Síndrome de Fournier é um tipo específico de gangrena que acomete
os órgãos genitais, principalmente a região do períneo. O quadro é grave e
acomete mais homens do que mulheres, embora não seja um problema exclusivamente
masculino. Pacientes diabéticos, fumantes, e que ainda têm problemas
relacionados à obesidade apresentam risco aumentado para esse tipo de gangrena.
De acordo com Arnaldo Cividanes, médico urologista e
diretor técnico do Hospital SAHA, em São Paulo, enquanto o diabetes pode
danificar os vasos sanguíneos, reduzindo ou até mesmo interrompendo o fluxo
sanguíneo para determinada parte do corpo, o fumo expõe a pessoa a um risco
aumentado para gangrena e o excesso de peso também pode comprimir artérias e
comprometer o fluxo sanguíneo, piorando o quadro. O médico ainda inclui no
grupo de risco aqueles pacientes com imunodeficiência (HIV) e problemas
arteriais (aterosclerose).
“A gangrena pode ser causada por falta de circulação numa
determinada área do corpo, que neste caso é a base da região genital, por uma
infecção bacteriana que leva à morte do tecido, ou ainda por trauma. Pacientes
que se envolveram em acidentes de carro, por exemplo, podem ficar mais
suscetíveis a uma profunda infecção bacteriana que provoca gangrena no tecido
afetado. Neste caso, a região que inicialmente se apresenta dolorida e
inchada pode passar por uma mudança de coloração até que o tecido escureça
completamente – sinal de que não está recebendo oxigênio e nutrientes necessários
para manter o órgão vivo”, diz Cividanes.
De acordo com o urologista, os primeiros sintomas da Síndrome de
Fournier são febre baixa e persistente, mudança de cor na região do escroto,
dor súbita na parte do corpo afetada por trauma ou cirurgia, ou espinhas e
furúnculos mal tratados. Vale dizer que, pela própria configuração da região
escrotal, que tem menor circulação de ar, está submetida a temperaturas mais
altas, e exige uma higiene especial, o paciente com fator de risco aumentado
tem de estar sempre atento a qualquer tipo de dor ou alteração de cor da pele
dessa parte do corpo.
“As pessoas pensam que gangrena só acontece em
extremidades, nos dedos dos pés e das mãos, mas não é essa a realidade. O
tratamento pode incluir uso de antibióticos, terapia com câmara hiperbárica e
até cirurgia. Mas vale dizer que o caso é grave, podendo levar à morte um em
cada quatro pacientes acometidos por essa síndrome, principalmente quando a
infecção se espalha para outros órgãos, provocando septicemia”.
Fonte: Dr. Arnaldo Cividanes - médico urologista, diretor técnico do HOSPITAL
SAHA, em São Paulo – www.hospitalsaha.com.br