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quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Você sabe qual é sua verdadeira escolha?


 Neste Texto Adan e Lara te convidam a mergulhar para dentro de si mesmo e repensar algumas escolhas.


Eu tenho um quarto que eu protejo. Um “lugar” em minha mente de onde tenho medo de sair. Mantenho a porta fechada para me sentir seguro.

Parece que tem um senhor que mora comigo. A todo instante ele bate à porta, toca a campainha incessantemente até que eu abra a porta e o convide para entrar. Se ele insiste tanto para entrar, deve ser porque tenho que deixá-lo entrar. É como se ele me trouxesse as respostas para me sentir bem, estando sozinha neste casarão. Nem sempre dá certo, quase nunca na verdade, mas ele realmente conhece minha solidão.

Porém, assim que faço o favor de deixá-lo entrar, ele me exige um banquete para matar sua fome e me sinto obrigada a servi-lo. Às vezes, ele deixa eu comer o resto da comida, às vezes tenho que me esforçar e me sacrificar para merecê-la.

Eu não faço ideia de porque estou neste quarto, não tenho noção de quem sou. A única coisa de que me lembro é que este senhor me dá de comer e, assim, sigo existindo.

Até que eu canso de existir sem saber quem sou e o que faço aqui. Então, cansada e rendida a não querer mais existir e disposta a dizer ao senhor que não mais o servirei, eu abro a porta e me surpreendo com o que vejo. Por trás do senhor Barulhento havia outro senhor que não falava, que somente me mirava com um leve sorriso.

De repente, me dou conta de que ele sempre esteve ali, mas nunca senti vontade de convidá-lo porque sempre tive a certeza de que deveria convidar o senhor Falastrão que toda vez queria entrar, e que de alguma maneira me ressoava desde ali.

Neste instante, o olhar deste outro senhor Silencioso me pareceu tão familiar. E, enquanto mirava diretamente em seus olhos, fui tão profundamente em seu silêncio, que o barulho do velho senhor parecia que estava tão longe, tão longe que mal compreendia o que dizia.

Vagarosamente, saí da frente da porta e imediatamente o senhor Silencioso deu seus passos para entrar. Não precisei dizer uma palavra para que soubesse que havia aberto o espaço para que ele passasse. De alguma maneira ele sabia o que eu queria, o que eu necessitava.

Ele deixou a porta aberta, não fechou como o outro senhor sempre faz. Sempre acreditei que havia algo a temer lá fora, exatamente por manter a porta fechada. Este “novo” senhor estava me ensinando que não havia nada de que ter medo. E o mais incrível é que começou a me ensinar isso sem dizer uma palavra, sem fazer um barulho.

Aquilo tudo era muito estranho para mim. Fiquei meio sem saber o que fazer porque parecia que eu não tinha que fazer nada e isso, surpreendentemente, me incomodava. Quantas vezes eu estive cansada e pedi para o outro senhor para ficar quieta e em paz, mas ele sempre dizia que eu tinha que fazer por merecer.

Que confusão no meu quarto!

Neste quarto que sempre protegi para me sentir segura. Mas que, agora, este senhor me mostrava que este quarto era mesmo uma Antessala de um casarão fechado, antigo e ultrapassado, e que só existia porque eu jamais saí da antessala.

Aí então, eu me perguntei porque eu nunca fui olhar para depois da antessala, mais adentro do casarão?

E com a presença daquele Silencioso senhor, me dei conta de que aquele outro senhor Falastrão estava constantemente me distraindo com seu barulho, me ocupando com suas ideias e afazeres. O espaço estava preenchido todo o tempo por aquele monte de palavras e imagens que se apresentavam como uma ressonância passada, que dialogava diretamente com este alguém solitário, fugindo da dor e em busca de prazer. Tive que assumir que eu por mim mesma sou uma completa insatisfeita. Uma eterna incompleta. Já comecei a achar graça, por que como eu poderia ser eterna e incompleta ao mesmo tempo?

Entretanto, o mais impressionante é que tudo isso somente estava ali porque eu acreditava que era assim. Pois naquele momento, naquele som do silêncio, podia presenciar uma “nova” maneira de ver, de perceber a mim mesmo e a tudo a minha volta.

Isso me assustava! Foi quando perguntei ao Silencioso senhor:

- Por que você nunca entrou antes aqui?

Ele olhou com aquele sorriso pacifico e amorosamente estranho para mim, que me fazia sentir “em casa” ao mesmo tempo, e disse:

- Por que a porta estava fechada.

Pensei comigo que eu sempre abri a porta. E o que, de fato, ele queria dizer com isso?

Foi então, que me dei conta de que eu era o anfitrião. A todo momento.... Eu fazia o convite. Eu assinava o acordo de quem ia entrar ali.

Neste momento, senti tanta vergonha que tive vontade de desaparecer. E,imediatamente, comecei a ouvir o barulho do antigo convidado se aproximando de novo. Foi quando pedi ajuda ao meu novo convidado Silencioso, pois eu não queria mais aquele antigo, porém não sabia como calá-lo. Foi quando o senhor do silêncio me disse:

- A vergonha que sentes é porque acreditavas que algo ou alguém estava fazendo isso contigo e que era uma vítima. Agora, sabes que és responsável por quem convida para entrar, responsável pelo que experimenta. É você quem toma a decisão.

- Ok. – Eu disse – Mas não entendo porque eu estive fazendo isso comigo. Me auto castigando? Sou louca?

- Sim, isso é uma insanidade. Mas o melhor dela é que é uma ilusão. – Disse ele.

- Ilusão?

- Você acredita que está sozinha, não lembra de sua fonte, de seu Criador. Você realmente crê que se separou dele, você se sente culpado por isso e se aprisionou no medo, na morte, na separação e na dor de um sonho que já acabou. Só estou aqui para te lembrar disso e para rirmos juntos.

- Estou sonhando? – Eu disse um tanto assustada.

- Isso não é para você acreditar ou compreender, e sim vivenciar e ver por si mesmo.

- E como saio disso, meu Deus? Ou, seja lá quem for o Senhor.

- Me convide constantemente para entrar e percorrer esse casarão de culpa contigo. – Disse ele - Só isso.

Só isso? Como podia alguém, até então estranho para mim, me passar tanta confiança a ponto de eu encontrar total obviedade em suas palavras, tamanha honestidade em seus olhos e plena leveza em seu sorriso?

O que mais eu poderia fazer? Em um tiro no escuro de absoluta certeza, eu disse:

- A porta está aberta.





Imagem Divulgação


Adan e Lara - São guias de AutoReconhecimento que levam sua experiência do despertar espiritual a diversos países. Adan e Lara sempre foram buscadores de uma conexão direta com a “Fonte”. Desde pequenos, perceberam que havia algo de errado no funcionamento do mundo e já entendiam que não adiantava querer ou fazer nada que pudesse mudá-lo. Então, compreenderam que a única mudança estava dentro deles, para a qual era necessária uma nova percepção, que só seria possível quando soubessem quem realmente são.


A neuroimagem como alternativa ao tratamento do Transtorno de Personalidade Borderline


Instabilidade emocional, desregulação afetiva excessiva, sentimentos intensos e polarizados - do tipo "tudo ótimo e tudo péssimo" ou "eu te adoro e eu te odeio" -, angústia, abandono... A oscilação dos sentimentos são constantes e acontecem diversas vezes ao dia, às vezes, no intervalo de uma hora.

Tais características são típicas de quem sofre do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), doença que afeta aproximadamente 6% da população mundial. No Brasil, estima-se que haja 3 milhões de pessoas com esse distúrbio. Dentre as principais consequências do paciente border estão a automutilação, o uso de drogas e álcool e tentativas sucessivas de suicídio, sendo que até 10% deles chegam a se matar.

Infelizmente, há pouco material publicado sobre o TPB no Brasil, sendo uma das áreas de pesquisa em psicologia e psiquiatria com maior escassez de publicações científicas. Outro agravante é que, geralmente, a doença é diagnosticada de forma errada, como bipolaridade, resultando em medicação e tratamento ineficientes. Entre os pacientes com alguma forma de transtorno da personalidade, 33% dos ambulatoriais e 63% dos internados parecem preencher critérios para o TPB.

Uma das saídas para diagnosticar com mais assertividade a doença é por meio da neuroimagem. Exames como a tomografia e a ressonância magnética são capazes de reproduzir as propriedades do encéfalo, ajudando a medir ondas cerebrais que nos dão orientações a respeito da atividade elétrica de diferentes partes do encéfalo durante diversos estados comportamentais. Estudos de neuroimagem no TPB encontraram alterações (quando comparados a indivíduos sem o transtorno) nas áreas cerebrais associadas à cognição, afeto, regulação da emoção e impulsividade.

O neurocientista Anthony Ruocco, pesquisador da Universidade de Toronto (Canadá), integra a linha de pesquisadores que buscam compreender a personalidade limítrofe, por meio da neurociência. No retrato mais completo até agora do cérebro borderline, ele compilou 11 estudos de imagem, concluindo que o paciente com TPB, além do acompanhamento psicológico e psiquiátrico, necessita também de tratamento neurológico.

As imagens indicam que eles percebem as experiências negativas de forma aumentada, o que pode explicar, por exemplo, as crises de fúria por motivos aparentemente banais, ao mesmo tempo em que o centro de regulação emocional trabalha em ritmo lento, dificultando o autocontrole.

A conclusão é que os detalhes trazidos por esses estudos de neuroimagem podem ajudar a desenvolver tratamentos cada vez mais eficazes e a cuidar melhor dos pacientes.






Beatriz Moura - formada em Psicologia pelo Instituto Brasileiro de Medicina e Reabilitação (IBMR) e especialista em Transtorno de Personalidade Borderline


Sexo após a gravidez precisa de atenção especial dos casais, afirma especialista


Ginecologista e obstetra Mariana Simões explica que casais podem e devem investir em seus papéis enquanto indivíduos e cuidar da relação sexual, independente da função de pais


O tabu do "sexo após a gravidez" é um desafio na relação de muitos casais. Retomar a vida sexual, especialmente logo após o primeiro filho, parece ser complicado – mas, de acordo com a obstetra e ginecologista Mariana Simões, o primeiro passo para lidar com isso é que os pais compreendam a importância de investir mais tempo no relacionamento a dois. Para ajudar nessa missão, a profissional deu dicas e tirou dúvidas importantes.


A vida a dois

A especialista destaca que é importante partir do princípio de que a criança está aí, mas havia e ainda há um casal antes disso. “É importante investir no pai ou na mãe de seu filho e reconhecer a pessoa como o homem ou a mulher que é, independente da parentalidade”, explica. Além disso, o período do puerpério, logo após a mulher dar à luz, é marcado pelo alto fluxo de hormônios e emoções à flor da pele para as mães – o que pode favorecer as relações a dois, e não prejudicar. A médica explica ainda que é normal sentir dúvidas e receios com relação ao lugar que se passa a ocupar e as diversas transformações do corpo. Nesses momentos, o papel do médico também é orientar. 

Na maioria das vezes, o sexo fica em segundo, terceiro ou até quarto plano. “O bebê demanda, o sono e o cansaço apertam e em meio a tudo isso a mulher se vê em um corpo que não reconhece”, comenta Mariana. Nesse momento, é muito importante uma atenção especial ao casal. A especialista enfatiza, ainda, que é preciso levar em conta as transformações na vida do homem, que não são hormonais, mas emocionais. “Eles passam a se enxergar não mais apenas como homens e sim como pais, o que pode afetar o interesse deles pelo sexo”, comenta. Frente a tudo isso, o diálogo também é muito importante para os casais. 

O primeiro pensamento de muitas mulheres é se sentirem inseguras com o corpo após a gravidez, questionar se estão atraentes ou não, e se a falta de interesse do parceiro podem vir do cheiro de leite ou da barriga do pós-parto, que ainda não voltou à forma natural.  Nesse quesito, a autoestima deve entrar em ação, e as conversas, são sempre bem-vindas. 


Desejo

Como forma de lidar com as dúvidas e transformações dessa fase, a especialista reforça que mulheres devem aproveitar os ensinamentos da maternidade, tomando-os para si. “Assim como a criança que chora e insiste por um desejo, devemos insistir em nós mesmas e em nossos desejos como mulheres, aproveitando a conexão e descoberta do poder do corpo – e isso é algo positivo que apenas a gestação proporciona”, revela ela. “As mães também sentem tesão e devem dar espaço a isso para serem felizes no sexo”, completa. 

Para não deixar de lado a relação adulta, ela aconselha que o casal invista em tempo um com o outro não apenas como pais, mas como homem e mulher. “Isso é importante nessa fase. Lembrem o por que escolheram estar juntos e como era o sexo antes das crianças”, conclui a médica, que reforça também que, apesar desses questionamentos serem comuns, é essencial que não sejam negligenciados, já que a vida sexual é de extrema importância para a relação do casal.







Mariana Simões - formada pela Universidade São Francisco, a ginecologista e obstetraMariana Simões, de Campinas, transformou sua paixão pela vida em profissão. Hoje, a médica atende em clínica particular e se dedica inteiramente à realização de partos humanizados – todos eles, realizados em hospitais e maternidades da cidade. Entende-se como premissas do parto humanizado, o respeito à mulher e às escolhas conscientes.  “Um parto ao desejo da mãe”, onde a mulher escolhe a forma com que quer dar à luz. Em casa, na maternidade, no centro cirúrgico, na água ou até em pé, tudo depende das escolhas de cada uma, e do que a saúde dela e do bebê permitirem. Nestes casos, a função da médica é apenas assistir e dar assistência ao surgirem quaisquer necessidades. As intervenções médicas, como anestesia, por exemplo, também ficam a critério da mãe.

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