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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Ministério da Saúde anuncia nova modalidade de compra de medicamentos


Em sessão solene em comemoração ao Dia Mundial das Doenças Raras, o ministro da Saúde destacou que o uso do ‘compartilhamento de risco’ é um marco no SUS, que terá início com a aquisição do medicamento spinraza


O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, anunciou nesta quarta-feira (27) que a pasta irá adotar a modalidade de compartilhamento de risco na aquisição de medicamentos. Na prática, isso significa que o governo só pagará pelo medicamento se houver melhora do paciente. O nusinersen (spinraza), destinado ao tratamento da doença rara Atrofia Muscular Espinhal (AME), poderá ser a primeira medicação incluída no Sistema Único de Saúde (SUS) pelo viés da nova modalidade. Atualmente, o tratamento por paciente custa R$ 1,3 milhão por ano. A análise de sua possível incorporação deve ocorrer em março, pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC).

 “Ao iniciarmos o trabalho à frente da Saúde, tomamos a decisão de fazer do spinraza a primeira medicação a ser incluída no nosso sistema de saúde por meio do compartilhamento de risco. Avançamos pouco na questão de como selecionar, incorporar, precificar e diluir o custo de novas tecnologias para a sociedade brasileira. Em doenças raras, o último capítulo foi o spinraza, que tem trazido uma gangorra de emoções às famílias e aos pacientes portadores da patologia”, ressaltou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

De acordo com o ministro, a nova modalidade de aquisição de medicamentos aproxima o Brasil de países que já utilizam essa modelagem, como Canadá, Itália, França, Espanha, Alemanha e Inglaterra. “Uma série de compromissos e resultados são colocados nessa tratativa. Isso induz o estado a monitorar os pacientes, e quando o medicamento não cumpri a função para qual foi indicado, esse risco de custo é compartilhado com o laboratório que propôs o tratamento”, explicou o ministro.

O pedido de incorporação do spinraza será analisado na próxima reunião da CONITEC, em março, e deverá seguir, com celeridade, os demais trâmites previstos em lei. “O que está em discussão no mundo é para onde vai essa terapia. O nosso país, o nosso sistema, precisa urgentemente se colocar na linha da pesquisa genética humana”, disse o ministro.

No Brasil, aproximadamente 13 milhões de pacientes têm doenças raras. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 65 pessoas a cada 100 mil indivíduos vivem com essa condição. São cerca de 8 mil doenças raras no mundo, sendo que 80% decorrem de fatores genéticos e 20% estão distribuídos em causas ambientais, infecciosas e imunológicas.

Desde 2014, o Brasil adota a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras, que visa organizar a rede de atendimento para prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação, no âmbito do SUS. O objetivo da Política é melhorar o acesso aos serviços de saúde e à informação; reduzir a incapacidade causada por essas doenças; e contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com doenças raras.


TRATAMENTO NO SUS

Atualmente, o SUS possui 40 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) para tratamento de doenças raras, como Doença de Gaucher, Esclerose Múltipla, Fibrose Cística, Mucopolissacaridose I e II, Hepatite Autoimune, Lúpus Eritematoso Sistêmico, Esclerose Lateral Amiotrófica e Doença Falciforme (rara em algumas regiões). Do total de protocolos, 15 estão em fase de atualização. Também, desde 2014, a pasta incorporou 22 medicamentos para tratamento de diferentes doenças raras.   

Os protocolos trazem orientações para médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais profissionais de saúde sobre como realizar o diagnóstico, o tratamento e a reabilitação dos pacientes, bem como a assistência farmacêutica.

No SUS, o tratamento para doenças raras é feito por meio de avaliações individualizadas das equipes multidisciplinares nos diversos serviços de saúde do país, como unidades de atenção básica, hospitais universitários, centros especializados de reabilitação e atenção domiciliar. Além desses serviços, existem no país oito Serviços de Referência para Doenças Raras, localizados no Distrito Federal, Anápolis (GO), Recife (PE), Curitiba (PR), Rio de Janeiro, Porto Alegre (RS), Santo André (SP) e Salvador (BA).

No ano de 2018, essas unidades registraram 3.483 avaliações clínicas para diagnóstico em doenças raras e 4.157 aconselhamentos genéticos. O Ministério da Saúde repassa anualmente R$ 26,17 milhões para o custeio dos serviços especializados.

Também com o objetivo de diagnosticar precocemente e agilizar o início do tratamento, o SUS conta com o Programa Nacional de Triagem Neonatal. Por meio do Teste do Pezinho podem ser diagnosticadas seis doenças: Fenilcetonúria, Hipotireoidismo Congênito, Doença Falciforme, Fibrose Cística, Hiperplasia Adrenal Congênita e Deficiência de Biotinidase. Há 22.353 pontos de coleta do teste do pezinho na Atenção Básica, hospitais e maternidades.

O Ministério da Saúde também tem investido em pesquisas sobre o tema. Está em estudo 130 projetos para desenvolvimento de pesquisas, incluindo kits diagnóstico para detecção rápida de doenças raras, com valor aproximado de R$ 21,9 milhões.






Regina Xeyla, Victor Maciel e Carol Valadares
Agência Saúde


Março em Cores - Campanha alerta sobre alta incidência do Câncer Colorretal e apoia pacientes


Doença representa o segundo tipo de câncer mais comum em mulheres e o terceiro em homens no Brasil¹

Para o país, estimam-se cerca 17 mil casos novos de câncer colorretal em homens e 18 mil em mulheres para cada ano do biênio 2018-2019¹

Campanha visa conscientizar durante todo o mês de março sobre diagnóstico precoce e trazer apoio aos pacientes em tratamento


Passar por um diagnóstico de câncer pode ser uma jornada muito difícil para o paciente e seus familiares e o diagnóstico precoce é um fator decisivo para o sucesso no tratamento. A campanha Março em Cores busca desde 2017 trazer atenção para o câncer colorretal (CCR) e levar informação e empatia aos pacientes que estão passando por tratamento.

O câncer colorretal, também conhecido como câncer de cólon e reto ou câncer do intestino grosso, é o terceiro mais frequente em homens e o segundo entre as mulheres no Brasil. O Inca estima cerca de 17 mil casos novos em homens e 18 mil em mulheres para cada ano do biênio 2018-2019¹. A nível mundial, representa 1,4 milhão de casos novos e quase 700 mil óbitos em 2012¹.

Por conta da importância de ampliar o conhecimento sobre a sua alta incidência e o alerta sobre opções de tratamento específicas para cada paciente nos casos metastáticos, o mês inteiro de março é dedicado a ações de conscientização. A campanha Março em Cores é idealizada pela Merck, empresa líder em ciência e tecnologia, e recebe o apoio de diversas instituições de suporte ao paciente com câncer como Oncoguia, o Instituto Vencer o Câncer, a ABRAPRECI, a Associação Nossa Casa (Ceará), a FEMAMA, a NASPEC (Bahia), a AMUCC (Santa Catarina) e a HumSol (Paraná).

A iniciativa convida todos a contribuir com esse movimento, doando sua positividade. Para isso, basta publicar fotos ou vídeos cheios de cor, sempre com as hashtags da campanha: #MarçoEmCores #CCrComMaisCor.

No site do Instituto Vencer o Câncer, do Instituto Oncoguia e no portal Conviva Bem é possível conferir mais detalhes sobre o CCR. Ao longo do mês, serão realizadas uma série de atividades de conscientização pública e em hospitais. Participe!  


Sobre o câncer colorretal

O câncer de cólon e reto é uma doença associada a fatores genéticos, ambientais e relacionados ao estilo de vida. Os fatores de risco incluem o consumo de bebidas alcoólicas, a baixa ingestão de frutas e vegetais, o alto consumo de carnes vermelhas e de alimentos processados, a obesidade, o tabagismo e o sedentarismo2.

Os sintomas mais comuns são: alteração do ritmo intestinal, dores abdominais, presença de sangue nas fezes e dor ao evacuar. Porém, a fase inicial da doença costuma ser assintomática. Por esse motivo, os exames de rotina, como a colonoscopia, são fundamentais para a detecção precoce da doença3.

No caso de diagnósticos em estágio metastático, a solicitação de testes específicos para biomarcadores, como o RAS, é fundamental, pois é capaz de identificar um tipo de alteração biológica importante que permite personalizar o tratamento e aumentar as chances de sobrevida dos pacientes.

Após o diagnóstico e identificação do tratamento mais adequado, é importante o paciente cuidar da qualidade de vida. Manter uma alimentação balanceada, com o apoio de um nutricionista, e fazer uma atividade física recomendada por um profissional especializado são fundamentais para sucesso do tratamento4.






Merck
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Referências

1. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Estimativa 2018: Incidência de Câncer no Brasil. Rio de Janeiro, 2019:34-65.
2. Instituto Oncoguia. Disponível em: http://www.oncoguia.org.br/conteudo/fatores-de-risco-para-o-cancer colorretal/7271/878/. Acesso em: 19 de Fevereiro 2019.
3. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Rio de Janeiro, 1996-2012. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/colorretal/sintoma. Acesso em: 19 de Fevereiro 2019.
4. Seixas, RJ, et al. Atividade Física e Qualidade de Vida em Pacientes Oncológicos durante o Período de Tratamento Quimioterápico. Revista Brasileira de Cancerologia 2010; 56(3): 321-330. Guia de nutrição para pacientes e cuidadores: orientações aos pacientes.


Metais pesados são encontrados no Rio Paraopeba


Um mês após a tragédia da Vale, em Brumadinho, a Fundação SOS Mata Atlântica conclui análise da água do rio e constata que sua recuperação e segurança hídrica da região são de difícil previsão


A Fundação SOS Mata Atlântica apresenta nesta quarta-feira (27) o relatório completo da expedição Paraopeba, que percorreu 2.000 km por estradas, passando por 21 cidades, para analisar a qualidade da água em 305 km do rio afetado pelo rompimento da barragem da empresa Vale, em Brumadinho (MG). Clique aqui e acesse o relatório completo.

A expedição teve como objetivo levantar dados independentes sobre a condição da qualidade da água na região e avaliar o dano na paisagem e na cobertura florestal nativa da Mata Atlântica. Com isso, a organização pretende subsidiar autoridades e a sociedade na definição de medidas e ações socioambientais de remediação, recuperação e ressarcimento dos danos.

“Esperamos com este relatório contribuir para o aprimoramento de políticas públicas no sentido de evitar que eventos trágicos como esse se repitam, tendo como base o fortalecimento do arcabouço legal e institucional brasileiro, com participação da sociedade na tomada de decisões. A legislação ambiental brasileira deve ser valorizada e fortalecida por meio de órgãos técnicos e ambientais bem estruturados, instrumentos de gestão eficientes, participativos, modernos e livres de ingerência política“, afirma Malu Ribeiro, especialista em Recursos Hídricos da Fundação SOS Mata Atlântica.

A Expedição Paraopeba contou com o patrocínio das empresas Ypê e Visa.


Veja fotos e vídeos da Expedição

Resultados

De acordo com o relatório, por toda a extensão percorrida, os indicadores de qualidade da água aferidos não revelaram água em condições de uso e vida aquática. Dos 22 pontos analisados, 10 apresentaram resultado ruim e 12 péssimo. Além disso, foram encontrados metais pesados na água, como manganês, cobre e cromo em níveis muito acima dos limites máximos fixados na legislação. Ainda segundo a ONG, 112 hectares de florestas nativas foram devastados. Destes, 55 hectares eram áreas bem preservadas.

Segundo a norma legal vigente (Resolução Conama 357), as concentrações máximas de cobre na água para rios como o Paraopeba (classe 2) é de 0,009 mg/L. Em alguns pontos o resultado chegou a mais de 4 mg/L. O consumo de quantidades relativamente pequenas de cobre livre pode provocar náuseas e vômitos. Já o manganês, cujo o limite é de 0,1 mg/L, chegou a até 3 mg/L em alguns locais. Existe o risco de seres humanos apresentarem sintomas como rigidez muscular, tremores das mãos e fraqueza a partir da ingestão de manganês, forma da contaminação deste metal. A concentração elevada de ferro e manganês na água podem ser os responsáveis pela coloração avermelhada do rio. Em diversos pontos, o ferro esteve acima de 6 mg/L.

“Os metais presentes na água nessas quantidades são nocivos ao ambiente, à saúde humana, à fauna, aos peixes e aos organismos vivos. Eles são reconhecidamente poluentes severos e podem causar diversos danos aos organismos, desde interferências no metabolismo e doenças, até efeitos mutagênicos e morte“, afirma Marta Marcondes, professora e coordenadora do Laboratório de Análise Ambiental do Projeto Índice de Poluentes Hídricos (IPH), Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS).

Segundo o estudo, a condição de contaminação do rio exige monitoramento sistemático, permanente e por longo prazo para acompanhar a recuperação ambiental e a qualidade da água. As características dos rejeitos podem se modificar ao longo do tempo conforme as condições climáticas. Assim, a instabilidade nos indicadores de qualidade da água podem durar décadas.

“O rio Paraopeba perdeu a condição de importante manancial de abastecimento público e usos múltiplos da água. O dano ambiental tornou aquelas águas impróprias e indisponíveis para qualquer uso, pelo menos, por onde passamos“, destaca Malu.

Clique aqui e veja a tabela com os resultados de cada ponto analisado




Metodologia

O impacto dos rejeitos da Vale foi medido de duas formas: uma delas nas amostras de superfície, com medições realizadas a 30 centímetros da lâmina d’água, onde as concentrações de oxigênio dissolvido registraram maiores valores, por conta da movimentação natural do rio e das trocas com o ar. E a segunda medição ocorreu na coluna d’água, a partir de 2 metros de profundidade, em virtude dos rejeitos provenientes do rompimento da barragem da Vale decantarem rapidamente.


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