É inegável a evolução da prática jurídica nos últimos cinco anos. Desde os velhos aposentados scanners de mão até as plataformas analytics, que organizam dados para auxílio nas tomadas de decisão, ainda veremos muitas mudanças e os próximos cinco anos prometem ser ainda mais revolucionários.
As organizações passarão a enxergar o jurídico
estrategicamente. Será uma corrida cada vez mais acirrada por eficiência,
melhoria de processos, otimização de entrega e multidisciplinaridade.
Nos Estados Unidos e em outros países maduros na
questão inovação, o movimento iniciou há alguns anos. As urgentes exigências do
mercado motivaram a criação de novos cargos e carreiras para profissionais com
qualificações nada tradicionais.
De acordo com levantamento feito pelo Jornal da ABA
(American Bar Association) essa transformação ainda está no início. Existem
algumas novas posições, comuns nos EUA, que ainda não são realidade por aqui,
entretanto, como efeito da globalização, devem se popularizar em breve:
- Engenheiro
do conhecimento jurídico: desenvolve
ferramentas de competência e expertise na área jurídica.
- Especialista
em equipes dedicadas aos clientes: responsável pelo planejamento, execução e gerenciamento
cotidiano de um projeto.
- Supervisor
de relações com os clientes e de profissionalismo: supervisiona a atuação dos advogados e funcionários
nos relacionamentos corporativos externa e internamente.
- Consultor
especializado de confiança:
é um estrategista, a quem a firma recorre toda vez que precisa de uma
expertise diferenciada.
- Especialista
em preços: assessora a administração do
escritório em políticas e negociações de honorários, formas de pagamentos
e concessão de descontos.
- Mediador
online: especialista em arbitragem de
disputas online.
A inovação chegando ao Brasil
Em relação às novas ocupações que já emplacaram no
nosso país, temos as Legal Operation (sem tradução em
português). Comumente encontrada em Departamentos Jurídicos, essa nova
atribuição ganha cada vez mais força, justamente, pelas inovações observadas
pelo setor.
Sem a intenção de substituir o advogado enquanto
prestador da prática do Direito, a missão do profissional de Legal
Operation é assessorar todas as áreas do Jurídico na operação e
estratégia a fim de otimizar processos e fluxos, aproximar o Direito de outras
disciplinas com soluções eficientes - redução de custos, otimização de tempo e
qualidade de serviços.
Há quem defenda que a posição do Legal
Operation chamará atenção das matrizes internacionais, sendo
responsável por expatriar inúmeros advogados que provarão seu valor com a
experiência adquirida no Brasil. Lembrando que não há necessidade de
submeter-se às associações como a ABA (American Bar Association), por exemplo,
nos Estados Unidos, o que facilitaria exercer o cargo no exterior.
Para atuar em Legal Operation não é necessária a
formação em Direito, mas entendo que a expertise adquirida pelo profissional
durante a graduação e a prática da advocacia o certifique para que tome
decisões mais assertivas e focadas nas necessidades do setor jurídico.
Oportunidades no novo cenário
Não há dúvida que o mercado jurídico passa por
transformações significativas fortemente impactado pela inovação.
Transformar-se diante dessa nova realidade é mais que necessário. Exige novas
competências, habilidades e novas disciplinas dos profissionais. Com o apoio da
tecnologia, o advogado capaz de dialogar com temáticas inovadoras será cada vez
mais valorizado.
Nunca houve tantas oportunidades para aqueles com a
mente aberta e sedentos para ampliar seu leque de atuação. As ferramentas estão
disponíveis e ao alcance de todos.
Luiz
Felipe Tassitani - advogado sênior na Sompo
Seguros S/A. Especialista em Direito Processual Civil pela Universidade
Mackenzie, com MBA em Seguros e Gestão Jurídica Estratégica pela FIA - Fundação
Instituto de Administração. Escreve, regularmente, em seu perfil no Linkedin.
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