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quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Síndrome de Burnout: do entusiasmo ao esgotamento profissional



Na década de 70, o psicólogo Herbert J. Freudenberger foi um dos primeiros a observar alterações significativas de humor, atitude, motivação e personalidade associadas à exaustão profissional, culminando na formulação do conceito clínico para o burnout (ou esgotamento), descrito como um “estado de exaustão física e mental causado pela vida profissional”.

A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, constitui uma síndrome psicológica decorrente da tensão emocional crônica, vivida pelos profissionais, sobretudo, cujo trabalho envolve o relacionamento intenso e frequente com pessoas que necessitam de cuidado e/ou assistência. Sendo um transtorno de alta prevalência entre profissionais da área de saúde. Atualmente, a síndrome está registrada no Grupo V da CID-10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde).

O termo “esgotamento” é formado pela raiz originária do latim “gota” (gutta), que significa líquido a escorrer, acrescida do sufixo da mesma origem “mento” (mentus), que confere um sentido de uma ação sofrida no passado acompanhada de uma mudança de estado. A palavra esgotamento parece nos remeter ao clássico provérbio português: “a última gota d’água faz transbordar o copo”.

Situações novas, desafiadoras ou ameaçadoras provocam uma resposta adaptativa de nosso organismo, a qual chamamos de estresse. Embora o estresse se configure como um mecanismo normal imprescindível para a manutenção da vida, ele pode se tornar patológico quando atinge o nível de exaustão, comprometendo substancialmente a saúde global.

Ambientes de trabalho tóxicos, caracterizados por carga excessiva de trabalho, remuneração inadequada, alta complexidade e hostilidade interpessoal, podem resultar em falência adaptativa e provocar o esgotamento. Aprender sobre o desgaste profissional e suas consequências potencialmente graves, bem como aumentar o conhecimento sobre como preveni-lo e tratá-lo são cruciais.

A síndrome de burnout é multidimensional e abrange três dimensões essenciais: exaustão emocional que se caracteriza pela sensação de estar no limite, falta de energia, fadiga e incapacidade de se recuperar de um dia para o outro; despersonalização que abrange atitudes de descrença, distância, frieza e indiferença em relação ao trabalho e aos colegas de trabalho; diminuição da realização pessoal, que implica em uma perda de sentido e entusiasmo pela atividade laboral.

É interessante observar que os profissionais que desenvolvem a síndrome de burnout são justamente aqueles que mais se dedicam e mais se identificam com os ideais e da profissão que exercem. Porém, tornam-se, ao longo do tempo, frustrados, desmotivados, descomprometidos e exauridos emocionalmente.

A humanização dos ambientes de trabalho, o resgate do sentido atrelado ao exercício da profissão e a moderação das expectativas são fatores que precisam ser reconsiderados em casos de esgotamento profissional.

Caso apresente ou observe em algum colega sintomas como dificuldade de concentração, cansaço excessivo, falta de energia, desânimo, alterações de sono e/ou apetite, apatia, isolamento, irritabilidade, dores de cabeça e adoecimento frequente, procure ou oriente a procura de um médico psiquiatra e um psicólogo.




Thais Rabanea - mestre em Psicologia Médica e doutoranda em ciências pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Possui formação em psicologia clínica pela PUC-SP, especialização em neuropsicologia pelo Centro de Diagnóstico Neuropsicológico (CDN) e treinamento em Terapia Cognitivo-Comportamental pelo Beck Institute for Cognitive Behavior Therapy (Filadélfia - EUA).




Estresse de fim de ano pode acarretar em problemas de saúde



Excesso de responsabilidades pode estragar as festas e trazer até complicações cardíacas

No fim de ano, há uma sobrecarga de tarefas, gastos, grande quantidade de compromissos, cobranças e, com isso, esses últimos dias podem ficar mais tensos e podem colocar em risco a saúde cardíaca. Além disso, também pode ocasionar alguns problemas, entre eles, o estresse e, consequentemente, problemas cardíacos.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse atinge 90% da população mundial. Só no Brasil, 70% da população sofrem com esse mal, sendo que 30% chegam a ter níveis elevados de estresse. De acordo com o cirurgião cardíaco de São Paulo, Marcelo Sobral, o estresse é um grande vilão, pois em altos níveis, ele pode resultar em arritmias, insuficiência cardíaca e até o infarto do miocárdio. Fortes emoções podem fazer com que o corpo sofra uma descarga de adrenalina que acelera os batimentos cardíacos e aumenta a pressão arterial, acarretando em complicações durante essa época do ano.
Os problemas relacionados ao estresse que costumam aparecer primeiro são cansaço e desânimo, dificuldade de concentração, comportamento explosivo e irritabilidade. “Quando há crise de estresse, a pessoa pode ter sintomas parecidos ao de um infarto, como falta de ar, coração acelerado e transpiração excessiva. Por isso, é necessário procurar um médico para passar por uma avaliação, principalmente se o paciente tiver fatores de risco, como diabetes ou hipertensão”, explica o especialista.
Outro perigo para a saúde nessa época é a má alimentação, já que neste tempo de farra gastronômica aumenta o consumo de açúcar, gordura, sal e bebidas alcoólicas. “O ideal é não abandonar totalmente a dieta habitual e continuar praticando atividades físicas. Quanto à alimentação, é preciso tomar cuidado com a qualidade e quantidade dos alimentos ingeridos e dar preferência ao consumo de aves, lombo suíno magro, frutas, sucos e saladas”.
Prezar por hábitos alimentares corretos ajudam a fortalecer o sistema imunológico, que diminui a vulnerabilidade ao estresse e evita situações de desconforto. “Assumir o controle da situação e procurar não deixar tudo para a última hora é fundamental para um final de ano mais tranquilo”, finaliza Sobral.





Primeiro desfibrilador subcutâneo é implantado em Joinville



Aparelho age em casos de parada cardíaca sem precisar tocar o coração

O cardiologista e eletrofisiologista Rafael Ronsoni realizou, nesta semana, no Hospital Dona Helena, o implante de um cardiodesfibrilador subcutâneo. Segundo o médico, foi o primeiro aparelho deste modelo implantado na cidade. O paciente, um homem de 36 anos, já havia sofrido com dois episódios de morte súbita por parada cardíaca. “Agora, caso o incidente se repita, o evento arrítmico poderá ser revertido prontamente”, explica. O procedimento contou com a participação de uma equipe com 10 pessoas.

Segundo ele, o grande diferencial do procedimento realizado no HDH é a capacidade de proteger contra a morte súbita sem tocar o coração. "O desfibrilador é subcutâneo, localizado entre a pele e a costela. Ele não utiliza eletrodos transvenosos, o sistema vascular se mantém preservado e reduz as chances de infecções e trombose. Ou seja, a efetividade é igual à do aparelho usado rotineiramente, mas ele apresenta mais segurança aos pacientes”, ressalta. 

De acordo com Rafael, a chamada morte súbita por parada cardíaca pode ser causada por uma falha na atividade elétrica cardíaca ou associada à presença de doença estrutural do coração, como infarto ou insuficiência cardíaca: “Quanto mais rápido o atendimento, em caso de parada cardíaca, maior a chance de sobrevivência. A cada minuto perdido, a chance de sobreviver diminui de 7% a 10%”.

Nesses casos, é indicada a colocação de um dispositivo, semelhante a um marca-passo, que reconhece a arritmia e emite um choque interno, chamado de desfibrilador. “O modelo que costuma ser utilizado consiste em um eletrodo (fio) implantado na superfície interna do coração que é conduzido através de uma veia. O problema é que esse fio pode ocluir a veia e, em caso de infecção, estará em contato direto com o órgão”, observa o médico.






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