamentos locais continuassem funcionando. Para isso, foi desenvolvida uma ferramenta chamada "Sistema de Acompanhamento do Processo Legislativo Remoto" (SAPL-R), capaz de fazer com que nossa democracia seguisse em funcionamento nas mais diversas casas legislativas do Brasil.

Usando tecnologia integralmente brasileira, desenvolvida pelos servidores do Senado Federal, as ferramentas tecnológicas do Interlegis chegam aos municípios brasileiros sem qualquer custo e tem produzido imenso impacto na produção legislativa das câmaras municipais e assembleias brasileiras. Com o SAPL-R apenas acrescentou-se mais um serviço que passa a fazer parte de rol de inovações constantemente atualizados.

Neste intuito, temos trabalhado em treinamentos à distância com as casas legislativas brasileiras, realizando a transferência de tecnologia necessária e habilitando milhares de servidores locais a operar este novo sistema. Esta solução ultrapassou fronteiras, uma vez que os parlamentos do Timor Leste e Guiné Bissau usam o modelo brasileiro produzido pelo Interlegis em seus parlamentos nacionais.

O intuito é proporcionar funcionalidade sem interromper a produção legislativa parlamentar. Para isso usamos um sistema de votação eletrônica aliado a uma solução de videoconferência, que inclusive vai ao encontro da nossa filosofia de software livre.A votação de matérias pode ser feita remotamente, por meio da sessão plenária e mostrada em painel eletrônico digital com total segurança de transmissão de dados. Desta forma, as casas legislativas locais podem funcionar sem que os parlamentares estejam presencialmente no plenário.

Acreditamos que o uso de tecnologias confiáveis e seguras tem papel fundamental em um mundo cada vez mais conectado. Esta pandemia forneceu a oportunidade para o Brasil dar mais um passo em direção de soluções inovadoras, usando tecnologias, neste caso, integralmente brasileiras. Com foco em nossos municípios, conseguimos fornecer ferramentas sem custos que mantém os legislativos locais operantes e consolidamos a tecnologia também como ponto central em nosso planejamento estratégico.

Isto ocorre exatamente quando, ao completar um ano de gestão, conseguimos dar mais um passo em nosso plano de modernização institucional, finalmente tornando o Interlegis um think tank virtual do legislativo por meio do uso da tecnologia. Assim, nossos órgãos integrados, como o Instituto Legislativo Brasileiro e o Saberes, tornam-se também ferramentas virtuais de ensino, expandindo seu alcance para todos os municípios brasileiros. Consolidamos, desta maneira. conquistas e mudanças que transformam para sempre a face destes órgãos legislativos, agora modernos e direcionados para um novo horizonte, adequado aos novos rumos de um mundo mais integrado pelos meios virtuais em um período pós-pandemia.

Nossa democracia é a essência daquilo que somos como nação. Não podemos abdicar de seus instrumentos nem nos tempos mais turbulentos. Que estas soluções sejam apenas mais um passo em direção de um sistema democrático forte, soberano e atuante.







Márcio Coimbra - coordenador da pós-graduação em Relações Institucionais e Governamentais da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Brasília, Cientista Político, mestre em Ação Política pela Universidad Rey Juan Carlos (2007). Ex-Diretor da Apex-Brasil. Diretor-Executivo do Interlegis no Senado Federal.


Gestão horizontal: como funciona na prática?

Os tempos são outros para os profissionais de todos os níveis e segmentos. Cada vez mais, valores como autonomia, confiança e liberdade de expressão são valorizados pelos colaboradores. Nesse contexto, nasce a chamada “gestão horizontal”, um modelo oposto à gestão tradicional, que tem a hierarquia e a verticalidade como seus pilares. Essa visão de negócios tem crescido nos últimos anos e não faltam exemplos de sucesso para contar história.

A Capital Social, empresa que estou à frente há mais de 10 anos, acredita na gestão horizontal desde seus primórdios. Mas, apesar desse modelo estar em constante expansão, acredito que ainda existem algumas dúvidas sobre a parte prática do negócio. E, se há interrogações, é sinal de que precisamos investir na formação de uma cultura de mercado para que os profissionais cheguem mais preparados em empresas com esse estilo de gestão. É preciso que as responsabilidades e expectativas em relação a ele estejam claras desde o início – assim, será possível dar continuidade ao trabalho da maneira como foi pensado.

Uma das dúvidas mais comuns é se realmente não existe hierarquia. Na prática, existem líderes de suas áreas e cargos júnior e sênior como em qualquer ambiente de trabalho, mas a principal proposta é que as pessoas tenham autonomia e responsabilidade para decidir. Em empresas mais conservadoras e tradicionais, colaboradores de hierarquias ou de áreas diferentes costumam ficar receosos de conversar uns com os outros, expor uma opinião ou sugestão de melhoria. Isso é extremamente prejudicial às empresas, ao meu ver – afinal, é de um estagiário que pode vir uma ideia que pode mudar o rumo da sua empresa.

Por isso, na gestão horizontal, trabalhamos uma cultura em que os trabalhadores têm autonomia para decidir, mas as decisões geralmente são tomadas em grupo. Todas as pessoas da equipe são provocadas a se posicionar. Isso é importante justamente para buscar o engajamento e comprometimento com as atividades e os resultados. Deixa-se de apenas “apontar o dedo”, em algum caso de conflito, para assumir responsabilidades. Se dá algo errado, cada colaborador se sente responsável pelo fracasso. Da mesma forma, quando algo dá certo, é motivo para comemoração geral.

Colocar isso em prática não é fácil e deve fazer parte da cultura do líder. O gestor deve ter esse modelo de negócio bem claro e servir como exemplo e inspiração para os demais funcionários – que, aliás, prefiro chamar de colaboradores. A proposta é excelente, mas, como estamos lidando com pessoas, é natural haver conflitos – e aí, entra a importância do líder participativo, engajado e aberto a opiniões, inclusive contrárias às dele.

Entender os colaboradores é extremamente importante. Muitos deles vieram de corporações que não adotavam esse tipo de gestão e podem ter dificuldade de se adaptar. É preciso criar essa cultura, incentivar a autonomia para falar e agir sem ser perseguido e, ao mesmo tempo, conscientizar que as ações individuais impactam no coletivo. Além disso, os erros e as opiniões contrárias não devem ser mal vistos, mas como um processo em que todos contribuem para o sucesso do negócio. Não acertar sempre faz parte da jornada e tudo que acontece hoje fica como aprendizado para o amanhã.

Por fim, destaco o quanto a gestão horizontal é um diferencial vantajoso às empresas em tempos de crise, como a que enfrentamos hoje. Boa parte das companhias estão trabalhando em home office e, se você tem colaboradores alinhados à cultura da empresa e com autonomia para ajudar o cliente da melhor forma, certamente terá uma rotina mais ágil e menos burocrática para a tomada de decisões. Isso, sem dúvidas, é o futuro!

 




Regina Fernandes - perita contábil, trainer em gestão, mentora e responsável técnica da Capital Social, escritório de contabilidade com 10 anos de atuação que tem como objetivo facilitar o dia a dia do empreendedor. Localizado na cidade de São Paulo, atende PME´s do Brasil inteiro por meio de uma metodologia de contabilidade consultiva, efetiva e digital.

 

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