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quarta-feira, 13 de junho de 2018

Seis inovações tecnológicas que estão transformando a área da saúde


De impressão 3D a aplicativos que permitem mais autonomia aos portadores de deficiência, as novas criações estão revolucionando o setor

A tecnologia está cada vez mais presente no dia a dia da sociedade moderna. A expectativa de vida, por exemplo, aumentou em mais de 30 anos, desde 1940, segundo dados do IBGE, devido aos avanços da medicina e tratamentos que surgiram graças às novas ferramentas e soluções digitais. As invenções estão mudando o panorama de saúde no Brasil e no mundo, com aplicações que podem ser usadas tanto por instituições do setor, quanto por pessoas comuns que buscam maior conveniência e agilidade para cuidar de sua saúde.
Conheça seis delas:
Impressão 3D

Essa tecnologia viabiliza a confecção de objetos como próteses, complexos órgãos humanos e até mesmo a impressão de células de forma muito mais rápida e com um nível de detalhe e personalização sem precedentes. A Stratasys, no mercado de impressões 3D há mais 25 anos, aposta nessa ferramenta para trazer inovação no setor de saúde, com atuação nas áreas aeroespacial, automotiva e de educação.


Inteligência Artificial

No Brasil, pesquisadores da Faculdade de Saúde Pública Universidade de São Paulo (FSP-USP) usam a inteligência artificial para realizar importantes previsões para a saúde pública, no Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde (Labdaps). Com análise de diagnósticos e sintomas de pacientes salvos em uma base de dados, é possível identificar padrões e prever com maior precisão doenças como dengue, zika e chikungunya.


Robôs-cirurgiões

Imagine um cirurgião que, além de ser totalmente livre de tremores, também não hesita e realiza cortes com precisão milimétrica. Estes são os robôs-cirurgiões, usados em todo o mundo, inclusive no Brasil, em procedimentos minimamente invasivos. Tecnologias desse tipo, como o STAR (sigla em inglês para "Robô Autônomo Inteligente para Tecidos") funcionam como um braço mecânico e são de grande ajuda para médicos e profissionais que precisam de um desempenho excelente nas cirurgias.
Uber de consultas

Para agilizar o agendamento de consultas e exames, plataformas online conectam profissionais de diversas especialidades, laboratórios e consultórios a pacientes, a partir de sua localidade. A startup Doutor123 atua como um marketplace de serviços de saúde e permite que o indivíduo escolha o dia e horário para realizar a consulta ou um exame de acordo com sua preferência, com pagamento e atendimento completamente remotos.


Exame de vista direto do smartphone

Segundo a Organização Mundial da Saúde, 80% dos casos de problema de visão poderiam ser evitados. No entanto, o uso de equipamentos adequado para realizar os exames é limitado, devido a localização ou situação econômica. Para contornar esse cenário, o aplicativo Peek, permite diagnosticar cataratas, glaucoma e detectar outras doenças como diabetes e hipertensão em pacientes, a partir de uma varredura feita com a câmera do smartphone.


Aplicativos para acessibilidade

Já existem inúmeros gadgets para que pessoas com deficiência tenham maior independência. O Voice Over, por exemplo, é uma ferramenta do Sistema iOS que funciona como um leitor de tela para pessoas que não enxergam. Por meio dele, é possível acessar aplicativos, redes sociais e ganhar autonomia na rotina de trabalho, estudos e comunicação digital. Já o Handtalk, é aplicativo que ajuda a comunicação de pessoas de deficiência auditiva, por meio de tradução para a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras).


Black Mirror: tecnologia e o futuro da saúde


Ouvimos com frequência que inovações tecnológicas de todos os tipos permitirão aos humanos viverem quase eternamente sem sofrimento: sementes mágicas como os grãos de feijão da história infantil, que vivem sem água e são terapêuticos; comprimidos coloridos que prolongam a vida além dos 200 anos; terapias genéticas que combatem o câncer; implantes cerebrais que nos permitem transcender por milhares de anos, impedem nossa morte e transferem nossa consciência para uma nuvem em servidores virtualizados. Esperamos viver em uma espécie de capítulo da série Black Mirror, mas como se fosse produzida pela Disney e tivesse como protagonistas o Mickey Mouse e talvez o Professor Pardal, inventor da família Patinhas, muito bondoso e doce.
 
No entanto, de vez em quando, esse capítulo nos mostra sua face menos amigável. Por exemplo, podemos citar o sonho de uma empreendedora de São Francisco de realizar exames de saúde com uma picada no dedo e que se revelou um golpe (caso de Theranos). Ele nos mostra que o ditado do Vale do Silício "Mostre-se confiante até que você esteja, de fato, confiante" não pode e não deve ser usado em questões de saúde. Os regulamentos são severos, e não se pode construir uma empresa de biotecnologia sem especialistas, ainda que a pessoa seja egressa da Universidade de Stanford ou do MIT.

Outra notícia menos divulgada foi a quebra da associação entre o MIT e a Nectome, empresa que afirmou que poderia transferir o conteúdo da mente de doentes terminais para um computador. O principal problema desse caso foi a mensagem exagerada de esperança que a empresa anunciou, dizendo que teria a capacidade de manter a consciência de indivíduos. Mais uma vez, o excesso de expectativas em torno de um projeto envolvendo algo tão delicado como a vida de uma pessoa e seus entes queridos colocou acadêmicos em alerta.
 
Apesar dessas incursões no universo obscuro da série Black Mirror, todos nós queremos que a tecnologia nos permita fazer mais e melhor com menos recursos, especialmente em termos de questões relacionadas à saúde. Muitos dos desafios da OMS (Organização Mundial de Saúde) têm a tecnologia como única esperança de melhora universal no curto prazo.
 
A saúde pública universal precisa de recursos que apenas a tecnologia pode oferecer. Medidas como triagem virtual usando inteligência artificial, realizada a partir da casa dos pacientes tornariam mais eficientes o direcionamento das pessoas até os recursos de saúde existentes. Poderiam ser realizadas consultas online de forma ordenada, sem períodos de espera infindáveis.

O Nacional Health Service (NHS) do Reino Unido está dando seus primeiros passos com o aplicativo Babylon Health que promove um seguro e efetivo atendimento no cuidado com os pacientes. Em questões de prevenção e acompanhamento de pacientes crônicos (incluindo saúde mental), o atendimento remoto tem muito a oferecer. Populações com idades mais avançadas certamente precisarão de assistentes e cuidadores digitais incansáveis e empáticos, no mais puro estilo Big Hero 6, da Disney.
 
Muitas vezes, os exemplos do Black Mirror são mencionados para desencorajar a inovação no campo da saúde. Fala-se de sabotagem cibernética, quando se trata de falta de manutenção de versões do software por redução de custos ou ineficiência. Fala-se também de problemas de proteção de dados, quando na realidade cabe a nós, como cidadãos, assumir o controle sobre nossas informações e, portanto, decidir se queremos participar de estudos clínicos e testar novas terapias. Fala-se também da falta de evidências em relação à validade clínica do eHealth, impondo obstáculos à saúde digital em larga escala, em vez de começar a trabalhar para testá-lo.
 
É fácil e barato apontar desculpas para que tudo fique como está. No fundo, todos dizem que mudanças são necessárias, mas ninguém quer mudar. No entanto, todos sabemos que essas tão esperadas mudanças virão. Afinal, as histórias da Disney sempre têm um final feliz.





 
Dr. Frederic Llordachs Marqués - cofundador e sócio da Doctoralia, plataforma líder mundial que conecta pacientes e profissionais de saúde

Doctoralia
Facebook: @doctoralia.br

  www.doctoralia.com.br


Crise: comunicar-se publicamente no momento e na hora correta


Para termos sucesso na gestão e aplicar uma comunicação eficiente durante uma crise, precisamos entender com qual público estamos conversando, como por exemplo: público interno, colaboradores, contratados, parceiros de trabalho, clientes, sociedade em geral ou fornecedores. No caso dos fornecedores destaco-os em dois grupos diferentes: matéria-prima e materiais; fornecedores de dinheiro a exemplo de bancos e entidades financeiras.

Para cada um destes grupos devemos direcionar nossa mensagem com um conteúdo único, porém de formas diferentes. Não há porque imaginar que uma única maneira de se expressar possa atingir grupos tão diferentes de maneira similar. Mas antes que entremos nas particularidades temos que definir o que podemos ou não divulgar. Trabalharemos dessa vez sobre uma crise hipotética e os diferentes tratamentos que devemos dar ao estilo com o qual nos comunicaremos. Abaixo exemplifico algumas questões.

Uma empresa que opera há cerca de duas décadas teve nos últimos resultados muito negativos que a forçaram a entrar com um pedido de recuperação judicial. Neste caso é óbvio que a transparência se faz necessário inclusive porque se trata de um processo público, e mais cedo ou mais tarde a empresa poderá constar nos registros de empresas falidas ou em recuperações judiciais.  

Para esse tipo de comunicação sempre recomendo a contratação de um profissional de Relações Públicas qualificado, mas para efeito desta coluna trabalharei com alguns exemplos que já vi e que servirão de alerta para avaliar os riscos e desvantagens de cada um.

A questão é quando comunicar? Sempre me posiciono pela informação mínima e a desnecessária, onde é preciso haver um equilíbrio entre ambas, uma tarefa difícil de ser alcançada. Veja abaixo dois exemplos:


Mínimo: A empresa deu entrada no dia 26 de maio de 2018 a seu pedido de recuperação judicial na 10ª vara do foro de Quixeramobim.


Desnecessário: A empresa deu entrada no dia 26 de maio de 2018 a seu pedido de recuperação judicial na 10ª vara do foro de Quixeramobim, em virtude de dificuldades financeiras que vinham se acumulando ao longo dos últimos cinco anos. Fulano de tal, diretor Financeiro da empresa, afirma que as perspectivas de recuperação são boas e que a empresa já estabeleceu comunicação com os principais credores, no sentido de estabelecer termos para o plano de recuperação judicial. As atividades operacionais da empresa continuam sendo tocadas de maneira normal.

Todo mundo sabe que empresas só entram com pedidos de recuperação judicial quando não estão bem. Empresa e envolvidos sabem dos detalhes que perduram a crise, que neste caso dura cinco anos, mas não há necessidade de ampliá-la para um público maior. Neste caso, o equilíbrio na mensagem deveria ser:

A empresa deu entrada no dia 26 de maio de 2018 a seu pedido de recuperação judicial na 10ª vara do foro de Quixeramobim. Fulano de tal, diretor Financeiro da empresa, afirma que as perspectivas de recuperação são boas e que a empresa já estabeleceu comunicação com os principais credores no sentido de estabelecer termos para o plano de recuperação judicial. As atividades operacionais da empresa continuam sendo tocadas de maneira normal.

Algumas empresas conduzem a crise pelo viés inocente, abrem informações confidenciais para um número maior de pessoas, sem haver a necessidade, agravando ainda mais a situação. Veja o exemplo abaixo:

Inocência: A empresa deu entrada no dia 26 de maio de 2018 a seu pedido de recuperação judicial na 10ª vara do foro de Quixeramobim em virtude de dificuldades financeiras que vinham se acumulando ao longo dos últimos cinco anos. Fulano de tal, diretor Financeiro da empresa, afirma que as perspectivas de recuperação são boas e que a empresa já estabeleceu comunicação com os principais credores no sentido de estabelecer termos para o plano de recuperação judicial apesar das divergências existentes entre os acionistas. O diretor de Relação com o mercado por sua vez, alerta que um novo Board deve ser eleito antes que sejam tomadas as primeiras negociações. Isto acontecerá em 15 de junho caso o atual Board não seja dissolvido antes disto por conta dos processos que estão sendo movidos de parte a parte.  As atividades operacionais da empresa continuam a ser tocadas de maneira normal, pelo menos enquanto não se ajustam as posições do novo quadro diretivo.

Alguns leem esse trecho e acham que as informações são exageradas. Temos exemplos de companhias que divulgam abertamente as posições de cada um dos controladores e executivos, sendo que por conta dessas iniciativas e de uma série de inadequações operacionais a empresa chegou a perder 5 bilhões de valor de mercado em poucos dias.

E por fim, temos o perfil que fracassa na hora de passar a mensagem adequada. Confira o trecho abaixo:

A empresa deu entrada no dia 26 de maio de 2018 a seu pedido de recuperação judicial na 10ª vara do foro de Quixeramobim em virtude de dificuldades financeiras que vinham se acumulando ao longo dos últimos cinco anos. Fulano de tal, diretor Financeiro da empres, afirma que as perspectivas de recuperação são boas e que a empresa já estabeleceu comunicação com os principais credores, no sentido de estabelecer termos para o plano de recuperação judicial apesar das divergências existentes entre os acionistas. O diretor de Relação com o mercado por sua vez, alerta que um novo Board deve ser eleito antes que sejam tomadas as primeiras negociações. Isto acontecerá em 15 de junho caso o atual Board não seja dissolvido antes disto por conta dos processos que estão sendo movidos de parte a parte.  As atividades operacionais da empresa continuam a ser tocadas de maneira normal, pelo menos enquanto não se ajustam as posições do novo quadro diretivo. Nesta segunda-feira o sócio majoritário da empresa foi acusado de crime fiscal e se pronunciou negando todas as acusações. Na ocasião o Sr. Beltrano apresentou documentos que provam sua inocência, inclusive um bloco de notas fiscais adequadamente preenchido.

O fracasso está na linha de comunicação e a exposição que a empresa divulga sobre os problemas internos. Em poucos minutos, seguindo essa linha de conduta, uma empresa consegue gastar toda sua credibilidade em minutos. Todo cuidado é pouco na hora de comunicar, principalmente em uma crise. Algumas empresas levam anos para construir uma imagem, que pode ser desfeita em questão de minutos.






Flávio Ítavo


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