Atualmente, mulheres e homens usam injetáveis. Médico da Origen BH vê ganhos nos tratamentos de reprodução assistida
Após décadas de tentativas da indústria
farmacêutica, parece que em breve poderá ser disponibilizada para uso dos
casais inférteis uma medicação oral que substituirá a maior parte dos
medicamentos injetáveis, tornando parte do tratamento de reprodução assistida
mais confortável para os pacientes. Foi apresentado recentemente em Denver
(EUA), durante o Encontro Anual da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva,
um medicamento promissor, mas ainda indisponível no mercado.
Segundo o médico ginecologista Marcos Sampaio,
diretor da Origen BH, a empresa Celmatix apresentou um fármaco que por meio do
receptor do hormônio folículo-estimulante (FSH) pode ser um avanço para
substituir as tradicionais injeções hormonais nos tratamentos em busca da
fertilidade.
A novidade surge apenas um ano após a identificação
de possíveis compostos iniciais para o programa de FSH oral. Segundo o
laboratório, o composto mostrou-se eficaz e biodisponível por via oral no
modelo padrão testado em suas análises.
Conforme Sampaio, este avanço pode ter implicações
além da fertilidade feminina, beneficiando também a infertilidade masculina,
responsável por mais de 40% dos casos de infertilidade. Embora medicamentos
injetáveis de FSH sejam usados na Europa para tratar homens, a adesão ao regime
de injeções tem sido um grande desafio, e uma alternativa oral poderia melhorar
tanto a adesão quanto a eficácia.
“Há outros dois medicamentos oral em estudo, não
tão avançados como este. Vejo o medicamento oral como uma ótima alternativa às
injeções, pois muitas pessoas têm verdadeiro pavor de agulha. Além disso, há
indicativos de que esses remédios que vêm sendo testados podem superar as
limitações dos tratamentos atuais de indução de ovulação em mulheres com outras
condições que dificultam a gravidez, como a Síndrome do Ovário Policístico
(SOP), onde as taxas de sucesso são de apenas 5 a 12% por ciclo”, observa o
médico.
De acordo com a empresa Celmatix, “embora os
ovários dos animais utilizados para o estudo sejam diferentes dos humanos,
esses modelos têm sido confiáveis por décadas no desenvolvimento de
medicamentos de estimulação ovariana para tratamentos de fertilidade”. A
farmacêutica indicou também que a inovação é especialmente relevante,
considerando os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) que mostram que uma
em cada seis pessoas no mundo sofre de infertilidade e, mesmo com a alta
prevalência, pouco se avançou em novas drogas para fertilidade nas últimas
décadas.
Clínica Origen de Medicina Reprodutiva
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