Apenas 1,4% da
população brasileira é doadora; hospitais precisam manter níveis de
hemocomponentes para cirurgias, tratamentos de hemofilia e transplantes
No Brasil, 14 a cada mil habitantes doam sangue,
conforme dados do Ministério da Saúde, o que equivale a 1,4% da população. São
pouco mais de 3 milhões de doações anuais pelo Sistema Único de Saúde (SUS),
mantendo o país dentro da recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS),
que orienta que entre 1% e 3% da população de cada país seja doadora de sangue.
Mesmo assim, o Ministério da Saúde destaca a importância de ampliar o número de
doadores para assegurar a regularidade dos estoques.
Hemocomponentes são amplamente utilizados em
hospitais para cirurgias, tratamentos de hemofilia, pacientes com câncer e
transplantes. A farmacêutica Luciana Castro Fassina, de 54 anos, foi
diagnosticada com linfoma em agosto e precisou ficar internada por 70 dias,
período em que recebeu 10 bolsas de sangue, com o apoio de familiares e amigos
que participaram de campanhas de doação. “As bolsas de sangue salvaram minha
vida. Hoje, faço quimioterapia e estou me recuperando. Acredito que o pior já
passou”, relata Luciana.
O hematologista do Hospital São Marcelino
Champagnat e do Instituto de Oncologia (IOP), Fernando Michielin, acompanhou a
farmacêutica durante a internação. “O suporte transfusional é essencial em
tratamentos de câncer, auxiliando na correção de distúrbios de coagulação, na
transfusão de plaquetas e no restabelecimento do fluxo de glóbulos vermelhos e
oxigênio para órgãos e tecidos”, explica o médico. “Esse tipo de suporte é
crucial na fase em que a medula óssea tem seu funcionamento inibido, levando a
uma redução importante de glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas”, completa.
Agências transfusionais
Hospitais geralmente contam com um banco de sangue
de referência, responsável pela gestão centralizada dos estoques com base no
consumo de hemocomponentes de cada instituição cliente. Além do estoque
central, há estoques em todas as agências transfusionais dentro dos hospitais,
com níveis mínimos de cada hemocomponente para garantir a segurança no
atendimento aos pacientes.
No Hospital São Marcelino Champagnat, são
utilizadas cerca de 200 bolsas de sangue por mês. Já no Hospital Universitário
Cajuru, especializado em traumas e com atendimento 100% SUS, essa média
dobra, chegando a 410 bolsas mensais. “Em casos de traumas graves, é
fundamental termos acesso a bolsas de sangue para realizar o que chamamos de
transfusão maciça, cujo objetivo é restaurar o volume sanguíneo circulante”,
explica o coordenador médico do Pronto-Socorro do Hospital Universitário
Cajuru, Thiago Cassi Bobato.
Hospital São Marcelino Champagnat
O Hospital Universitário Cajuru
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