Sabe aquela pessoa que ao longo de muitos anos
construiu um lindo projeto e foi levianamente trocada por outra mais nova
durante ou após um momento de crise?
Hoje temos novas configurações desse cenário,
incluindo o inverso e a questão profissional: Empresas que demitem
colaboradores antigos pelas promessas e olhos brilhantes da nova geração tão
cheia de respostas e pouco afeita a comprometimentos.
Vejo executivos "empoderados" em seus alto
cargos, decretando o destino de outras com tamanha frieza e descaso, apenas por
capricho, e me pergunto se elas pensam, aos menos por alguns minutos, nos
impactos provocados e no cenário ao seu entorno. Será?
Difícil quem comente, concorde publicamente, ou ajude
a questionar as más práticas… Se a indignação e a cumplicidade fossem
características do ser humano, o mundo certamente seria um lugar melhor e mais
justo. A frase de Martin Luther King diz muito sobre isso: “O que me preocupa
não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”.
É claro que as empresas precisam pensar
estrategicamente e ter em seus quadros colaboradores competentes e capazes...
Entretanto, os motivos pelos quais as pessoas são demitidas ainda são sinistros
e, de forma geral, desnecessários. No final, é tudo política.
Uma empresa não pode demitir sistematicamente sem
motivos reais, gerando um clima de abatedouro, em que todos estão na fila,
independente de resultado, entrega e comprometimento. Parece até loucura, mas
infelizmente é a realidade de muitos funcionários, que se sentem como um
chiclete que perdeu o doce e foi cuspido. Um sapato velho.
A questão é que para alguns “chefes”, não há sapato
que sirva. Nunca nada serve, é suficiente ou está bom! Uma pena que assim
seja para a sua própria infelicidade e, sobretudo, para aqueles que são
obrigados a conviver com essa situação. Por trás de um incompetente, há uma
fila de descartados, pois um "líder" ruim se esconde e se
perpetua trocando as peças de tempos em tempos.
Usa, suga a energia de quem chega e descarta assim que
possível. Afinal, quem chega depois sempre traz um “gás novo, uma ideia ainda
não testada, um brilho de esperança”.
O único alento para quem passa por isso é o
livramento, a sensação de paz que virá depois que a dor amenizar. Nesse
cenário, muito se fala sobre a importância da resiliência, ou seja, da capacidade de aguentar as situações
mais adversas sem jogar a toalha. Acontece que a decisão de interromper um projeto ou
relação não depende só de quem é capaz de aguentar mais e, para o resiliente,
ser abandonado depois de ter se doado tanto, é uma dor absurda!
Desse descompasso muitas relações terminam
prematuramente, demissões são feitas, projetos são abandonados. A ansiedade faz
com que joguemos no lixo muitas histórias que poderiam ser lindas! E, no final,
todos perdem.
Por isso, precisamos construir relações longevas,
sem desistir de sonhos e projetos, nem deixar alguém para trás. É fato que uma
pessoa que acredita que as coisas se constroem com o tempo e que por isso não
desiste de nada nem ninguém durante esse processo de amadurecimento, consegue
construir mais que as demais.
E você, investe e dá tempo para a relação se
fortificar? Quão persistente você é? No campo profissional, você como líder, dá
o tempo necessário para que os processos se concretizem? Essas reflexões podem
evitar muita dor e decisões equivocadas. O mundo está cada vez mais difícil e clama por pessoas
corajosas que queiram mudar o "status quo".
Só depende de nós!
#Estamosjuntos
Claudia Taulois - fundadora
da Engaging — Estamos Juntos, publicitária e escritora.